A QUARTA VAGA DO MARKETING RELACIONAL
O autor parte para a dimensão espiritual dando como exemplo o momento em que nos deparamos com alguém. Deste encontro nasce uma terceira entidade que é a alma da relação; porque seria diferente no mundo dos negócios? Por estranho que pareça, esta é – por norma – a única dimensão que perdura para além do tempo e do espaço, sendo a este nível – mais subtil – que se funda o inconsciente organizacional.
E, se a espiritualidade tem a ver com acção logo é produção. Então, porque não haveríamos de administrar este capital? Para que tal seja possível será necessário assumir um novo regime de serviço e de transparência, só concebível pela abertura dos canais intuitivos/anímicos da relação.
Certo é que o marketing tem vindo a evoluir na sua orientação, indo para além do produto, da venda, do mercado, do cliente,.. Assim, depois do marketing massificado, do marketing de segmentação, do marketing one to one,.., surge igualmente o marketing orientado para a perspectiva holística da relação.
Dharma é para os budistas o que guia a mente. A quarta vaga do marke-
ting procura estabelecer condições propícias para que as organizações que procuram, nas suas relações, uma dimensão exclusiva, vejam aumentada a atracção, removendo os obstáculos mais íntimos, facilitando a interdependência aos que procuram o nexo que assiste à experiência de mercado.
A proposta do Dharma Marketing é uma forma sustentada de revolução organizacional, isto porque passamos a perceber a realidade empresarial do ponto de vista do paradigma quântico, levando em consideração a capacidade da consciência de todos os implicados na relação interferirem na criação de uma percepção comum.
O marketing para o terceiro milénio vai nessa direcção.
Superar a maior de todas as crises
As revoluções não acontecem pela fome nem pela miséria, elas são sempre fruto de uma nova consciência.
O medo, o sofrimento, a dor, o ego, são forças que contaminam a nossa realidade, impedindo¬ nos de expressar a consciência de nós próprios em tudo o que realizamos. E, esta é, sem margem para dúvidas, a maior de todas as crises!
Mudar o mundo que aqui lhe trago é um esforço que não depende de estratégias de guerra, muito menos de um qualquer enigma, nem tão pouco dos mercados financeiros, apenas do recentrar em torno desta ideia de o mundo muda se eu mudar.
Lembro que a crise presente, em especial a económica é, mais que qualquer outra, resultado do nosso desamor. Assim como na vida, também nas organizações nos deveremos centrar essencialmente no cuidar a alma da relação.
Cuidar tornou¬ se a palavra mais esquecida do competitivo mundo das empresas e, talvez por isso, das nossas vidas. Ao introduzirmos o cuidar em contexto dos negócios, passamos a perceber todas as relações do ponto de vista do paradigma quântico, tendo em conta a capacidade de níveis mais subtis da vivência humana [natural] interferirem [interdependendo] na criação de realidades multi¬ dimensionais inconscientes; ou seja, numa prática espiritual.
Também nas empresas, cuidar é poder existir, ter novamente esperança, promovendo condições de reciprocidade, cooperação e aceitação plena. Esta transformação será um elemento de distinção na construção de uma nova forma de ver o mundo com base em novos questionamentos.
Para que isso aconteça no ambiente empresarial talvez seja necessária uma nova transparência de propósitos, novos valores e expectativas, um novo enfoque relacional, refiro¬ me à criação de verdadeiras comunidades de proximidade real.
Sinto que, a todos os níveis, existe uma emergente necessidade de assumir novos vínculos relacionais, assim cuidar será o seu mais elevado desígnio, expressão maior da intencionalidade e propósito da existência humana.
Certo é que nas organizações, como em tudo na vida, existem unicamente duas escolhas para todos os problemas. A primeira é aceitar as condições que existem, a outra é aceitar a responsabilidade de as mudar.
ÍNDICE
Introdução
Partir das questões certas
Transformação pessoal
Liderança interior
O líder da terceira matgem
A via interior nos negócios
A quarta vaga do marketing relacional
Mind sets: Formação complementar
Espiritualidade e negócios
Pressupostos espirituais do dharma marketing
Um compromisso maior
Marketing interdependente
Dharma marketing
Marketing de proximidade real
Inconsciente organizacional
Responsabilidade espiritual nas organizações
Gestão espiritualizada das relações organizacionais
As mil mentes
Refinamento espiritual
A monja e o marketeer
A empresa Samurai
Ser sincero consigo mesmo
O código Samurai
Honrar os seus mestres
A prática do silêncio nas organizações
Marketing espiritual
Sorrir ou não sorrir, esta é a questão
Empatia
A arte da simpatia
Só Ctrl+Alt+Del salva?
A honra de morrer com honra
A coragem de ver pela primeira vez
A história das oportunidades perdidas
Sintonia
Mudança
Liderar é servir!
Minha empresa, minha igreja!
Conclusão.