SINOPSE
Por seu tamanho e posição, Júpiter ocupa o lugar central entre os astros que circulam ao redor do sol. Ele é precedido por Mercúrio, Vénus, a Terra e Marte, e é seguido pelo mesmo número de corpos celestes: Saturno, Urano, Neptuno e Plutão. Em analogia com esta colocação, Júpiter encarna na Astrologia o princípio de equilíbrio, de actividade, de ordem, de preservação da hierarquia estabelecida sendo, por excelência, o planeta da legalidade social, da riqueza, do optimismo e da confiança.
Os antigos gratificaram.no com o nome de o grande benéfico.
Para Alan Leo, adepto da astrologia esotérica, Júpiter associa-se à beleza, à cortesia e à perfeição das formas. A sua influência determina o meio ambiente e as condições físicas futuras de cada alma, seja animal, humana ou divina; é essa influência que preserva os registos do passado e mostra as perspectivas do futuro.
JÚPITER, O SENHOR DO FUTURO, integra uma trilogia que se completa com os volumes dedicados por Alan Leo aos planetas Marte e Saturno.
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PRIMEIRA CONFERÊNCIA
Sinopse: Júpiter, o preservador – O simbolismo de Júpiter e a sua relação com outros símbolos.
Antes de falarmos da natureza e da influência do planeta Júpiter, seria bom levarmos em conta a simbologia associada aos corpos planetários, pois talvez descubramos a interpretação correcta da influência de cada planeta, observando o seu símbolo e a relação que ele mantém com outros símbolos.
CÍRCULO, CRESCENTE, CRUZ
Os símbolos dos cinco planetas, mais o Sol e a Lua, derivam da combinação das figuras do Círculo, do Crescente e da Cruz, símbolos aceites como representativos do espírito, da alma e do corpo. Ei-los com os seus significados:
Lamentamos não poder reproduzir os símbolos
Os símbolos associados à vida são Vénus e Marte, o Círculo e a Cruz; associados à forma, têm-se Júpiter e Saturno, o Crescente e a Cruz. Urano e Neptuno, os dois planetas modernos, são as oitavas mais elevadas da vida e da forma, por isso não existem símbolos específicos e usamos para eles dois símbolos arbitrários
.
A VIDA NA FORMA
Para que se entenda algo das vibrações de cada planeta, é preciso saber qual o segmento da natureza que se diz governado por ele, e se ele se relaciona mais com o lado manifesto da vida ou da forma; ao encarar os planetas como princípios criadores, deveríamos compreender-lhes o grau e a posição na Hierarquia Celeste. Entretanto, é preciso lembrar que não se pode separar a vida da forma, em nenhum nível de manifestação, podendo-se apenas ver onde as forças de vida dominam a forma, ou onde são por ela dominadas.
EXPANSÃO E CONTRACÇÃO
Provavelmente Júpiter é a mais alta expressão da manifestação da forma que podemos esperar, entender e, como tal, ele representa uma beleza ideal – e organismos raros de cada forma concebível, até que se chegue à contemplação da visão beatífica. Sabe-se que a influência de Júpiter sobre a manifestação da forma é harmoniosamente expansiva; e a nossa experiência tem confirmado a noção de que Júpiter expande a forma ao seu limite extremo de aperfeiçoamento, tendendo portanto a gerar um ideal abstracto; ao passo que, com Saturno, chega-se a um ideal concreto na exactidão e na particularização.
O INDIVÍDUO E A COMUNIDADE
A fim de contrastar essas duas expressões plasmadoras da influência planetária, Saturno favorece a manifestação da mente através da forma, na escultura, arquitectura e ciência física, ou seja: na construção de uma estrutura perfeita; Júpiter favorece o embelezamento, através da decoração e do acabamento de um edifício já erguido, e através da mais alta filosofia ou adoração que se possa expressar por meio de qualquer estrutura. Através da influência de Saturno, obtém-se uma expressão da mente que toma forma na matéria densa, enquanto a influência de Júpiter se manifesta nas abstracções da mente que se afastam da matéria concreta. As influências ou vibrações, tanto de Saturno quanto de Júpiter, têm gerado tendências, pendendo Saturno sempre para a modelagem detalhada ou para a formação de uma nova série de limitações, e Júpiter, partindo para a organização de princípios, causas e comunidades. Como influência segregadora, Saturno modela a estrutura do indivíduo; Júpiter, como influência unificadora, modela comunidades e nações. Júpiter é o revelador das coisas ocultas e secretas e, até onde diga respeito à forma do universo, põe em evidência o que Saturno encobre e oculta. Júpiter actua sobre o desabrochar das sementes, preservando-as até estarem aptas a exprimir a vida nelas encerrada, num ambiente adequado, onde essa vida possa brotar, florir ou amadurecer. Saturno, por sua vez, restringe e limita o que poderia ser um crescimento super-rápido, até que o limite de tempo da sua expansão se exaure. Quanto à forma física, Saturno tende sempre ao isolamento e à separação do indivíduo, ao
passo que Júpiter inclina-se a exteriorizar tudo o que é social, cooperativo e voltado à harmonia. A fim de ajudar a compreender a natureza e a influência de Júpiter, podemos estudar o símbolo que sempre esteve associado a esse planeta, um crescente sobre a cruz
.
O QUE É UM SER HUMANO
Todo o ser humano é uma Alma ou Consciência que, por meio da mente, está em processo permanente de mudança de expressão ou de atitude, em busca de seu Eu Real, o espírito; o seu símbolo é a transformação de para em todas as suas fases; e também em busca do que não é ele próprio, o não-eu simbolizado por ou pelo signo físico . Cada alma passa pelo “ciclo de necessidades”, a fim de alcançar uma individualidade mais evoluída e uma individualidade permanente (), que sobreviverá à longa peregrinação pela Cruz da matéria nos mundos inferiores ou materiais. Em seus estágios iniciais, a alma de todo o ser humano, como consciência instintiva, é simbolizada pela Lua (), por estar carregada de atitudes de mudança e carecer de continuidade, sendo muito esquecida, facilmente afectada pelo exterior e abstraída de poder; como a Lua, é nebulosa, mutável e pálida. A acção de Marte sobre a Lua desperta a energia associada ao lado sensual da consciência e atrai o que é material para a satisfação dos sentidos, independentemente das consequências. A influência de Saturno constrange e limita as tendências lunares nebulosas, e Júpiter amplia o que Saturno antes tornara firme ou estável.
Ao manifestar-se a Alma como ser humano, e sob a óptica materialista, compara-se a uma delicada película, feita da mais rara substância. Sob a influência da Lua (considerada à parte de outras influências), como entidade, ela é de início sem cor, jovem e inexperiente, mas entre as limitações e reduções de influência de Saturno e as organizações e expansões superiores de Júpiter, ela acaba temperada pelas vibrações ou colorações dos planetas – expressas literalmente como experiências diversas produzidas por muitos ambientes.
A CENTELHA
Aprendemos que todo o ser humano é essencialmente uma
centelha imortal do fogo divino, “um fragmento divino”; e toda a alma, a fim de expressar-se nos mundos das formas, é composta da mais delicada película do material subtil e supersensível que
permeia o espaço. Ela tem sua existência normal nos planos superiores da natureza, mais do que nos planos físicos, mas, para que se manifeste em corpos mais densos como os físicos, são precisos instrumentos através dos quais se possa expressar. Portanto, assim como a alma é o instrumento para a manifestação do espírito a partir de um nível mais elevado, também o corpo físico é o veículo para a expressão da alma no plano físico; mais tarde demonstraremos a relação de Júpiter com esses instrumentos. Cada entidade isolada ou alma individual originou-se de uma grande alma superior e, embora divina no início do seu nascimento como alma, estava destinada a descer aos planos mais densos da matéria a fim de ganhar, através de esforços e méritos pessoais, sua imortalidade consciente.
ÍNDICE
Prefácio
Introdução
Júpiter o Preservador Primeira Conferência
O simbolismo de Júpiter e sua relação com outros símbolos .
Júpiter e a Grande Onda da Vida
Segunda Conferência
Comparação de Júpiter com a Tríade
Júpiter e a Aura Pessoal
Terceira Conferência
Relação de Júpiter com a Substância e o Mundo Material
Conclusão
Os Raios Planetários
Nota do Editor de “Modern Astrology”
Uma Palavra à Minoria
O que é a Astrologia?