Ir para o conteúdo Ir para rodapé

AS INICIAÇÕES E A EXPANSÃO PORTUGUESA

Autor:Maria Ferreira da Silva

12.00

Informação adicional

Peso200 g
ISBN

972-9054-09-6

Ano

2006

Edição

2

Idioma

Formato

208 x 147

Encadernação

Cartonada

N. Pág.

127

Colecção

REF: 7 Categorias: , , ID do produto: 23099
Partilhe:

Esta obra, em que viajamos com a autora até ao Brasil, Tailândia, Darjeeling, Sikkim e Goa, contínua a apresentar-nos aspectos do caminho iniciático, no seguimento do livro “As Iniciações”, o qual, em Setembro de 1993, mereceu do Prof. Agostinho da Silva o seguinte comentário:
“Creio que a grande lição das suas excelentes “Iniciações” é a de que é no mais profundo das Religiões que se alcança a Sabedoria, a qual logo deve ser ultrapassada para que sejamos na vida como inocentes crianças, quem sabe se muito perto da inteira Inocência da Criatividade Absoluta”
Nesta nova obra são revelados pela primeira vez segredos muito subtis do cérebro, da inteligência e da evolução, que esperamos um dia ver os cientistas a comprová-los.

“O objectivo deste trabalho é desmistificar. Desmistificar as interpretações históricas e religiosas, engrandecidas ou diminuídas pelas ilusões e limitações humanas que incapacitam de dar o justo valor, e demonstrar a estreita ligação entre os acontecimentos e o caminho interno e iniciático do homem. A amplitude da desmistificação da ilusão humana é infinita, pois está de acordo com o aproveitamento das capacidades de cada ser em aprofundar a verdade universal, ou seja, quanto mais crescemos espiritualmente mais longe vamos na compreensão dos mitos ou ilusão da manifestação. Podemos assemelhá-la simbolicamente às ondas do oceano, que quando se formam logo se desintegram para se fundirem novamente com o oceano. Assim a ilusão humana, quando denunciada ou reconhecida, o que acontece gradualmente, é como a onda elevando-se no mar e diluindo-se na sua própria substância ao rebentar. Mortas as ilusões, fica a essência das compreensões assimiladas e integradas num todo que vai constituindo a sabedoria do ser, tal como a onda dissolvida e não aniquilada, mas integrada; portanto, a realidade é uma conjugação de forças e energias resultante de transformações em que, tal como o mar não deixa de o ser pela formação das ondas, também o desmistificar das ilusões não significa que o Ser deixa de o ser, ou ser mais do que era, pois tudo já era antes de ser revelado.
A ignorância é a mãe de todas as ilusões e, constituindo aquilo que não sabemos, é composta de lacunas imensas perante a sabedoria eterna. Nestes vazios reina a fantasia ou a imaginação, dependendo do grau de inconsciência, sendo a dimensão desta ignorância proporcional ao seu mundo de fantasia: quando mais fantasia, mais ignorância.
No caso especial da expansão portuguesa pelo mundo, o que vamos aqui considerar, será não só desmascarar o que não se fez na Índia, mas também dar o valor justo ao «feito» no Brasil, África e Japão, pois estes acontecimentos, vistos e sentidos pela percepção comum, não chegam a ser correctamente compreendidos já que se tratam-se de transformações espirituais que os portugueses estiveram habilitados a impulsionar e transmitir a outros povos ou civilizações em formação ou em declínio e que, tendo em consideração as Iniciações Colectivas em que se inserem, são passos do homem rumo à Consciência Divina, baseados ou iniciados por Desígnios Superiores. ”

4 ª PARTE
O Dharma Cósmico

«Se consideras o Conhecimento (Budhi, Inteligência
Pura), superior à acção (karma) então, oh Kṛṣṇa,
porque me incitas a esta acção terrível?

Canto II, Est. I, Bhagavad-Gītā

A Criação ou o mundo Cósmico que nos é dado conhecer, a que chamamos a manifestação, ou a matéria plasmada, é o resultado das obras de construtores Divinos. Os sóis ou estrelas menores, planetas e tudo o mais que exista no cosmos de corpos físicos, além da vida existente no interior dos próprios planetas ou estrelas, tudo é construído pelos Espíritos, ou seja, pelos grandes Seres existentes nessa Alma da Divindade Imanifestada que é o Deus Manifestado.
Primeiro há a Grande Emanação dos Seres ou Espíritos do Absoluto e só depois começa então a manifestação física dos Universos, feita por esses Seres Cósmicos e Planetários. Tudo começa do grande para o pequeno e de cima para baixo. E há um princípio e um fim para aquilo que designo por ciclos de evolução.
Embora seja do grande para o pequeno, é no entanto, com as partículas ínfimas do Éter, ou a irradiação básica do Cosmos que é o infinitamente pequeno, que os Construtores se servem para modelar a matéria de acordo com os planos ou arquétipos divinos, sucessivamente com graus de maior densificação até chegar aos corpos físicos das estrelas. Um planeta para conter a vida, seja qual for a forma e dimensão precisa primeiro de ser modelado pelo seu próprio Espírito Planetário e só depois estará esse astro apto a produzir de si próprio o campo ambiental que lhe é inerente, de acordo com as matérias-primas usadas na sua plasmação e com as finalidades evolutivas do Logos Planetário e até do Senhor do Sistema Solar. Quando o ciclo acabar, então dar-se-á o inverso, será do pequeno para o grande a dissolução dos sucessivos níveis ou planos da manifestação Cósmica, que regressarão assim ao Imanifestado.
E como tudo obedece a uma Lei Primeira, subjacente a tudo, no Cosmos “pairam”, numa sincronia e harmonia, os astros regidos por leis de atracção, repulsão, gravidade, relatividade e destruição, no que poderemos chamar o Determinismo Cósmico: O Primeiro Determinismo! O Determinismo então é a forma mecanizada da matéria em movimento, obediente às leis e ao Plano Divino. Quem poderá fugir dele?
Entre a lei mecanicista de Newton ou a lei evolucionista de Einstein, qual é certa? Pode encontrar-se uma parte da verdade nas duas teorias, pois dentro duma necessidade do cumprimento do Plano, decorrente no tempo, há a evolução e há mecanicidade. Com efeito num ciclo de vida do universo, há um espaço-tempo por onde a transformação dos seres e das coisas passa, o que designamos por evolução, todavia pré-estabelecida pelos desígnios Superiores, pelo que a aparente liberdade evolucionista está condicionada, não só pela forma mecanizada do movimento dos astros, como da vida humana, donde deriva a harmonia do cosmos, e que a ciência vai cada vez mais verificando nessa ordenação complexíssima, sobretudo nas suas origens, mas também nas suas implicações físicas e psíquicas, ambientais e genéticas.
Podemos, contudo, transpor estas duas visões para o campo da interioridade humana e assim como há uma lei mecanizada para o global da humanidade, que evoluiu através das iniciações colectivas como “massa” e sendo pré-determinada, há também por outro lado, a via da evolução e libertação mais rápida, pelo esforço individual. Uma foi a lei vista na Índia por Gosala, asceta Jaina e corresponde à teoria de Newton, a outra foi vista por Buddha, correspondente à de Einstein. Ambas reflectem um aspecto da verdade e não se devem excluir. E com efeito, o ser humano só consegue ver e realizar a via da liberdade, quase no terminus do seu percurso sob a lei mecanicista. Então está certo, uma e englobada na outra! Outra analogia seria ainda a da lei de Moisés, e a da Graça ou Amor de Cristo, pois quando o ser escolhe o caminho evolucionista da liberdade, que é chegar à compreensão das leis da natureza, harmonizar-se com ela e transcendê-la, necessariamente já participou da outra lei anterior para chegar a esta compreensão ou forma de consciência mais perfeita. Será assim o Universo também. Haverá estrelas que neste espaço-tempo de milhões de anos se destacarão de outras. Dentro dum ciclo de vida ou Manvantara, onde há um começo e fim, existe uma lei estável, mecânica que estabelece a harmonia e outra imprevisível a que damos o nome de lei de probabilidades donde resultam as diferenças ou o caos. Mas este não é negativo, pois admite certa liberdade dentro dum contexto, limitativo e que nos impulsiona até determinado ponto, pré-estabelecido deste ciclo de vida.
Nada possui a validade absoluta ou a Verdade absoluta. O complemento do Todo encontra-se nas mais pequenas partículas da manifestação, onde cada coisa tem uma parte da verdade ou validade, para integrar-se nas outras verdades. Se os cientistas falham ou erram nas suas teorias e até experiências laboratoriais ou nas suas raras sínteses, é porque isolam os acontecimentos ou as descobertas e esquecem-se que a evolução tal como é captada par nós, em passos cadenciados ou sucessivos, nos é assim apresentada pelos limites da nossa inteligência em abarcar o Todo de uma só vez. Por esta razão, os grandes nomes e orgulhos científicos por vezes estacionam ao não saberem ligar as descobertas de outros às suas e ao não saberem elevar-se aos níveis internos e superiores, onde a visão é clara e profunda. Assim, a selecção natural de Darwin não está de todo errada, e em muitas partes certa, mas apliquemos-lhe uma Inteligência global e também infinitamente subjacente a comandar essa selecção. Todavia, não descendemos dos símios, eles é que são o produto de certos cruzamentos das épocas remotas da Lemúria… E se certos cientistas admitem ou acreditam nessa Inteligência Superior, acabam porém, por excluir a teoria de Darwin. Também pode ter havido um “caldo primordial”, mas ao mesmo tempo com adições vindas do espaço, como genes e até vírus, átomos, pois não devemos olvidar que a Terra não existe isolada e tudo é vida no Cosmos. Mas para o começo das espécies ou da vida terrestre teremos de começar, não pelo “caldo”, mas pelos elementos anteriores, pois antes que houvesse o que eles chamam “vida” na Terra, já o planeta se formara no seu corpo físico, com a água, a terra, o sol que a nutria, os ventos, o éter e ainda as irradiações cósmicas, o que nos leva sempre para o começo num infinito de milhões e milhões de anos. Temos de considerar portanto, antes de mais, que o planeta em si já é um ser vivo, e que o corpo físico da Terra contêm todos os elementos necessários ao aparecimento de organismos vivos individualizados e, sendo um organismo vivo, é fácil haver transmutações, reproduções, criações, sobretudo se considerarmos ainda a acção dos Grandes Seres Construtores. Estes provocam convulsões e mutações, originando modificações de temperaturas e pressões de oxigénio, hidrogénio e demais elementos primários empregados para darem origem a vida. Mas a Ciência não aceita a água, a terra, o vento e o fogo como seres. Também, consequentemente, não é absurdo imaginar que possam exigir outros planetas e universos habitados por seres além do nosso, formados por átomos de espécie diferente. São grandes os mistérios do Cosmos e grandes as diferenças entre o universo que julgamos conhecer e o verdadeiro Universo. O Cosmos é formado ou preenchido por Entidades e não objectos como lhes chama a ciência. Todo o Cosmos tem de ser visto e entendido como seres vivos e inteligentes. O confronto entre a Religião e a Ciência é tão grande que duvido haver algum tempo para concordâncias. O mundo espiritual é um abismo para o mundo científico e vice-versa. São mundos antagónicos que paradoxalmente se tocam mas em geral não se unificam, pois quando o místico se envolve na sua divindade nada já lhe diz a ciência ou o mundo manifestado, já que através dos olhos da alma vê a Criação sem mistérios, nos seus níveis mais subtis e puros. O cientista que se embrenha na descodificação da vida material ou manifestada, afunda-se tanto nela, que não lhe resta qualquer vislumbre do divino. E como para a ciência actual, à partida, Deus é uma palavra ou região proibida, antiquada, ou não científica, nunca chegam os cientistas a compreender a complexidade do Universo que é exactamente gerido por essa Inteligência, que é o ângulo fundamental da Realidade Divina. Só é possível entender a vida com a ligação desses dois aspectos: a matéria e o Espírito que a anima, e neste controlo estão as galáxias, os sóis, os planetas, os átomos, os aminoácidos, enfim a vida manifestada da qual o homem é a cabeça desta evolução, mas apenas na Terra e não do Universo.

ÍNDICE

Introdução
1ª. Parte: A Expansão Portuguesa e as Iniciações Colectivas
2ª. Parte: O Oriente e a Literatura Portuguesa
3ª. Parte: A Expansão de Consciência
4ª. Parte: O Dharma Cósmico
Bibliografia