Ir para o conteúdo Ir para rodapé

AO ENCONTRO DA TEOSOFIA – (O Homem e o Universo à Luz da Sabedoria Antiga)

Autor:Caldas, José

20.00

Informação adicional

Peso500 g
ISBN

978-989-8691-93-4

Ano

2019

Edição

1

Idioma

Formato

145 x 210

Encadernação

Cartonada

N. Pág.

360

Colecção

Partilhe:

SINOPSE

Quando um neófito assoma às portas de um movimento ou escola esotérica, ouve com frequência a afirmação de que o seu objectivo é “a busca da Verdade”.
Mas que “Verdade” é esta?
De uma forma simplificada, diremos que ela é a “resposta final e definitiva às cinco questões fundamentais da existência:
1. O que é o Homem?
2. O que é o Universo?
3. Qual o sentido da existência?
4. De onde vimos?
5. Para onde vamos?”
Desde há milénios, Sábios do Oriente têm dedicado a sua existência à busca destas respostas.
A partir de finais do século XIX, foi fundada a Sociedade Teosófica com o objectivo de as divulgar ao grande público de uma forma aberta e numa linguagem clara e pedagógica.
Este livro é uma síntese dessa espantosa visão do Homem e do Universo que nos habituamos a designar por “Teosofia”, o Conhecimento Divino.

A ETAPA HUMANA DA EVOLUÇÃO MONÁDIXA – A INDIVIDUALIZAÇÃO

O processo da individualização permite a elevação da alma de um animal particular a um nível muito mais alto do que o atingido pela alma-grupo a que pertence. Este fenómeno é completamente irreversível, de modo que, após ter lugar, nenhuma mónada pode mais voltar a encarnar no estádio de alma-grupo1. Por isso, a individualização não pode ocorrer com qualquer animal, mas só com aqueles cujo cérebro estiver desenvolvido até certo nível, sendo o método usualmente adoptado para alcançar tal desenvolvimento mental o de trazer o animal a um contacto estreito com o homem. Assim, a individualização só é possível para animais domésticos, e mesmo assim, só para certos tipos. Os animais selvagens superiores podem todos ser distribuídos em sete linhas evolutivas que conduzem aos animais domésticos; por exemplo, a raposa e o lobo estarão na mesma linha do cão, enquanto o leão, o tigre e o leopardo conduzem ao gato doméstico… As mónadas que encarnem nestes animais deverão, mais tarde, encarnar em animais domésticos que pertençam à mesma linha evolutiva para que, a partir daí, possam atingir o processo de individualização. Como referimos, só os animais domésticos na companhia do homem podem individualizar-se pois só o afecto e inteligência induzidos e estimulados por esse convívio são capazes de gerar o estímulo energético capaz de despoletar o processo da criação do corpo causal / alma.

No entanto, pode acontecer que, algumas vezes, a individualização seja alcançada por meios “irregulares” como, por exemplo, o orgulho, o medo, o ódio e o intenso desejo de dominar os demais. Os animais cruelmente tratados pelo homem desenvolvem intensamente a astúcia para se proteger e isso pode determinar o desprendimento da alma grupal, formando um ego de baixa intelectualidade e capaz somente de expressar baixas paixões.
Uma variante desse caso – a individualização pelo medo – induz no animal, devido à crueldade sofrida, o desenvolvimento mais do ódio do que propriamente o medo. Ele é capaz de desenvolver a inteligência necessária para atacar o agressor e, assim, alcançar a individualização. O conhecimento deste processo pode e deve conduzir-nos a avaliar a importância e responsabilidade da nossa atitude para com o reino animal.
É esta separação da alma-grupo e a formação de um corpo causal separado que marca a distinção entre o animal mais superior e o homem mais inferior. Quando, finalmente, a mónada adquire um corpo causal, inicia-se então a sua também longa evolução como ser humano.

Assim, poder-se-á dizer que o “Homem Integral” é uma estrutura composta de três partes principais: a Mónada, o Eu Superior ou Individualidade, formado pelos corpos Átmico, Búdico e Causal / Alma, também designado “Trindade Superior” e o Eu Inferior ou Personalidade, constituído pelos corpos mental, astral, etérico e físico e também designado “Quaternário Inferior”.

A partir daqui, terá lugar uma nova etapa evolutiva que se desenvolverá em encarnações alternadas em corpos masculinos e femininos – não só por razões kármicas, mas também pela necessidade da mónada apreender essas perspectivas e pontos de vista complementares da existência.
Nas primeiras etapas deste processo evolutivo, a mónada “delega” no corpo causal ou alma a gestão de todo o processo encarnatório, mantendo-se ela em segundo plano, provavelmente desenvolvendo outras actividades no seu próprio plano.

Nestas etapas iniciais, a mónada, através da alma ou corpo causal, está sobretudo focada nas experiências dos três planos mais densos, o físico, o astral e o mental, aprendendo a lidar com os seus fenómenos e condições, num estado de amnésia espiritual – isto é, sem que o eu inferior, o ego, tenha consciência da natureza espiritual da mónada (o ser real) e do percurso evolutivo em que está envolvido. É uma etapa caracterizada por estados de conflito, agressividade, egocentrismo, busca do prazer pessoal e poder sobre outrem.
Esta é a condição natural de todos os seres humanos (a maioria) cuja mónada se encontre nas etapas iniciais da sua evolução. Na verdade, a “senda da espiritualidade” consiste numa espécie de “caminho de regresso” em que a dimensão espiritual da mónada se faz sentir de forma cada vez mais intensa, permitindo que a consciência material se identifique cada vez mais com os seus valores e cada vez menos com as dimensões materiais da existência, nomeadamente a agressividade, o egocentrismo e os apegos físicos, emocionais e mentais. Mas, isso só sucederá muito mais tarde.

Em cada nova encarnação, a alma adquirirá novos corpos físico, astral e mental que lhe permitirão aprender de forma agora consciente as experiências que esses corpos e mundos lhe proporcionam. Mais tarde, muito mais tarde, como referimos, a alma desligar-se-á progressivamente dessas experiências materiais e começará a sintonizar-se com as suas dimensões superiores, procurando alinhar a consciência material (física, astral e mental) com os valores e princípios da natureza superior. Isto significa que a evolução humana se desenvolverá em dois tempos principais:

– Inicialmente, a mónada, através do seu eu inferior ou ego, projectar-se-á intensamente no frenesim da matéria e dos sentidos e procurará realizar o máximo de experiências ligadas ao egocentrismo – o prazer, o poder, as paixões e sensações intensas, vendo-se a si própria como um ser separado e distinto dos demais;
– Seguidamente, após essas experiências terem sido realizadas e integradas na sua consciência, a mónada inicia uma nova etapa – dominar, alinhar e sintonizar os seus corpos materiais com a sua natureza última – Altruísmo, Compaixão, Desapego.
O momento de transição entre as duas etapas é marcado pela instalação na consciência material de sentimentos crescentes de vazio, de tédio, de insatisfação interior, de desassossego existencial, de necessidade de encontrar um sentido não material para a vida. Neste momento, começam, ainda que de forma muito ténue, os primeiros passos da vida espiritual.

Como referimos, na etapa inicial do seu desenvolvimento humano, a mónada de alguma forma abstrai-se do processo que decorre nos planos materiais. Depois de se dotar de uma alma / corpo causal que, simultaneamente permite a ligação com os corpos superiores e inferiores, a mónada “centraliza” nesta estrutura a responsabilidade da gestão da evolução material, como que em regime de “piloto automático”. Embora a mónada continue a fornecer aos seus corpos o suporte da auto-consciência (que só ela possui), contudo, nesta primeira fase, ela permite que a sua estrutura material evolua com alguma autonomia, um pouco à semelhança de uma sonda espacial cujos sistemas informáticos lhe permitem realizar certas operações sem ter de receber constantemente instruções do centro de comando. Isto mostra que a evolução da mónada não se esgota na experiência humana. Ela “habita” o plano monádico do seu sistema solar e nesse espaço desenvolve outras actividades que nos escapam completamente. O objectivo final da sua evolução consiste em aplicar de forma criativa os conhecimentos que adquirir ao longo da sua experiência nos mundos solares, materiais ou outros. Mas, nesta primeira fase, a gestão desse processo é “delegada” na alma / corpo causal até ao momento em que a mónada, de novo, dirige a sua atenção para “baixo”. Esse momento corresponde à altura em que decide que os conhecimentos e experiências adquiridas já são suficientes e que chegou o momento de passar à segunda parte da sua evolução material – o alinhamento e sintonia da consciência material pelos valores espirituais.

Lembremos, de novo, que a primeira parte deste processo evolutivo é vivida sobretudo nos planos físico, astral e mental. Uma mónada recém-individualizada no reino humano (designada “alma nova”) encarna sedenta de conhecimento e experiências materiais e sensoriais. O seu Eu Inferior procura mergulhar do modo mais intenso que lhe for possível nesse tipo de experiências e contextos. De uma forma geral, poderemos dizer que um Eu Inferior “virgem” está totalmente dominado por impulsos egocentristas, no sentido mais amplo do termo. A busca do prazer e do poder pessoais e materiais associa-se a sentimentos intensos de orgulho, agressividade, insensibilidade perante terceiros, possessividade intensa de seres e objectos. Todas essas vidas serão destinadas a maximizar esses sentimentos e impulsos que ele julga trazerem a felicidade. Nesta fase evolutiva, na verdade, a busca da felicidade está directamente ligada à conquista desses objectivos egoístas e autocentrados. Mas, ao longo de muitas vidas, o ser vai aprendendo (quase sempre à custa de sofrimentos, desgostos e frustrações) que essa postura gera inevitavelmente estados permanentes de infelicidade, entrecortados por momentos efémeros de curtas alegrias. Os estados iniciais de egocentrismo radical vão sendo progressivamente atenuados pelo desenvolvimento de sentimentos de amor, amizade, fidelidade e espírito de sacrifício, induzidos pelas suas relações familiares, influências religiosas ou laços diversos de natureza política, social ou recreativa. É exactamente o lento somatório destes impulsos altruístas que vai lentamente amadurecendo e expandindo os corpos superiores (búdico e átmico) que, mais tarde, contribuirão decisivamente para o desenvolvimento dos impulsos espirituais do ser.

Quando a mónada, volta de novo a sua atenção para os seus corpos materiais, ela vai utilizar o pequeno potencial espiritual já instalado nos corpos búdico e átmico para reorientar a atenção da consciência material para a sua natureza espiritual. Este processo desenvolve-se, como referimos, pela irrupção de sentimentos de vazio interior, de desencanto e desassossego com a vida material, por muito bem-sucedida que possa ser. Aspira-se, não se sabe bem como nem porquê, a algo que satisfaça interiormente e a que chamamos (à falta de melhor nome) espiritualidade. Ao longo de dezenas de encarnações, este chamado interno vai-se aprofundando, até a consciência material se render completamente a ele. Contactará ao longo desse percurso, escolas e movimentos diversos de natureza espiritualista que lhe proporcionarão a cada momento o “alimento espiritual” de que necessita. Ao longo de inúmeras tentativas, erros, falhas e pequenas vitórias, vida após vida, o ser humano (a sua consciência material) vai-se “convencendo” que a felicidade que tanto busca e por que tanto anseia se encontra realmente no seu interior e não na posse de objectos materiais, na busca de sensações intensas ou no prazer meramente intelectual. Tudo isso se revela cada vez mais insuficiente para lhe proporcionar a paz interna que anseia. E então decide gradualmente pautar a sua vida pelos três grandes valores da espiritualidade – o altruísmo, a compaixão e o desapego – encontrando nisso a satisfação plena.

É importante notar que, durante este longo período de reversão de valores (que se estende por dezenas de vidas), duas forças se chocam no interior do homem:

– por um lado, a estrutura dos corpos materiais e a força do hábito desenvolvido em centenas de encarnações de procurar a “felicidade individual” através da busca do prazer (físico, afectivo e intelectual) e do poder / controlo sobre terceiros, exercido através dos corpos materiais e armazenado sob forma vibratória nos átomos-permanentes;
– por outro, o impulso para a “espiritualidade” exercido por influência da mónada e do despertar dos corpos superiores. Estes impulsos, de natureza muito subtil, “descem” para a natureza material através de Antakharana, o cordão de consciência que liga o Eu Superior e o eu inferior, e manifestam-se através do efeito cada vez mais intenso exercido pela Consciência Búdica ou Sabedoria Espiritual (Compaixão, Sentido Ético, Busca do Bem Comum) e Consciência Átmica ou Vontade Espiritual (Harmonia, Beleza, Serviço Desinteressado, Amor Incondicional) sobre a consciência material.

Não esqueçamos que o resultado de todas as experiências vividas ao longo de múltiplas encarnações vai ficando registado nos átomos-permanentes e nunca se perde. Quando o ser já atingiu a fase de transição evolutiva, a cada nova existência, regressam, embora em contextos diferentes, os mesmos sentimentos de vazio e desassossego interior, a memória difusa da insuficiência da vida material e a aspiração por algo de “superior”, desenvolvidos em vidas anteriores. E este é um processo crescente que impulsiona gradualmente o ser em direcção aos valores monádicos. A cada nova encarnação, as estruturas física, emocional e mental do ser humano vão-se tornando progressivamente mais sensíveis aos impulsos superiores, provindos da mónada e dos corpos búdico e átmico, que “descem” pelos cordões Antakharana e Sutratma até à consciência material e, sobretudo, mental. Este aumento de sensibilidade torna gradualmente mais fácil abdicar das exigências específicas de cada corpo (conforto e prazer físico e emocional, vaidade e orgulho pessoal, agressividade…) e submetê-las a propósitos e práticas altruístas e compassivas, de natureza cósmica, em relação à natureza em geral e a todos os seres sencientes em particular. Quando o ser humano se sintonizar totalmente com as Leis Cósmicas superiores e dedicar completamente a sua existência ao serviço altruísta, a mónada atingiu a etapa final na sua evolução humana. Deixa então de necessitar de encarnar mais na condição humana e, quando o fizer, será apenas em serviço aos seus irmãos mais novos ainda mergulhados nas lutas e ilusões materiais.

ÍNDICE

A SABEDORIA ANTIGA – O UNIVERSO E O HOMEM SUPRAFíSICOS …9
A Sociedade Teosófica ……………………………………………………………..14
O que é a Teosofia ……………………………………………………………………17
A posição da Sociedade Teosófica em relação aos Ensinamentos Esotéricos ……..19
Quatro pressupostos básicos da Teosofia ……………………………………21
Hermes Trismegisto e os Sete Princípios Universais ……………………. 30

ESTRUTURA GLOBAL DO UNIVERSO E DO HOMEM …………………… 35
A estrutura do Universo ……………………………………………………………35
A estrutura do ser humano ……………………………………………………….38

ORIGEM ÚLTIMA DO UNIVERSO ……………………………………………… 43
O “NASCIMENTO” DO UNIVERSO …………………………………………… 49
Fohat ……………………………………………………………………………………..55
Prana ……………………………………………………………………………………..62
Kundalini ………………………………………………………………………………..66

OS CENTROS PLANETÁRIOS ………………………………………………… 69
O TERRITóRIO EVOLUTIVO DO SER HUMANO – O SISTEMA SOLAR 75
Os sete planos do sistema solar…………………………………………………77
Plano Físico …………………………………………………………………………….78

Plano Astral ……………………………………………………………………………79
Plano Mental ………………………………………………………………………… 85
Planos Superiores …………………………………………………………………..90
Planos Búdico e Átmico ……………………………………………………………91
Plano Monádico……………………………………………………………………….93
Plano Divino ………………………………………………………………………….. 94
Planos e Dimensões …………………………………………………………………96

CONSCIÊNCIAS EM EVOLUçÃO NO SISTEMA SOLAR ………………… 99
Logos ……………………………………………………………………………………..99
Hierarquias Espirituais ……………………………………………………………103
Hierarquias Dévicas …………………………………………………………………115
Mónadas ………………………………………………………………………………125
O Estado actual do planeta …………………………………………………….136

EVOLUçÃO DA MóNADA – O SER HUMANO ……………………………… 139
Consciência Elemental ……………………………………………………………142
Almas-grupo …………………………………………………………………………143
A etapa humana da evolução monádica – A Individualização ……..149
Esquemas evolutivos, cadeias e rondas ……………………………………158
As sete Raças-Raiz ………………………………………………………………..166
Síntese brevíssima das sete Raças-Raíz ……………………………………168

OS CORPOS DO HOMEM ……………………………………………………… 174
O corpo físico – o duplo etérico …………………………………………………177
O corpo astral …………………………………………………………………………181
O corpo mental inferior …………………………………………………………..190
O corpo mental superior, corpo causal ou alma ………………………….. 197
Os corpos búdico e átmico ……………………………………………………..204
Corpo búdico …………………………………………………………………………207
Corpo átmico …………………………………………………………………………213

A Mónada ……………………………………………………………………………..218
O que é o ego? ………………………………………………………………………224

OS RAIOS …………………………………………………………………………… 235
Qualidades dos Raios ……………………………………………………………..237
Dois Tipos de Raios ………………………………………………………………..240
Os Raios Individuais ……………………………………………………………….240
Raios Planetários …………………………………………………………………..245
A Nova Era – Emanuel Saskya Introdução ……………………………………252
O lado visível da Nova Era O que é isto de Nova Era?…………………..252
Expansão e contracção ……………………………………………………………254
Consequências da planetarização na evolução da consciência colectiva……254
Consequências da planetarização na vida prática comum ……………256
Consequências da planetarização na emergência de uma nova consciência religiosa ….257
Novo paradigma emergente da Nova Era …………………………………..258
O lado invisível da Nova Era A fonte energética do movimento ……….259
As transformações ocorridas……………………………………………………261
As transformações a ocorrer – e a esperança ……………………………..265

TRÊS LEIS BÁSICAS DO UNIVERSO EVOLUÇÃO, KARMA / DHARMA E
REENCARNAÇÃO.………………………………………………………………………………………………………268
Evolução ……………………………………………………………………………….268
Karma ………………………………………………………………………………….275
Dharma ………………………………………………………………………………. 284
Reencarnação ………………………………………………………………………..287
Tipos de Reencarnação …………………………………………………………..292

A ESPIRITUALIDADE E O DIVINO ……………………………………………302
Paz …………………………………………………………………………………… 309
Altruísmo ………………………………………………………………………………311
Desapego ……………………………………………………………………………..334

CONCLUSÃO ……………………………………………………………………… 341

BIBLIOGRAFIA …………………………………………………………………… 351