Este livro é dedicado aos Discípulos do Senhor Maitreya em Portugal e em todo o mundo.
Ao longo da minha caminhada fui descrevendo os meus passos em diários. Os Mestres quiseram a sua compilação e eis um livro feito por obrigação.
É escrito numa linguagem simples não só porque ela é a minha, mas porque as vivências espirituais estão acima do intelecto e, se as racionalizasse e analisasse muito, tiraria a frescura e o imediato ou directo destas vivências. Assim escrevi espontaneamente a seguir às experiências espirituais e, disso brotaram estas páginas…
INTRODUÇÃO
Este livro é uma narrativa sobre a descoberta dos excelsos e incomensuráveis mundos interiores no qual, gradualmente, readquiri a consciência divina, numa recriação de mim própria, aprofundando uma via de comunicação com os planos invisíveis, e aceitei ser transmissora das missivas de Avatares.
Num todo de felicidade irrompeu a escrita inspirada para registo deste testemunho que o tempo não apagará. Muitas coisas fizeram parte deste percurso, num plano divinamente traçado pela Hierarquia Planetária em simultâneo com o Plano Divino de Portugal, para o nascimento de um Avatara e futuramente do Senhor Maitreya no Tibete.
A descida de um Avatara à Terra implica muito labor em dois níveis de actuação: o do mundo material e o do mundo espiritual. Requer a preparação das melhores condições possíveis materiais e físicas para a missão, que será feita por aqueles que do “outro lado” se prontificaram a colaborar, mas que por vezes, quando passam a viver no corpo físico na Terra se esquecem das suas ligações e obrigações kármicas e espirituais. Engloba também a preparação nos planos invisíveis da aproximação do Avatara à esfera terrestre, preparando Ele próprio, com as entidades congéneres, os seres que virão a reencarnar futuramente, bem como a preparação através das Almas dos que, já reencarnados, serão o sustentáculo da Sua missão na Terra: pais, professores, amigos e inimigos e toda uma restante congregação de seres.
Nesta missão em que fui guiada pelos Mestres, tinha entre outras tarefas, a incumbência de chamar a atenção dos seres que colaborarão um dia com o Avatara designado para nascer em Portugal. Alguns, renitentes, foram os espinhos da missão, para a qual, e por este motivo, tive de manter-me firme, convicta da minha pureza de intenções e de objectivos. Foi por isso necessário muito recolhimento, meditação e renúncia ao mundo, para entrar em estados espirituais que permitissem a comunicação com os Mestres e com Deus, sem interferências, a fim de melhor confiar em mim, com tranquila e calma aceitação. O caminho é tanto mais difícil, quanto mais se tem a noção duma missão.
O CAMINHO PARA OS MESTRES
É UM CAMINHO INTERNO.
“ Toda esta caminhada para compreender, entre outras coisas, que a vida monástica é um meio, e não o fim. Ao deixar Amaravati compreendi e realizei interiormente esta frase: não há local nenhum no mundo mais sagrado que o meu interior”. Assim concluí também que o maior bem é o recolhimento, a maior felicidade, a solidão; porque estes dois estados ligam a Deus. Solitário, desprendido e impermanente, é o Caminho, porque só nos recessos infinitos do nosso ser interno encontramos Deus. O mundo não pode ter influência alguma no nosso pensamento. Verifico como os homens estão afastados de Deus e do seu princípio Divino”.
Depois da grande catarse que a vivência como monja me proporcionou, regressei a Lisboa com a compreensão de que não precisava de qualquer local específico para sentir Deus, mas que O sentiria em todos os lugares. Contudo, a verdade é que já O sentia, mas a união mais completa com Deus só aconteceria mais tarde num quarto de hotel, onde tive a Sua maior revelação.
Embora compreendesse já muita coisa, a minha mente não captava ainda as razões porque os Mestres me faziam regressar; daí que o tinha feito contrariada e achando mesmo um absurdo. Chegada a Lisboa recolhi-me num hotel durante três dias, em retiro, sem sair à rua, o tempo necessário para me mentalizar e habituar novamente ao mundo”.
8 de Dezembro, no Hotel Diplomático em Lisboa:
“Nada escrevi nestes últimos dias pois tenho estado retirada antes de me misturar com o mundo; e embora ache absurdo ter de voltar, não sinto desequilíbrio devido à minha harmonia e felicidade permanente em Deus. A saída do Mosteiro foi dolorosa, mas tive de o fazer por ordem expressa dos Mestres.
Tal Fénix renascida, agora que já me sinto mais adaptada à ideia de estar em Lisboa, e de ter durante algum tempo de viver novamente nesta “selva” virada e para a acção no mundo, com alguns objectivos definidos a realizar de imediato.
Ao meditar, Maitreya diz-me que não deixe entrar o desânimo, nem o sentimento de isolamento; que é em Seu Nome que estou aqui, pois há trabalho a realizar, e para já, tenho de tratar da edição do livro.
No meio da meditação, adquiri de novo aquele estatuto espiritual que me foi conferido ao longo da minha caminhada espiritual: Eu Sou o Poder e a Luz, a Beleza e o Amor. Maitreya conferiu-me o Poder de falar em Seu Nome.
Assim cheia de iniciativa, mas fazendo um grande esforço de adaptação para manter o equilíbrio e a força interior, e confortada no Amor dos Mestres, procurei editores nas páginas amarelas. Entreguei o livro para apreciação, pedindo-me o editor um período de duas semanas.
Como me encontrava fisicamente frágil, fui ao médico. Detectou-me uma anemia, para além dum grande cansaço no coração, aconselhando-me, por isso, a descansar. Escolhi fazê-lo na Madeira, onde pensava poder recolher-me e tratar-me.
Porém, antes da partida, vivi momentos maravilhosos de Amor nos Mestres e em Deus, tendo pela primeira vez, em meditação, vivido a união total com Ele. Nunca antes Deus se havia manifestado totalmente em mim, embora, como já disse, sentisse o Seu Amor e intuísse o que seria essa realização. Num dado momento, sem esperar, Deus “puxou-me” e fui arrebatada à Sua Consciência em êxtase fortíssimo, ao mesmo tempo que pela primeira vez, me dava a sentir a minha morte: até então apenas fora avisada pelo Mestre, mas nunca a tinha vivido. O Amor era tanto que sentia o meu corpo incapaz de aguentar por muito tempo uma vibração tão poderosa. Expandi a minha felicidade, chorando enquanto a Sua Manifestação durou. Nessa altura Deus disse-me:
“Afirma-te em Mim e serás intocável”. Todas as dúvidas desapareciam para darem lugar à serenidade”.
9-1-88 6horas
“Fiz meditação e recebi plenamente no meu coração o Amor terno e doce de Sanat Kumara. Em Cristo sorri de felicidade, e no Mestre Jesus, deixei-me ficar em serena contemplação. Fiz ligação ao Logos Solar. Tudo isto com Amor tal, que é impossível transmitir-se por palavras”.
16horas.
“A pureza é a minha máxima aspiração, para poder cada vez mais trabalhar de perto com os Mestres; para se obter a pureza temos de nos desligar da mundanidade, ou seja, o caminho para Deus é a solidão!
Devemos cultivar o Amor no nosso coração e ligarmo-nos aos Seres Superiores, à Hierarquia. O coração quando plenamente desenvolvido, leva-nos à Consciência Cósmica.
A mente também é um meio, a mente límpida, não o intelecto. Antes, o intelecto foi preciso para se obter o conhecimento, mas depois, ao transformar-se esse conhecimento em sabedoria, torna-se mente pura, lúcida e transcendente; aí ela própria se dirige para o seu Objectivo, unindo-se por atracção, à Fonte, a Mente Cósmica. A mente é de facto o instrumento de que a consciência se serve para a sua ampliação. Pelo coração, sobrevem a experiência mística, pois ele é a fonte do Amor e da Beleza; quando a mente e o coração estão unidos adquire-se a Quietude, a Serenidade interior e vive-se em plena felicidade. Nada se deseja, pois nada está para além de Deus: já O alcançámos e Somos Ele. Para se atingir a iluminação é necessária a mente, mas a causa última da iluminação é a experiência mística, o Amor.
Deus capacita o homem, por si próprio, a tornar-se como Ele e deu-lhe uma das mais poderosas energias existentes no Cosmos, a energia sexual. É com ela e através dela que o ser humano chega à perfeição. Mas tem de ser correctamente canalizada, pois esta energia é o factor primordial a impulsionar o homem à imortalidade. Ela dá a Harmonia, o Poder e o Amor e, quando sabiamente utilizada, leva-nos à iluminação.
Para atingir a iluminação, o ser humano não pode mais projectar-se e identificar-se com outro ser humano, ( geralmente buscamos no outro ser o nosso complemento) pois neste ponto avançado de evolução de que falo, a aspiração que surge será a da união com os Seres do reino Espiritual, e nisto está implicada a energia sexual. O êxtase, o “samadhi” ou o “satori” são o resultado dessa união. Razão porque o voto de castidade, até apenas por períodos, mantido em atitude correcta, leva à união com os Mestres e com Deus. O ser humano encontra nesta fusão de Amor aquela felicidade tão ansiada e intuída nas profundezas do seu ser, verificando que qualquer amor terreno não passa de uma ilusão. Então, distancia-se dos outros seres e percorre o caminho solitário… E nada na Terra tem interesse, a não ser colaborar na Obra dos Mestres, cultivando a Compaixão por aqueles que ainda vivem na ilusão.
A pureza é o motor que impulsiona. Pureza a todos os níveis, de pensamento, de palavra e de acção. A energia sexual, se indevidamente usada (até mesmo quando há castidade, pois nem sempre se tem a verdadeira compreensão do que é a sublimação), é o grande obstáculo à evolução”.
INTRODUÇÃO
I CAPÍTULO: A minha aprendizagem para o Serviço dos Mestres
II CAPÍTULO: O caminho para os Mestres é um caminho interno
III CAPÍTULO: Nos Himalaias do meu interior oiço a voz de Deus
IV CAPÍTULO: O meu caminho Sou Eu
V CAPÍTULO: A missão torna-se possível com o Poder de Deus
VI CAPÍTULO: A Arca da Aliança transporta o Poder Espiritual para o Planeta
VII CAPÍTULO: Deus começa onde a vida cessa