ACERCA DA “MORTE”

Faro, 19.11.2000; 07H00
Agora oriento-vos nos cuidados a ter aqui, entre vós, com todos os Espíritos, as Almas dos que, desencarnados (mortos) andam ao vosso redor à espera de subir.
Primeiramente, vós não sabeis nada sobre a morte e o que fazeis aos vossos desencarnados é um verdadeiro desrespeito e crime. Sabemos que o fazeis por ignorância, mas o crime cometido por ignorância não deixa de ser um crime só porque ignorais, mas é crime da mesma forma.
O cadáver deve ser exposto por 3 dias e meio, o tempo de fazer as desagregações dos corpos etérico-vital, iónico e perispírito, que compõem a ligação do corpo físico com o corpo astral e os outros. O corpo astral é onde estão as emoções, as sensações, as paixões e os desejos.
O vosso desconhecimento a nível das energias e dos seus fluxos faz-vos nada saber das conexões energéticas entre os corpos subtis e o corpo físico-denso-energético. O corpo físico-denso é a união do corpo denso e do corpo etérico. Constituem o terceiro, que é o corpo vital energético. Este, por sua vez, unido aos anteriores, forma o agregado de plasma vital animado, chamado perispírito, o que em si é o agregador ao corpo astral.
A desagregação destes corpos e as respectivas emoções e sensações que se transmitem ao corpo físico, ficam ainda presentes por 3 dias e meio. Assim que, cortar um cadáver, coser o cadáver e enterrá-lo ou incinerá-lo, vai produzir dores, sensações e sufoco, inclusive angústia à Alma, que tudo sentirá e sofrerá, desde que se faça algo de tudo o que referi no prazo anterior aos 3 dias e meio..
De igual forma, colocá-lo no frigorífico, ele sente-se gelar, sente muito frio e falta de ar, se não passou o prazo de que falei. Se amais os vossos familiares e conhecidos, não cometais
crueldade para com eles. Cuidai que sejam felizes na morte e no tempo de transição.

Faro, 19.11.2000; 11H00
O acompanhamento do “morto”, o que passou para o outro lado da Vida, deve ser feito de forma consciente, não profana, pois é algo absolutamente sagrado e é um momento muito importante.
Em vez de haver o processo das “carpideiras” em que estão em pranto a chorar o “morto”, que não está morto e sim vivo, mais vivo que os supostos vivos que o acompanham e o consideram morto, deve haver uma mentalização e a invocação aos Anjos (entidades Dévicas) que assistem à passagem do Umbral e permitem que o desencarnado entre no gozo da Felicidade e da Paz a que tem direito.
A passagem do Umbral é algo muito importante, é necessário o acompanhamento das entidades da Luz, os chamados Auxiliares da Luz, designados entre vós por Guias, de modo a evitar que a consciência que está transitando entre os dois mundos seja arrastada para “prisões límbicas astrais”.
É importante enviar pensamentos ao que parte, do tipo:
“Amado(a) Irmão(ã), fica tranquilo(a) e aceita esta inevitável e inadiável partida deste mundo, esta dimensão em que estiveste connosco, que ainda aqui permanecemos, como algo verdadeiramente
Bom e Maravilhoso, algo indispensável ao teu Ser e que vai ajudar ao teu futuro progresso de consciência. Nós te amamos muito e queremos o teu Bem, por isso com alegria te vemos partir para essa dimensão superior, da Luz, que te envolve no conhecimento das tuas responsabilidades de Alma e de Espírito e te aproximam, uma vez que desenvolvas os teus deveres e aceites a orientação dos teus Mentores, da Luz Divina, à qual todos estamos votados a encontrar e a conhecer. Aceita, pois, os nossos votos de Paz e Felicidade, para que vás na Senda dos Felizes Convidados para a promessa da “Ceia do Senhor” – o usufruir das bênçãos dos Bem-aventurados que neste mundo seguiram os princípios Crísticos que Jesus e Judas, os Meus Amados Filhos, assim como Tiago, todos sob o nome de JESUS difundiram, assim como Buddha Gautama difundiu o Conhecimento da Via da Doutrina do Coração ou o Caminho do Herói, o Bodd´hishattwa, ou como Muhammad (Maomé) difundiu os passos Pacíficos que qualquer praticante do Islam tem que conhecer do Al-Coran”.
A “morte” é em si um processo iniciático que toca a todos os homens, em todas as Religiões e em todas as culturas, até os ateus por ela têm de passar. Não é nada dramático ou terrível, é algo natural e transformador.
Quando o ser parte desse mundo, deve ser acompanhado e orientado pelo Sacerdote (1) à sua vida futura, ao seu próximo renascimento, rumo à libertação da militância de vidas entre a dor e o sofrimento e o desapego. Assim, é aos Sacerdotes que cabe o encaminhamento das Almas.
Infelizmente, os Sacerdotes Católicos ou das Igrejas não Católicas, cristãs, são ignorantes da realidade do “post-mortem” e têm discursos “estranhos” para aqueles que estão deste lado, além-morte e que não fazem sentido.
“Vais descansar o sono eterno até à Ressurreição…”
Não entendem isto aqueles que partiram.
Outro aspecto difícil é lidar com o choro dos entes queridos, os que passaram não entendem isso e afligem-se com esse processo.
Para a felicidade do “morto”, agradeçam-lhe por o terem conhecido, por tudo o que ele vos pôde inspirar e ajudar, do tempo que andastes juntos. Se houve alguns factos ou situações tensas e difíceis entre vós e ele, memorizai-as e perdoai-lhe do fundo do Coração, assim como pedi-lhe mentalmente que vos perdoe. Envolvei-o num sentimento de Paz, Amizade e Amor.
Se o ente que morreu deixou dívidas ou compromissos de honra convosco por resolver, perdoai-lhe as dívidas e doai-as ao Altíssimo, para maior glória de Deus e Vossa. Pois é no perdoar que se é perdoado e no libertar que provamos a grandeza do nosso Amor. Libertai o que transitou deste mundo e envolvei-o num sentimento de Paz, Alegria e Bênção. Preparai aquele que se libertou a suavizar os seus laços kármicos, doutrinando-o (através de conversação mental), pois as acções praticadas lhe serão apresentadas. Cultivai nele a Paz e a Tranquilidade necessárias
a ter o discernimento de enfrentar o julgamento a que se vai submeter depois de ter deixado este mundo e no mundo da Luz Astral.
Na Sala de Projecção toda a sua vida vai passar diante dele e tudo o que ele fez lhe será apresentado, tudo o que disse e o que pensou. Tem que se preparar para isso e será confrontado com tudo o que fez na vida anterior a essa e a comparação vai dar-lhe a conhecer o que progrediu ou vai progredir. É ele mesmo que vai eleger a sua própria “penalização” em relação às suas
falhas. Isso é muito importante.
Para cada crença cultural há um Paraíso diferente onde o morto vai ficar. Os Paraísos são projecções mentais, não são reais.
É importante saber encaminhar os vossos irmãos que partiram, o ritual pelos mortos celebrado com Consciência. Sede cautelosos e caridosos, mesmo para com os mortos.
Eu vos abençoo.

Myriam

(1) O Sacerdócio referido da Igreja da Alma, é o Sacerdócio hereditário ou de Mel-Ki-Tze-Dek, o Sacerdócio pelo Qual Somos Ungidos em Espírito, ainda na Vida Prémortal, e de que somos todos portadores.
Qualquer pessoa Auto-Consciente deste Poder e Autorizado, Investida, pode acompanhar o morto e efectuar o Ritual ou Rituais referenciados, além de que, se preparado no encaminhamento e
doutrinação, pode Encaminhar a Alma e doutriná-la, colocando-a em posição de poder ser aceite e Ela mesma aceitar a ajuda do Astral, dada pelos Guias de Luz.