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A “Árvore Sefirótica” ou “Árvore da Vida” é uma forma esquemática de apresentar a Criação do Mundo. Este esquema tem como propósito fornecer uma ajuda para o trabalho espiritual e aperfeiçoamento de cada um.
A imagem da Árvore Sefirótica é uma “explicação” da forma como o Universo foi criado, como surgiu. Pode ser comparada a uma síntese e é uma “chave” que ajuda o ser humano a desvendar o mistério da Criação.
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CAPÍTULO I
A ARVORE – Sua Simbologia – Importância e função na Natureza
Quando passeamos na Natureza, podemos aproximar-nos das árvores e senti-las como um ser vivo. Poderemos até “umprimenta-las”.
Embora a árvore não se manifeste exteriormente, ela fica mais feliz e mais enriquecida energeticamente, enquanto que nós beneficiaremos com a sua presença, mais vibrante, na Natureza circundante. A árvore passa a emanar mais da sua energia própria, que lhe advém da força da seiva que nela circula, desde a raiz até à extremidade dos seus ramos.
O crescimento e desenvolvimento de uma árvore passam por várias fases. A partir do momento em que a sua semente é lançada à terra, os quatro elementos da Natureza iniciam o seu trabalho sobre ela, contribuindo para o seu crescimento e desenvolvimento:
- A Terra onde foi plantada;
- A Água com que é regada;
- O Vento (Ar) que acompanhará todo o seu processo de crescimento;
- A Luz e o Calor do Sol (Fogo);
As pequeninas raízes, depois de formadas, vão transformar-se num tronco, cada vez mais forte, e este, por sua vez, prosseguirá o seu crescimento, a partir do qual vão surgir os ramos, depois, pequenos rebentos que, por seu lado, irão dar origem às flores e, mais tarde, aos frutos. Estes produzem as sementes que, largadas na terra, iniciam novo ciclo de vida.
É muito interessante verificar que a semente de uma árvore está como que “programada”, pois nela está contido o projeto completo do seu crescimento e desenvolvimento, a sua identidade, o seu DNA. Uma semente de macieira nunca irá dar uma pereira, por exemplo. À semelhança da árvore, o ser humano, quando nasce, traz igualmente um programa de vida própria, que nele está inscrito.
Se cada ser humano fizer uma reflexão profunda em si mesmo, irá descobrir esse programa e encontrará grandes semelhanças com o desenvolvimento da árvore.
A “qualidade” da semente de cada árvore é extremamente importante, pois essa “qualidade” é mais relevante e tem mais impacto no seu crescimento, em comparação com as condições externas com que vai ser favorecida. Da mesma forma, um ser humano pode ter tido certas condições muito adversas na vida, mas fazendo das suas fraquezas, forças, cresceu, fortificou-se, expandiu-se e deu “frutos” proveitosos para a sua comunidade.
O ciclo de vida anual da árvore percorre as quatro Estações. Com a chegada da Primavera, o espírito desta estação concede à árvore a possibilidade de vir a exprimir todas as suas potencialidades e riquezas. Esta energia trabalha para o nascimento das folhas, flores e, mais adiante, no Verão, dos frutos. Com a chegada do Outono, os frutos e folhas cairão, ficando apenas os ramos e o tronco durante o Inverno.
O trabalho do Espírito no ser humano percorre um ciclo semelhante. Renasce com a chegada da Primavera, em que novas energias e novos projetos surgem. No Verão, estes projetos e energias amadurecem e realizam-se. No Outono, inicia-se a estação do despojamento, da separação do essencial e do supérfluo. No Inverno, as energias da árvore recolhem-se nas raízes, que têm correspondência com o subconsciente humano. É uma época de reflexão e de manutenção do “fogo” do espírito aceso na alma. Porque, quando voltar a Primavera seguinte, o novo ciclo recomeça com energias novas, novos movimentos, novas inspirações, em suma, uma nova vida para a Árvore e para o Ser Humano.
Uma Árvore pode ainda instruir-nos acerca da ligação do ser humano com as Hierarquias que lhe são superiores no mundo do espírito, a saber, os Anjos, os Arcanjos, até ao próprio Deus. E, de igual modo, no que se refere à escala da Criação do reino animal, vegetal e mineral, dos seres humanos: os animais, as plantas e as pedras.
A natureza desta ligação é-nos revelada pela vida que circula no interior da árvore. No seu tronco, movimentam-se duas correntes: uma ascendente e uma descendente que, através da sua seiva, cumprem uma função equivalente ao movimento da circulação do sangue no corpo humano.
A corrente ascendente transporta a seiva bruta, da raiz até às folhas, e na raiz, a seiva bruta é transformada em seiva elaborada. A corrente descendente traz esta seiva, sendo ela que alimenta a árvore na sua totalidade e unidade.
De forma semelhante, o ser humano, que possui preocupações espirituais, trabalha para atrair a Luz e o Amor Celestes, com o intuito de os transmitir a todos os seres vivos a ele ligados, numa escala que vai até ao reino mineral.
E, com o trabalho adequado, uma outra terceira corrente poderá vir a despontar nele, conduzindo-o aos reinos superiores da Criação, com um trabalho espiritual profundo, sério e empenhado.