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CARTILHA EM TAMUL E PORTUGUÊS

Autor:Ministério da Educação Nacional

20.00

Informação adicional

Peso150 g
Ano

1970

Edição

1

Formato

15×21

Encadernação

Cartonada

N. Pág.

73

Colecção

REF: 263 Categoria: ID do produto: 23222
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Impressa em 1554 por ordem do Rei – Edição Fac Simile do Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia, com preâmbulo de D. Fernando de Almeida, em louvor de Leite de Vasconcelos.

Pags. 5 e 6:

PREÂMBULO
em louvor de
LEITE DE VASCONCELOS
A instâncias do Doutor José Leite de Vasconcelos foi criado em Lisboa, no ano de 1893, o Museu Etnográfico Português. Para não haver confusão com outro museu, quase homónimo, passou aquele, pouco depois, a ser designado por «Etnológico», em vez de «Etnográfico».
O Doutor Leite de Vasconcelos foi, não só fundador, como primeiro director do Museu. Durante a sua longa vida, carreou, arrumou e estudou o material imenso e variado que quase febrilmente lá ia acumulando. Tudo quanto pudesse ter interesse para a história do povo português tinha ali o seu lugar. Disse-o e repetiu-o muitas vezes. Por isso escreveu:
«Num museu etnográfico deve arquivar-se sobretudo aquilo que tiver significação histórica ou for característico do povo»; e justificou, «um povo que ignora a sua história e os elementos de toda a ordem que o constituem, não pode ter ideal. E um povo sem ideal é como se estivesse morto» (1).
Assim se compreende por que motivo existe naquele Museu, a par de milhares de peças arqueológicas e etnológicas de todas as idades, uma excelente biblioteca especializada segundo a mesma orientação. Nela não faltam livros, alguns raros, datados dos séc. XV a XVIII, pergaminhos, estampas. Enfim, ali guardou o «Mestre da Lusitanidade», um pouco de tudo quanto lhe foi possível adquirir e de que, por qualquer modo, o seu estudo pudesse ter ou vir a ter interesse para a história do povo português.
É nosso dever tornar conhecidos todos aqueles materiais, agora à nossa guarda; e devoção para com a memória do Mestre incomparável que não teve tempo para fazer tudo, embora a sua vida tivesse sido longa.
De entre as obras ali guardadas, umas merecem ser estudadas, outras simplesmente inscritas no catálogo em elaboração; só o espólio que legou, destacando-o da sua biblioteca pessoal, levará tempo a arrumar.
Adquiriu, por compra, para o Museu, obras raríssimas, ou únicas. Uma delas fora oferecida à Câmara Municipal de Lisboa para aquisição. Por desistência da Câmara, foi adquirida pelo Doutor Leite de Vasconcelos. Custou «135 mil réis» em 27 de Abril de 1912. Apesar dos esforços que temos feito para a vermos estudada e publicada, ainda não foi possível dá-la à estampa: é o Cancioneiro Camoneano, chamado «de Fernandes Thomás», sobre o qual pouco há escrito além de uma nota da Senhora D. Carolina Michiielis de Vasconcelos.
Enunciaremos, sucinta e cronolôgicamente, uma lista de obras dos séculos XV, XVI, XVII e XVIII adquiridas pelo Doutor Leite de Vasconcelos e que estão guardadas nos reservados do Museu. Os numerosos volumes do século XVIII em diante que foram pertença do mesmo Senhor, acima referidos e por ele legados ao Museu Etnológico, conservam-se ….

(‘) L. de V., Hist. do Museu Ethnol. Port., Lisboa, 1915, p. 14 e 17.