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A CÉLULA DIVINA – Que contém a memória de Deus

12.50

Informação adicional

Peso180 g
ISBN

978-989-8147-88-2

Ano

2013

Edição

1

Idioma

Formato

145 x 210

Encadernação

Cartonada

N. Pág.

105

Colecção

REF: 645 Categorias: , , ID do produto: 23469
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SINOPSE

Não será a primeira vez, que apresento esta tese de que existe uma célula no cérebro humano que tem a lembrança de Deus, à qual chamo “célula divina”, cuja designação dá o título a esta obra. Para que emerja essa memória sempre aconselhei a prática da meditação, que na sua essência tem um objectivo: limpar a mente para se obter a lembrança do Divino.
É lógico que a lembrança de Deus esteja até impregnada na nossa natureza física e, só assim se explica que ao longo de milénios, ela ainda permaneça viva na mente dos homens. Desde os primórdios das civilizações que a crença em Deus tem sido transmitida pela via de mitologias e cosmologias, ou por factos reais que se transformaram em lendas, principalmente através das religiões de diversos povos, que impregnaram os anais históricos da humanidade.

5º. Capítulo

O poder do Eu Sou

Nesta constante mutação a que o nosso cérebro está sujeito, e onde ocorrem tantas transformações ao nível da Consciência no percurso de uma vida, onde fica, afinal o eu? Que eu somos nós? Haverá um Eu Supremo com o qual nos identificamos porque d´Ele fazemos parte?
Tal como a célula divina (inteligência viva) está biologicamente implantada no cérebro de cada um, porque somos parte desse Divino ou Divindade Inteligente, também este Eu, que eu identifico como meu é, naturalmente, uma extensão do Eu Divino ou Supremo.
A minha caminhada espiritual confirma-me que houve uma progressão consciente para obter maior Consciência de mim mesma, etapa por etapa, nas quais fui adquirindo, cada vez mais certezas desse Eu Supremo do qual Sou, faço parte, identificando-me totalmente n´Ele. Sou esse Eu!
Há verdades incontornáveis que acompanham a humanidade por séculos e séculos, e esta é a maior delas – Eu Sou Ele! Esta é a frase milenária dos vedantinos (Filosofia do Vedānta), na sua asserção Tat va asi. Encontramos esta mesma afirmação em Cristo: Eu e o Pai somos Um! Um místico sufi, evocando o amor a Deus, também pode reclamar para si, esta máxima.
Desta forma, compreendi, que este, Eu, que todos sentimos e afirmamos ser, na realidade é sentido e afirmado da mesma maneira pelos outros. Este, Eu, que eu penso ser Eu é sentido e vivido pelos demais seres humanos de igual forma que eu – o que quer dizer, que o Eu de cada um, pertence a um EU, Uno. Quando afirmamos e nos sentimos Eu, único, individual, não passa duma ilusão, porque o que estamos a afirmar é a unidade de muitos Eus, que pertencem a um EU. Quando afirmo o meu Eu como Ser, sei que alguns já o afirmaram de igual modo e com a mesma convicção; é a afirmação de um EU do qual todos fazemos parte e ao afirmar estamos a fazê-lo no EU.
Na verdade, nesta realização não necessito do reconhecimento de ninguém para saber o que Sou. Só eu e Deus o sabemos. Não é quem eu sou que tem importância, mas o que Sou. O grau de reconhecimento do que Sou, depende do meu estado de Consciência. A Consciência mais desperta é aquela que se reconhece e identifica com a Suprema Essência e, quando se reconhece, É!
Contudo, esta convicção interna de absoluta certeza, só acontece pela transmutação interna, na realização espiritual de certo grau de união com Deus.
O facto de sermos um Eu e nenhum outro, este Ser consciente singular, mesmo que queira unir-se a outro ser, quer de corpo, quer de forma afectiva, quer por simpatia ou solidariedade, permanece inviolável na sua independência e, em sua consciência separada. A ideia, ou tentativa, de que através da união com os outros se faz a unidade é, na verdade, ultrapassada por esta realidade duma Consciência única, em cada ser, e apenas se sente verdadeiramente unido pessoalmente a todos, só quando o realiza com o Eu Superior ou Deus. Esta diversidade de seres ou de consciências, fundamental à vida no seu todo, pode, tornar-se, porém, um muro intransponível à compreensão comum – ao provocar um estado de solidão pessoal – porque só a partir da individualidade se encontra a Unidade. Por mais que nos sintamos em comunhão com alguém (unidos), emerge sempre, mais cedo ou mais tarde, esse sentimento de solidão psicológica, que dá na realidade o tom a cada ser, de ser único e, com dificuldade em aceitar, que outros compreendam o mundo da mesma maneira. Sobressai, então, um sentimento de nostalgia em relação a uma união perfeita e duradoira. Assim, cada um de nós, absolutamente sozinho, cria o seu próprio mundo e, os outros só existem, se permitirmos que a nossa mente os acolha. De resto há um universo soberano dentro de nós, qual reino onde nos refugiamos.
Estamos, de facto, numa fase de evolução humana, a qual concorre para o objectivo superior de desenvolver a Inteligência-Consciência, para obtermos o conhecimento consciente de Deus, através de uma célula ou chispa divina que transportamos no nosso cérebro e, que se torna cada vez mais emergente, com os estímulos espirituais. Esta evolução espiritual resulta de uma progressão de inteligência, a qual, vai substituindo a vivência cega ou sem sentido – etapas de consciência anteriores – ampliando a mente na sabedoria humana num rumo directo a Deus ou Vontade Cósmica. Estamos na fase da evolução da mente, da sabedoria e da vontade. Naturalmente, cada indivíduo nasce com um propósito logóico para realizar no plano físico. Quando o homem evolui em consciência torna-se conhecedor desse propósito, adquirindo então, a vontade de colaborar nos planos de evolução cósmica, responsavelmente.
Entre as várias disciplinas que integram a Neurociência, como a Psicologia(16) e a Biologia, devia constar as filosofias do Budismo e do Hinduísmo, que dão muitas respostas científicas quanto aos processamentos mentais. Não podemos esquecer que a Consciência é o ponto essencial de ligação entre o Espírito e a matéria – o cérebro físico é a máquina, cuja função é criar pensamentos. Sem esta conexão fica um vazio, pois falta o elo que dá o sentido e propósito à vida, para além de subestimar a aspiração espiritual que o homem tem, de ligação com algo superior ou de o alcançar. A vida evolui para uma esfera superior de compreensão e de inteligência, que leva individualmente à integração consciente em Deus. Isto requer um compromisso de trabalho interior e de apelo espiritual, portanto, passando unicamente, pela vontade e consciência pessoal. Cada Ser deve buscar as respostas por si mesmo, e o mal da ciência é querer ser o arauto do significado da vida e das coisas, apenas através da explicação materialista. Como Consciência que somos temos a capacidade de discriminar (escolha do melhor), poder de eleger e de aprender, revertendo em experiência. Temos capacidade de evoluir pela mutabilidade em estabelecer ligações perceptíveis, emocionais, racionais e espirituais. Ser consciente permite realizar a vida inteligentemente, e não de forma cega ou desordenada por instinto.
Todo o ser humano está caracterizado por uma consciência de sentidos; a emoção, o sentimento e a sensação, que deve transmutar através duma evolução consciente em intuição, percepção espiritual e unidade.
O ciclo de evolução actual faz-se através do desenvolvimento da Inteligência-Consciência e, expressamente, concretiza-se pelos estímulos e pela aprendizagem de certas correntes de actividade, que dão ímpeto aos mecanismos cerebrais, ajudando à evolução mental e à auto-consciência, contudo, de forma espontânea e imperceptível à maioria das pessoas. São eles os principais:
1º – A concentração da mente em tarefas específicas que se processam como rituais, tendo-se transformado no dia-a-dia em actos correntes, como lavar os dentes, conduzir, tomar uma chávena de chá, preparar uma refeição, etc., que automaticamente foi-se cimentando um certo ritmo de cerimonial de regras e de disciplina.
2º – A Filosofia que leva ao pensamento abstracto é a base da mente ou inteligência; ela estimula o cérebro a produzir mais neurónios e a estabelecer mais ligações entre eles, capacitando o cérebro a mais inteligência, contribuindo para a realização espiritual. Também através da Religião, se desenvolve a devoção e a aspiração espiritual, apelo fundamental para conscientemente fazer emergir (despertar) a célula divina, sem a qual, o homem não se realiza nem humana nem espiritualmente. Nestes dois pontos integra-se a junção dos aspectos estimuladores da evolução do homem através do idealismo: o abstracto e a devoção. O abstracto pertence ao pensamento superior e a devoção impele ao conhecimento de Deus.
3º – A arte, que fomenta a harmonia pela contemplação da beleza. A criatividade que o homem desenvolve como algo inato interiormente, produz a satisfação interior ou felicidade pessoal, que pode levar, também, à realização espiritual. A contemplação através da arte pela beleza cria a harmonia, não só interna como externa, e é uma abertura a dimensões espirituais, levando por sua vez à evolução do cérebro – mente.
4º – O aspecto científico, ou seja, o que nos faz sentido no entendimento intelectual concreto das coisas através da investigação. Descodificar a matéria para obtermos melhor conhecimento do cosmos, pela revelação de como as coisas funcionam.
Os pontos dois e três integram os princípios mentais e espirituais, que constituem a lacuna, que a maior parte dos cientistas não incluem nas suas investigações, para completar o conhecimento humano. É esta a diferença entre os humanos e os primatas, onde só o conhecimento do cérebro nos seus mecanismos físicos não chega – deve ser completado com os aspectos psíquicos, mentais e espirituais. Os investigadores tentam encontrar justificação para demonstrar que a Consciência resulta do cérebro, mas sem a componente espiritual será difícil estudar o homem no seu todo. Ao nível cognitivo avançam no sentido do conhecimento das funções cerebrais, base do sistema físico, porém, a componente psicológica é o meio entre a parte física e a componente espiritual e não o fim. Estes três princípios, o físico, o mental ou psíquico e o espiritual constituem as características básicas do ser humano. É desta forma, que o homem aprende a usar inteligentemente o seu corpo físico para aperfeiçoar as suas faculdades e, assimilar experiências cognitivas, em benefício da expansão da Consciência. Aprende a criar os seus próprios objectivos e a ter metas específicas; discrimina o positivo do negativo para poder controlar as suas acções e os pensamentos, encaminhando assim, as suas forças e poderes, numa direcção benéfica para a sua própria evolução espiritual. Todo o desenvolvimento humano depende do correcto uso mental, que permitirá contactar a sua essência espiritual com maior clareza para estabelecer, permanentemente, a ligação entre os dois pólos: a matéria e o Espírito. A vontade, o amor e a sabedoria dependem desta unidade.
O Espírito é substância (Inteligência) que quando manifestado actua como raio de luz ou electricidade. Quando inter-relacionado com a matéria, num veículo físico adequado, produz actividade ou movimento. Quando há a existência, vida manifestada, é porque houve a posse da matéria pelo Espírito, o qual produz a qualidade intermédia, ou ponte, entre os dois pólos que é a Consciência. A manifesta projecção do Espírito transforma-se em Consciência, através da Inteligência. Espírito é Inteligência. A Inteligência vem do espírito e não da matéria; ou seja, quando um ser nasce, o seu cérebro vem capacitado a abarcar a inteligência que lhe é devida. Sendo assim, nunca a Consciência vem do cérebro – o cérebro é o meio pelo qual o Espírito se serve para se manifestar e disso resulta a Consciência. Quanto mais poder do Eu Sou mais Consciência.
A Consciência é o poder do Espírito em sua Inteligência. A vida tanto invisível, substância oculta, como visível é Inteligência. Difícil é numa dimensão como a humana abarcar e entender o poder inteligente do Cosmos; que tudo no Cosmos é inteligência activa, fruto da inteligência passiva: o Espírito.

Nota(16): Actualmente, a psicologia positiva serve-se de temas e práticas que foram sistematizadas há séculos pelas tradições religiosas e filosóficas orientais, sobretudo da Índia, para valorizar e sustentar os seus métodos, como se fosse um pensamento inovador, para conduzir as pessoas à felicidade, através da auto-estima, porém, sem a “fachada” religiosa. Dizem, que é possível ser feliz adoptando atitudes positivas, confiança em si mesmo, força de vontade e perseverança. Concordamos, mas falta o objectivo: porque temos de nos aperfeiçoar? Há algum exemplo a seguir? Se não necessitam de Deus, qual é o sentido da existência? Qual o conceito de felicidade, apenas ser feliz? Ademais, as filosofias e religiões da Índia para além de valorizarem os aspectos morais e espirituais, têm como realidade última a união com Deus, enquanto esta referida psicologia enfatiza a felicidade pessoal e individual, criando um sentimento de narcisismo.
O problema da psicologia positiva, na qual não há lugar para Deus é querer ser aceite como científica.
Contudo, só diz que não há Deus, quem de facto não O conhece e não O sente. Há ainda muitos seres que pela falta de evolução espiritual ou de Consciência, têm obstáculos mentais e espirituais à sua própria descoberta e realização. Passa por uma questão de despertar de Consciência: sem esta enganam-se a eles mesmos. Há cientistas que se orgulham de não necessitarem de Deus fazendo dos crentes religiosos, seres pouco inteligentes. Afinal se afirmam que Ele não existe é porque não O encontraram.

ÍNDICE

Introdução
1º. Capítulo – O fervor devocional através dos tempos

2º. Capítulo – Acréscimo de inteligência

3º. Capítulo – Acabar com o sofrimento

4º. Capítulo – Nos labirintos da Consciência

5º. Capítulo – O poder do Eu Sou

6º. Capítulo – Nos meandros das origens

Bibliografia