Neste romance onírico, Maria Antónia Jardim, usa o sonho como um registo que nos conduzirá até ao outro; para o entender, como espírito e para o amar, como corpo.
Corpo vivido, corpo sonhado e corpo redimifo.
Com o auxílio das crianças que lêem a Verdade nas estrelas.
Prof. Daniel Serrão
Trata-se de uma obra que pretende revelar uma consciência do mundo psíquico para além das fronteiras do consciente.
É um espaço de transformação, um laboratório metamórfico onde a pulsão do desejo modifica a substância do corpo. Para tal muito contribui o espaço tópico Açoreano, as ilhas de sonho onde as personagens interagem: Faial e Pico. Este livro, funciona, assim, como um despertador onírico!
Maria Antónia Jardim
INTRODUÇÃO
Este livro é um Romance Onírico, portanto vive de uma arte literária intimista em que as personagens evoluem na sua densidade psicológica à custa dos sonhos que vão interpretando e avaliando ao jeito de janela / espelho ou janela / aprendizagem Vygotskianos e Ricoeurianos.
Através do mundo dos sonhos, as personagens e os leitores co-criadores dos seus sonhos, podem confrontar-se com dilemas, conflitos, desejos, pulsões de vida e morte e ao mesmo tempo re-interpretarem-se a si mesmos e re-avaliarem-se de novo fazendo comparações com a sua própria vida quotidiana, os seus valores e crenças. Trata-se de um exercício consciencial e de auto-conhecimento.
É aqui, nesta triangulação evolutiva entre os sentimentos, as emoções e a expressão do eu que situamos a psicologia da arte, que vai permitir uma re-apropriação do estranho, tornando-o familiar na medida em que a vivência das personagens e as suas escolhas podem funcionar como terapia no desenvolvimento pessoal dos leitores. Sonhar é uma possibilidade infinita de ser e estar no mundo que há que promover através da psicologia da arte, que há que rever como tarefa hermenêutico-ética, onde a imaginação tem o seu lugar como pedagogia da alteridade. É neste potencial criativo que reside o sentido da apropriação.
Não nos podemos esquecer que cada um de nós é uma unidade de expressão, que a expressividade é uma característica fundamental do humano e que a realidade psicológica do sujeito é uma realidade imaginal. Cabe à psicologia da arte desenvolver a função imaginativa e estimular a capacidade de interpretar e seleccionar símbolos que manifestem a expressividade psicológica nas mais diversas obras de arte.
Neste caso, o romance funciona como uma “matriosca” pois a heroína sonha e também escreve os seus sonhos, que são arte literária e por sua vez re-descobre-se com eles. Ela, que é amante dos Contos de fadas, que se revelam portadores de símbolos de luz que iluminam as personagens e os leitores acerca do próprio ser humano e do seu ser e estar no mundo. Convém recordar que a natureza simbólica da literatura, como lugar onde os problemas da vida real são tratados, permite ao leitor fazer face aos seus próprios conflitos.
Também a arte do pincel, da imagem e da cor são relevantes neste romance para perceber como funcionam os estados de alma e como se exprimem as significações ao nível do inefável, funcionando como catarse de alguns medos, que poderemos dizer, se encontram nas nossas “ Zonas de penumbra” mais recônditas. Ao fazermos arte, caminhamos na busca do conhecimento. Ao escrever um romance onírico que aponta para o privilégio que é sonhar, entra-se por uma porta e logo aparece outra por abrir! Uma espiral de luz!
Por tudo isto, trata-se de uma obra que pretende revelar uma consciência do mundo psíquico para além das fronteiras do consciente. È um espaço de transformação, um laboratório metamórfico onde a pulsão do desejo modifica a substância do corpo. Para tal muito contribui o espaço tópico Açoriano; as ilhas de sonho onde as personagens interagem: Faial e Pico. Este livro, funciona, assim, como um despertador onírico!
Maria Antónia Jardim
CURRICULUM DA AUTORA:
Maria Antónia Jardim / A. Sinai nasceu no Porto com raízes profundas em Entre-os-Rios.
Doutorada em Ciências da Educação pela Universidade do Porto e com Pós-Doutoramento em Arte Terapia e Criatividade Aplicada, é professora associada na Universidade Fernando Pessoa e Coordenadora do Mestrado em Criatividade e Inovação da UFP. Professora de Psicologia da Arte.
FORMADORA DE CURSOS EM IMAGINATIVA ONÍRICA. ESTÁGIOS DE RAJA YOGA NA UNIVERSIDADE ESPIRITUAL BRAHMA KUMARIS , NA ÍNDIA E EM OXFORD.
Ministrou vários Cursos de Arte Terapia no Brasil e em Portugal, conjugando mandalas, imaginativa onírica e Reiki.
Publicou vários livros científicos ligados ao simbolismo, à hermenêutica, arte terapia, à psicologia e à pedagogia. Um dos seus últimos livros é sobre Psicologia da Arte e a Alice no País das Maravilhas, Edições UFP, 2010.
É auditora de Defesa Nacional.
Associou desde sempre as Belas Artes às Belas Letras, tendo escrito o seu primeiro livro aos 15 anos e pintado o seu primeiro quadro a óleo aos 18. Os seus poemas ilustram as suas telas.
Com 29 anos de pintura e 22 exposições individuais no país e no estrangeiro, destacamos a homenagem a Camilo Pessanha em Bruxelas; a representação única no mundo que fez ao transformar os seus quadros em jóias que decorreu no Palacete Viscondes Balsemão em 2008 sob o tema Uma jóia de Pessoa, homenageando os 120 anos do nascimento do poeta. Já em 2009, expôs no Palácio das Artes: A jóia do Douro e outras jóias de água doce- uma homenagem Ao Vinho do Porto; apresentando a Jóia do Douro em tela e em jóia ( alfinete / medalhão) ao jeito e estilo de D. Antónia Ferreirinha , prata, ouro e pedras. Em 2010 expôs no Museu do Vinho do Porto a Joia do Douro e vários quadros pintados com Vinho do Porto. A sua última exposição, em Dez. 2010, ocorreu no Museu Nacional Soares dos Reis onde mostrou a Joia da Alice e outras maravilhas, mais uma vez esta Joia teve a sua correspondência no quadro a óleo, do mesmo nome. Participou da 1ª Bienal Mulheres D`Artes, Museu Municipal de Espinho Março / Maio 2011.
OBRAS DA AUTORA:
JARDIM, M.A, Da Hermenêutica à Ética em Paul Ricoeur-contributos para um desenvolvimento educativo e moral através da literatura, Porto, Edições Universidade Fernando Pessoa, 2003.
JARDIM, M.A-(Coord)-Crianças Índigo-Novas atitudes pedagógicas. Porto:Edições Universidade Fernando Pessoa, 2009.
JARDIM, M.A. Art as a therapy and a communication method in : Cadernos de Comunicação e Linguagem, Vol.0.1.nº 02,Edições Univ. Fernando Pessoa, 2009.
JARDIM, M.A, – Psicologia da arte- a imaginação como pedagogia alternativa e a função terapêutica da literatura in Alice no país das Maravilhas, Porto, Edições Universidade Fernando Pessoa, 2010.
JARDIM, M.A, O Pincel Pessoano, Porto, Edições Fundação Adelino Ângelo,2010.
FICÇÃO:
JARDIM.M.A.,A Feiticeira Sorriso, Porto, Papiro Editora, 2006.
JARDIM.M.A, O Presente Inesquecível, Porto; Papiro Editora, 2007.
Contactos : 919511763 ou mjardim@ufp.edu.pt