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O MASCULINO E O FEMININO, princípios da criação

10.00

Informação adicional

Peso180 g
ISBN

972-9308-27-6

Ano

2015

Edição

1

Idioma

Formato

10, 7X18

Encadernação

Cartonada

N. Pág.

198

Colecção

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OBS.: Este livro ficará disponível durante o mês de Fevereiro de 2015. Este livro, A GALVANOPLASTIA ESPIRITUAL passará a ter o título O MASCULINO E O FEMININO – princípios da criação. O conteúdo do livro mantém-se.

O Mestre Omraam Mikhaél Aivanhov (1900-1986) nasceu na Bulgária. Em 1937 partiu para França, onde transmitiu o essencial do seu ensinamento. Aquilo que nos espanta, desde a primeira abordagem, na sua obra, é a multiplicidade de pontos de vista sob os quais é apresentada esta única questão: o homem e o seu aperfeiçoamento. Qualquer que seja o tema abordado, ele é invariavelmente tratado em função do homem, em função do uso que este pode fazer desse tema, para uma melhor compreensão de si mesmo e uma melhor conduta na sua vida.

«Existem no Universo dois princípios fundamentais que se reflectem em todas as manifestações da Natureza e da vida, aos quais se chama “princípio masculino” e “princípio feminino”. Toda a Criação é obra destes dois princípios, que são a repetição dos dois grandes princípios cósmicos criadores: o Pai Celeste e a Mãe Divina, dos quais o homem e a mulher são também um reflexo. Por toda a Natureza, são sempre estes dois princípios que vereis sob diferentes formas e dimensões. Vê-los-eis também no ser humano, não só no seu corpo físico, mas também no seu ser psíquico, onde o espírito e o intelecto representam o princípio masculino, e a alma e o coração, o princípio feminino. Estes dois princípios devem obrigatoriamente trabalhar em conjunto; separados, são improdutivos, e por isso estão sempre à procura um do outro…
A galvanoplastia espiritual é uma aplicação, na vida interior, da ciência dos dois princípios.»
Omraam Mikhael Aivanhov

XIII CAPÍTULO

O reino de Deus, filho da Mulher Cósmica

Todas as mulheres procuram uma só coisa: ter filhos; se não no plano físico, pelo menos no plano
espiritual. Nem uma só mulher escapa a este desejo.
É próprio da natureza da mulher querer ser fertilizada pelo homem – física ou espiritualmente – para
trazer filhos ao mundo. «Então um homem pode fertilizar espiritualmente uma mulher?» – perguntareis.
Sim, e se isto é inacessível à grande maioria deles é porque não atingiram a verdadeira espiritualidade.
Só os verdadeiros Iniciados podem fazê-lo.
Retorquireis: «E depois há um filho?» Claro, e este filho é que amparará a sua mãe, a guiará, a iluminará, a instruirá e a protegerá. Em geral, pensa-se que é a mãe que protege o filho. Sim, no plano físico, é verdade, mas, no plano espiritual, é o filho que protege a mãe.
Um Mestre, um verdadeiro Mestre, pode fertilizar todas as mulheres da terra, mesmo sem as ver
nem as conhecer. Pode fertilizá-las desde que elas aceitem uma ideia, a sua ideia, pois o germe é isso: uma ideia. Perguntais a vós próprios como é que todas as mulheres podem ser fertilizadas por um só germe. Aqui, no plano físico, isso não é possível, mas é-o no plano espiritual: um Iniciado projeta a ideia do Reino de Deus, da Idade de Ouro… e todas as mulheres da terra são fertilizadas ao aceitarem esta ideia.
Um dia, recebi a visita de um homem que passava por ser um grande espiritualista, e quando, no
decorrer da conversa, eu lhe disse que a salvação da humanidade viria das mulheres porque são elas que têm a chave da realização, ele ficou estupefacto e até indignado. Segundo ele, era o homem que tinha todas as possibilidades de ação no mundo.
Então, eu disse-lhe: «Mas por que razão é à mulher que cabe dar à luz os filhos? É claro que o homem dá o germe, mas, para que esse germe cresça e se desenvolva até se tornar uma criança perfeitamente formada, é necessária uma mulher. No plano espiritual, dá-se exatamente o mesmo fenómeno. Para que o Reino de Deus se realize na terra, é necessária a colaboração das mulheres. Elas é que farão vir o Reino de Deus se alguém for capaz de lhes dar o germe, de as fertilizar pelo pensamento, divinamente, idealmente, como o sol fertiliza a terra.»
Deus deu grandes poderes ao homem e à mulher, mas esses poderes são diferentes. O que a
mulher pode fazer, o homem não pode, e o que o homem pode fazer, a mulher não pode. A mulher
fornece a matéria e o homem fornece o espírito, isto é, a vida. Toda a gente sabe isto no que respeita
ao plano físico; mas no plano divino não se tem em conta estes grandes mistérios. De agora em
diante, todas as mulheres devem unir-se para forma uma Mulher coletiva que fará nascer a nova
vida na humanidade. Sem esta matéria, o Espírito Divino não pode incarnar. É conhecido o fenómeno das sessões espíritas em que o médium fornece uma parte da sua própria matéria, das suas emanações, aos espíritos que querem manifestar-se. Os espíritos envolvem-se nesta matéria para se tornarem visíveis, tangíveis, e então podem agir poderosamente no mundo material, deslocar objetos ou mesmo destruí-los.
Faz parte da natureza da mulher emanar partículas muito subtis, uma matéria impalpável, e esta
matéria pode receber a forma que lhe for dada por um espírito sublime. E, como todas as mulheres da humanidade representam coletivamente uma unidade, assim como no alto só existe uma Mulher,
também aqui na terra existe apenas uma. Se esta Mulher coletiva decidir consagrar uma parte da
matéria subtil que ela emana à formação de um filho que lhe será dado por um ser perfeito, esse
filho será o Reino de Deus. Não me refiro ao plano físico. É no plano psíquico que todas as mulheres
devem unir-se para se tornarem a mãe desta criança, a mãe que um homem fertilizará com uma
ideia sublime. O que eu estou a revelar-vos é muito subtil, muito puro, é divino. Esta Mulher coletiva
dará à luz um filho que será o Reino de Deus.
Talvez não me acrediteis, mas é verdade, é pura verdade. Por isso eu digo que muitos dos que falam
das mulheres são ignorantes, sobretudo quando se compara a profundeza, a grandiosidade e a imensidão do que eu acabo de revelar-vos com todas as elucubrações e idiotices que há séculos se tem propagado sobre elas por causa de questõezinhas pessoais. Muitos espiritualistas menosprezaram a mulher sem saberem que, por causa desse menosprezo, não podiam realizar o Reino de Deus! O Reino de Deus só pode ser realizado por intermédio das mulheres, porque é a mulher que deve fornecer a matéria que lhe dá corpo. A única filosofia que um dia resistirá a tudo, que durará eternamente, é esta que eu vos trago e que não é a minha filosofia, mas a de muitos seres que vieram antes de mim. Salomão, um sábio muito célebre do Antigo Testamento e que também era rei, tinha estes conhecimentos sobre os poderes da mulher. A Bíblia conta que Salomão teve 700 mulheres e 300 concubinas e, em geral, as pessoas não sabem o que ele fazia com todas essas mulheres; pensa-se que era para seu prazer e que ele vivia com elas na pior devassidão.
Na realidade, Salomão era um grande sábio, um mágico que tinha poderes sobre os espíritos do
mundo invisível. Como é que ele poderia dispor desses poderes se vivesse na devassidão? Pois bem, é que ele tinha outra espécie de relação com as suas mulheres. Não sabeis ainda que papel pode ter a mulher junto de um homem esclarecido, iluminado, e que pratique uma magia verdadeiramente divina.
É certo que, mais tarde, Salomão sucumbiu, porque não conseguiu resistir e dominar todas as forças
que desencadeou. Mas, no apogeu do seu reinado, ele possuía um tal poder material e espiritual que
mandou construir o tão famoso templo de Jerusalém, fazia juízos de uma sabedoria espantosa e a
sua fama propagou-se por todo o mundo.
Evidentemente, o reinado de Salomão não tinha ainda o esplendor espiritual para o qual trabalham
os maiores Iniciados. Por isso, entre os Iniciados, Salomão não está na categoria mais elevada, porque trabalhava demasiado para ele próprio, para a sua própria glória, a sua própria fama; e a sua
magia não era ainda a teurgia. Há magia e magia, e muito poucos magos chegaram a esse grau superior em que já não se tem interesse pela magia em si mesma, em que já não se comanda os espíritos e os elementais com o único propósito de realizar ambições pessoais.1 Os verdadeiros magos, os maiores que existiram, não se ocupavam disso; trabalhavam unicamente para o Reino de Deus; usavam todas as suas forças, todas as suas energias e todos os seus conhecimentos para a realização do Reino de Deus. Eram teurgos, isto é, seres que praticavam a magia sublime, a magia divina; o seu trabalho era absolutamente desinteressado. Claro que, para chegarem a este grau de elevação, eles tinham uma abnegação e uma pureza excecionais, não procuravam a glória nem o prazer, desejavam somente transformar a terra para que Deus viesse habitar entre os humanos.
Salomão não conseguiu elevar-se a este grau, mas tinha grandes conhecimentos e, particularmente,
sabia que as mulheres são capazes de fornecer a substância primária, a matéria com a qual
o princípio divino pode criar formas. O princípio divino produz os germes, as centelhas, o fogo, o
poder, mas estas essências são tão subtis que se perdem no infinito se não forem fixadas. Para se obter formas sólidas, estáveis, reais, tangíveis, no plano físico, é preciso que o princípio feminino também participe. Por isso, só a mulher, pelas emanações fluídicas que se escapam dela, é capaz de fornecer a matéria-prima que pode realizar os projetos, as ideias, os objetivos divinos do teurgo. E o teurgo serve-se de todas as emanações que as mulheres enviam, inconscientemente, para o espaço; graças a estas emanações, ele pode realizar os seus projetos sublimes com vista à realização do Reino de Deus. Portanto, sem as mulheres, é impossível realizar o
Reino de Deus!
Salomão praticava as suas operações mágicas graças à matéria emanada pelas numerosas mulhe-
res que o rodeavam, e conseguia bons resultados, é certo, mas isso não era ainda a magia divina, porque a magia divina baseia-se na sabedoria. A teurgia a sabedoria são uma e a mesma coisa, até à qual muito poucos seres se elevaram ao longo da História. A maioria serviu-se dos seus conhecimentos sagrados para praticar a magia sexual, a fim de obter dinheiro, glória, prazeres. Ora, toda a prática que serve para satisfazer a natureza inferior é magia negra. Muitos ocultistas afamados ficaram por aí, como A. Crowley e P. Randolph, o autor de Magia Sexualis, contra a influência do qual H. Blavatsky lutou.
A magia sublime consiste em saber utilizar tudo, absolutamente tudo, para o Reino de Deus;
utilizar a água, a terra, o ar, as plantas, as ribeiras, os rochedos, utilizar, até, tudo o que os homens e
as mulheres emanam, essas energias espantosas que jorram para o espaço sem que ninguém saiba
aproveitá-las. Ou, então, se alguns as utilizam, é para realizações pessoais, como fez Salomão. E
como – já vos tenho dito isto muitas vezes – os motivos pessoais, interesseiros, despertam as forças
do Inferno, certos espíritos infernais vinham alimentar- se junto dele. Ele bem tentava afugentá-los,
mas esses espíritos voltavam e, por fim, Salomão não conseguiu resistir mais e sucumbiu.
Mas deixemos Salomão e voltemos ao essencial. O essencial é as mulheres compreenderem
que, se aceitarem consagrar toda essa matéria subtil que emana delas, todo o seu ser, toda a sua existência, ao princípio divino que está no alto, os anjos, os arcanjos e os mais elevados espíritos luminosos servir-se-ão desta matéria, verdadeiramente única, preciosa, para preparar as formas da nova vida.
Em vez de servir apenas os humanos, as mulheres devem decidir-se a servir a Divindade. É este o
ideal que eu lhes proponho. Quantas de entre elas conseguirão realizá-lo, não sei; mas eu estou aqui
para as convidar a fazê-lo.
O poder da mulher é imenso, porque ela possui um magnetismo especial sob a forma de pequenas
partículas subtis que emanam dela. Portanto, não é no plano físico que a mulher tem o maior poder,
mas no domínio das emanações. Por causa dessas emanações que a natureza lhe deu, e com as quais é capaz de formar corpos de natureza etérica, é que a mulher tem sido apresentada como uma mágica, uma fada. Por isso, se um grande Mestre, um Salvador do mundo, lhes der o germe, a ideia, as mulheres, graças às suas emanações, poderão construir o corpo desse filho que é o Reino de Deus na terra.2
As pessoas creem que isto não é possível, mas é, a mulher possui partículas que lhe permitem forjar
outros corpos além do dos filhos que pode trazer no seu ventre. Se ainda não se veem tais realizações é porque as mulheres têm outras coisas na cabeça: o seu ideal é ainda demasiado limitado.
Quando as mulheres decidirem consagrar-se ao Céu, para que toda essa matéria maravilhosa
que possuem possa ser utilizada com uma finalidade divina, ver-se-ão focos de luz acendendo-se
por toda a terra e todo o mundo falará a linguagem da nova cultura, a linguagem da nova vida,
a linguagem do amor divino. Que esperam elas para se decidir? Entregam-se sempre a ocupações
muito baixas, muito vulgares. Desde a infância que se preparam para se encaixar em qualquer lado e
criar a sua pequenada. São elas que, de antemão, constroem para si próprias um destino medíocre e
depois lamentam-se: «Que vida!» Mas a culpa é delas. Por que é que não tiveram um ideal mais
elevado? O seu destino teria sido completamente diferente.
Portanto, de agora em diante, que todas as mulheres da terra, sejam casadas ou não, sejam
mães ou não, se tornem conscientes das suas possibilidades e decidam contribuir com todo o seu ser, e graças às suas emanações subtis, para a formação de um novo corpo coletivo, o Reino de Deus na terra. Que elas tentem ver as coisas de outra forma e compreenderão que o seu estado melhorará graças a este alargamento da sua consciência.
Quando as mulheres começarem a fazer este trabalho, obterão a verdadeira beleza. Na generalidade, quando uma mulher está à espera de um filho, é raro ficar mais bela; os traços do seu rosto tornam-se vincados, porque a criança que traz no ventre lhe tira as energias. Mas, quando as mulheres forem fertilizadas por esta ideia da Idade de Ouro, tornar-se-ão belas, radiosas, porque esse filho espiritual lhes transmitirá a sua juventude e a sua beleza. Portanto, todas as mulheres têm interesse em alimentar nelas esta ideia da realização do Reino de Deus, pois tal ideia vivificá-las-á e torná-la-ás mais belas.
Apresento-vos hoje um dos maiores arcanos da Ciência iniciática. Todos os que menosprezaram a
mulher, que não compreenderam a importância do seu papel e não trabalharam com ela, nada puderam realizar, porque é graças à mulher que as ideias mais sublimes têm possibilidade de se incarnar.
Notas
1. Cf. O livro da Magia Divina, Col. Izvor n.º 226.
2. Cf. Cherchez le Royaume de Dieu et sa Justice», Parte IV,
cap. 1: «Le Royaume de Dieu et sa Justice».

ÍNDICE:

I – A galvanoplastia espiritual
II – O homem e a mulher. reflexo dos dois princípios
III – O Casamento
IV – Amar sem querer possuir
V – Como melhorar as manifestações do amor
VI – Só o amor divino preserva o amor humano
VII – O acto sexual sob o ponto de vista da Ciência Iniciática
VIII – Acerca da essência solar da energia sexual
IX – A concepção dos filhos
X – A gestação
XI – Os filhos do nosso intelecto e do nosso coração
XII – Dar de novo à mulhger o seu verdadeiro lugar
XIII – O Reino de Deus, filho da Mulher Cósmica