SINOPSE
É propósito essencial deste pequeno texto, preanunciar, digamos, a Teoria do Campo -Caminho Unitário, propiciando ao leitor um primeiro contacto muito sucinto com esta obra a editar futuramente em vários volumes. (Já editada em 4 volumes com o título genérico “Teoria do Campo-Caminho Unitário”)
Embora remetendo sempre para a Teoria Geral, como não podia deixar de ser, este pequeno texto passa em revista clara e concisamente algumas teses e conclusões dessa obra que se apresenta como um Projecto Global de Civilização.
E a questão que de imediato surgirá ao leitor, é a de saber se um tal Projecto que a Teoria do Campo (Caminho) Unitário perspectiva nos planos científico-técnico, político-social e ético-religioso, é civilizacionalmente concretizável… Porque não está aqui somente em causa a razoabilidade desta obra que, teoricamente, constitui um todo coerente e lógico.
Em todo o caso, é imprescindível que esta sociedade se abra à renovação espiritual, cultural, científica, política. Pois este quadro civilizacional vigente está correndo para um colapso anunciado…
NOTA PRÉVIA
São dois os propósitos implícitos neste opúsculo: por um lado, ajudar a preparar o advento da Civilização Orgânica; por outro lado, preanunciar a Teoria do Campo (Caminho) Unitário, propiciando ao leitor um primeiro contacto muito sucinto com esta obra a editar futuramente em alguns volumes.
Propósitos que, assim, convergem no mesmo objectivo de tentarmos minorar o sofrimento dos povos quando se evidenciar a inevitabilidade da ruptura civilizacional e o colapso do «Sistema».
Aliás, de algum modo terá sido também com essa intenção que a Teoria do Campo (Caminho) Unitário me foi inspirada desde Outubro de 1977. Porque, tal como já está previsto na Teoria do Campo (Caminho) Unitário, a civilização Euro-Renascentista está a aproximar-se de uma situação algo similar à de Roma antes da Queda do Império, ou do Ancien Régime imediatamente antes da revolta a que convencionaram chamar «Revolução Francesa».
Sucintamente: o Império Romano não foi capaz de transitar directamente do trabalho escravo para o trabalho assalariado em larga escala; o Ancien Régime não foi capaz de transitar para o ainda vigente Sistema Representativo, e operar a Revolução Industrial; e, agora, o «Sistema» também está bloqueado mentalmente e a todos os níveis espiritual-cultural-politicamente, etc., mostrando-se incapaz de transitar para a Civilização Orgânica.
Pelo que, tal como no Império Romano e no Ancien Régime, também, agora, vai ser necessário morrer para renascer. Mas…, atenção, pode morrer-se “do mal ou da cura”: através da revolta
meramente destrutiva; ou de uma voluntária Revolução Cultural-Civilizacional pacífica e construtiva. E não é indiferente a opção. Só que, para esta via benigna é indispensável uma sã conjugação de esforços e uma geral disponibilidade mental à mudança em todos os planos civilizacionais espiritual-
cultural-científico-político, etc.. E é isso que preconiza a Teoria do Campo (Caminho) Unitário, desde há mais de 30 anos a tentar chegar ao público leitor.
E, agora (tendo já passado mais de três décadas da minha vida a tentar, infrutiferamente, chamar Portugal à Razão), agora, estamos a chegar àquele limite dos limites a que podemos chamar ponto de não retorno. Durante mais de 30 anos nenhuma editora arriscou na edição dos meus livros, nenhum jornal se permitiu levar os meus textos premonitórios aos seus leitores, nenhuma pessoa influente deu a devida atenção aos meus avisos… Pelo que, agora, in extremis, Portugal e a Europa vão mesmo ter que optar entre a revolta incontrolada e destrutiva; e uma genuína Revolução Cultural-Civilizacional. Ainda que o façam por cobarde omissão.
Mas também esta cobardia não é inédita. Ela foi patente e claramente manifesta nos últimos tempos do Império Romano e imediatamente antes da chamada «Revolução Francesa», onde os regimes políticos vigentes também tinham a cargo uma imensa clientela parasita que já não podiam continuar a sustentar e de que igualmente se revelaram incapazes de livrar- -se. E em ambos os casos, como se viu, foi necessário morrer para renascer. Tal como vai ser imperativo, agora, em Portugal, na Europa, e não só, morrer cultural-civilizacionalmente para Nascer de Novo.
É o que perspectiva a Teoria do Campo (Caminho) Unitário em geral, através da Racionalidade Orgânica em ordem à Civilização Orgânica; e, sinteticamente, este Manifesto:
Primeiro, reafirmando o facto já evidente de que a ciência-técnica mecanicista como um tumor maligno destrói a natureza; de que o modelo político-social capitalista-socialista destrói a sociedade; e de que o ideologismo dominante, dito “politicamente correcto”, destrói o Homem.
E depois, propondo, através da Ciência Orgânica e a Tecnorgânica, a reconciliação da sociedade com a natureza; através da Autogestão Orgânica ou Sofiocracia e perspectivando o Estado Planetário, a reconciliação dos homens entre si na sociedade e das nações entre si na Humanidade; e através da Ética Científica, a reconciliação do Homem consigo próprio e com a Divindade.
Fernando Pereira Nogueira
POSFÁCIO
Um Projecto Global de Civilização não é um livro fechado.
Tudo começa num “ovo”; mas o ovo não é tudo. Tudo nasce a partir de uma semente, de um projecto teleonómico. Os movimentos culturais, também. Mas a semente, o ovo, o projecto, carecem de uma matriz adequada à sua germinação e desenvolvimento.
E se esta sociedade, individual e colectivamente, não assimilar organicamente este projecto, se o não fizerem germinar e desenvolver-se, ele fatalmente cairá no esquecimento assim atirado para o baú das inutilidades. O projecto não prescinde da matriz. Ainda que esta o venha a castrar das suas
mais sublimes potencialidades. Pois é “sina” que o ovo morra, para que o novo ser viva. Deixem lá, a «Fénix» renascerá das cinzas em algum outro lugar. E depois, a realização orgânica do espírito na matéria não implica necessariamente uma «queda» mecânica nessa mesma matéria. Desde que se não imponha e aproprie egoisticamente da matéria, desde que se realize unicamente pela e como ajuda altruísta à matéria.
Este pequenino ovo teórico que é o Projecto Global de Civilização aqui enunciado, tem potencialidades genéticas cultural-civilizacionalmente inimagináveis. Potencialidades de
carácter epistemológico que a “intelligentzia” académica pode e deve explorar em toda a multiplicidade de áreas, tanto no plano das humanidades como no da investigação laboratorial
e tecnológica. Pois a Globalização passa tanto pelo confronto de todas as correntes de pensamento ancestrais que esta teoria simplesmente se limitou a enunciar sinteticamente; como pela continuação desse movimento de interdisciplinaridade e de transdisciplinaridade que já vem se aprofundando desde a década de 60, nomeadamente através de híbridas e novas ciências.
E sobremaneira se realiza por essa imensidade de soluções científico-tecnicamente ecológicas que o Paradigma Orgânico perspectiva.
E no campo da aproximação cultural e política entre o Oriente e o Ocidente o que há aí por fazer… A necessidade de conjugar a (momentaneamente) feminina “superioridade” espiritual do Oriente, com a (momentaneamente) “superior” capacidade masculina de realização material do Ocidente. Tanto
em termos de globalização ético-religiosa, como em termos de globalização política. Pois a globalização globalizante, passe a redundância, tal como a entendemos, representa um autêntico
“dar as mãos” entre o Sol e a Lua, um autêntico casamento – espiritual, mental, emocional, físico – entre o hemisfério ocidental e o hemisfério oriental.
Enfim, globalmente considerada, a Teoria do Campo (Caminho) Unitário, é um todo coerente enformador de um novo quadro intelectivo: uma nova base paradigmática para enfocar a vida, o mundo, o universo, de uma forma racionalmente orgânica. É uma maneira diferente de ver as coisas que se oferece à sociedade. E que esta pode, e deve, aproveitar, individual e colectivamente, de todas as formas que puder: artisticamente imaginar…, intelectualmente pensar…, cientificamente
investigar…, tecnicamente fazer…, politicamente realizar…
Realizar politicamente, pois «cumprir Portugal» é também institucionalizar a globalização política no quadro deste Projecto Civilizacional que a Teoria do Campo (Caminho) Unitário formaliza teoricamente. E, assim, o Estado e a Nação se fundindo na prossecução do mesmo desígnio nacional. Mas há mais de 30 anos que Portugal prefere ignorar tudo o que tenho escrito. Insensatamente, diga-se. Porque, a tendência do mundo actual é para uma progressiva degenerescência, podendo até descambar num cenário de guerra generalizada a prazo.
Esta situação vigente de total desregulação a todos os níveis, diríamos, de globalização selvagem, não vai aguentar-se por muito tempo. Ora, dotar este planeta de instituições políticas genuinamente representativas de todos os povos, é a melhor maneira de os levar a sentirem-se verdadeiramente responsáveis pelos destinos da Humanidade. Redistribuir o poder de forma a que todos os povos participem na institucionalização da globalização política, criando um parlamento e uma autoridade
governamental mundiais, é a única forma de reunir sinergicamente toda a Humanidade em torno de objectivos comuns.
ÍNDICE
Nota Prévia
1.ª Parte
Decadência e Morte do «Sistema»
I – As Grandes Causas da Decadência do «Sistema»
II – A Morte do «Sistema»:
Revolta ou Revolução (Civilizacional Orgânica)?
2.ª Parte
Um Projecto Global de Civilização Orgânica
I – A Missão Templária de Portugal: – o «Quinto Império»
II – A Solução do Problema Ecológico: o Paradigma Orgânico
(ou a Consubstancialidade da Lei à Natureza)
III – A Globalização Política: – o Parlamento Mundial
IV – A Globalização Ético-Religiosa: a Câmara Alta Parlamentar
(ou a institucionalização do Poder Natural)
V – Através da Globalização Ético-Religiosa:
A Religião como Ciência e a Legitimação do Poder
Posfácio