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MAZDEÍSMO OU ZOROASTRISMO – A Religião do Fogo Primordial

Autor:Travassos, Lubélia

15.00

Informação adicional

Peso250 g
ISBN

978-989-8994-53-0

Ano

2024

Edição

Idioma

Formato

145 x 210mm

Encadernação

Cartonada

N. Pág.

164

Colecção

Categoria: ID do produto: 24399
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O Mazdeísmo ou Zoroastrismo teve grande influência e importância nos ensinamentos de Jesus, que viveu entre os Sábios e Altos Sacerdotes Caldeus, e não só aprendeu na sua juventude, com eles, como também ensinou aquela doutrina ao seu povo. A Religião Cristã não é inédita, sendo que é proveniente de uma fusão das três Religiões mais antigas, tais como o Hinduísmo, o Budismo e o Mazdeísmo, tornando-a, no entanto, a mais perfeita. Em Antiguidade, o Mazdeísmo está a par com a Religião do Hinduísmo. Estas três Grandes Religiões ensinam e praticam o Amor e a Compaixão por todos os Seres. Desta forma tiveram uma grande influência nos originais e verdadeiros Ensinamentos de Jesus Cristo, que, infelizmente, foram eliminados do verdadeiro Novo Testamento original, aquando da estruturação da Religião Católica Romana, no ano 325 A.D., no Concílio de Niceia, que desfigurou, significativamente, a essência e prática da verdadeira Religião Cristã.

BREVE APÊNDICE SOBRE AS ÉPOCAS HISTÓRICAS E POLÍTICAS ATÉ À SITUAÇÃO ACTUAL DO IRÃO – ANTIGA PÉRSIA

Antes de começar a descrever uma das mais antigas e grandiosas Religiões, que foi o Mazdeísmo ou Zoroastrismo, que teve origem numa das maiores e mais importantes civilizações antigas, do Médio Oriente, da Terceira Sub-Raça Iraniana ou Persa, da nossa actual Quinta Raça Raiz, Ariana, julgo relevante explicar como uma civilização tão orgulhosa das suas importantes e grandiosas épocas históricas, onde o antigo Império Aqueménida teve o seu auge em 500 a.C., até hoje considerado um dos maiores Impérios da História, chegou à situação em que se encontra hoje. Depois da invasão e subjugação Árabe extremista, o Irão perdeu o seu imponente carisma e isolou-se do mundo exterior. Vive num regime civilizacional retrógrado e medíocre, que usa todos os seus bens e meios de desenvolvimento tecnológico, apenas para fins bélicos e ofensivos, que visam a guerra com tudo e com todos, usando a repressão e violações graves dos direitos humanos ao seu próprio povo, de forma extremista, criminosa e fundamentalista.

Tanto a Pérsia como o Egipto, que foi também uma nação muito importante no passado, com as suas dinastias divinas, sofreram enormes transformações e de imponentes civilizações passaram a nações subjugadas pela invasão muçulmana, que não só lhes fez perder a sua importância carismática como também os seus cultos espirituais e culturais do passado, assim como os seus povos nativos. A Pérsia, hoje, Irão, tem uma percentagem minúscula do seu povo original Persa, sendo agora uma mistura predominantemente Árabe, Islâmica, tal como o Egipto, que deve ter apenas dois por cento do seu povo nativo. Aliás, isso tem acontecido a todos os Países que deixaram introduzir completamente a expansão Islâmica fundamentalista, que, em vez da sua civilização progredir voltou a retroceder ao passado, isento de direitos humanos.

Embora ambas as nações tenham perdido o seu carácter do passado, o Irão destaca-se da pior maneira quando, durante alguns anos, teve a predominância de uma civilização desenvolvida e moderna, do tipo ocidental, na Era Pahlavi, após a II Guerra Mundial. Embora o reinado do Xá Reza Pahlavi se tenha tornado progressivamente territorial, em especial nos fins dos anos 70, estava aberto ao Ocidente e tinha o apoio da Inglaterra e dos EUA. Mas, sempre teve a oposição do Clero Xiita, que deu origem à Revolução Islâmica e, a partir daí, perdeu todo o seu apogeu de civilização ocidental desenvolvida e foi facilmente subjugado pela invasão Árabe extremista, destacando-se agora, de maneira atroz, pela adopção e prática de medidas retrógradas e fundamentalistas, repressoras de forma hedionda, contra os direitos humanos.

O nome Pérsia não é histórico, sendo que esta palavra provém da palavra Grega “Persis” ou “Parsa”, que significa a terra dos Persas. O nome “Persis” era o nome de uma antiga província, pelo que “Irã” é o nome histórico, que provém da palavra “Eran”, no antigo “Parsik”, também conhecido como persa médio. Podemos encontrar o uso mais antigo da palavra “Irã”, em ‘Naqsh E Rostam’, que é um lugar arqueológico em Persépolis, a antiga capital dos Aqueménidas, onde estão enterrados quatro grandes Reis do Império Aqueménida, e onde também podemos encontrar alguns dos primeiros usos das palavras “Irã”, “Ariano” e “Iraniano”.

Encontram-se registados, no “Avesta”, os antigos textos religiosos Zoroastrianos, escritos em ‘Avestã’, de palavras anteriores ao “Irã”, tal como “Aryanam”. Contudo, a palavra ‘Pérsia’ começou a enraizar-se de forma gradual, e foi amplamente utilizada pela comunidade internacional até ao século passado.

Devido a essa circunstância remota, em 1935, o Xá Reza resolveu mudar oficialmente o nome Pérsia para o antigo “Irã”, e pediu à comunidade mundial que começasse a usar o nome “Irão” a partir daquela altura. Não obstante, e de forma surpreendente, houve muita controvérsia sobre a mudança do nome, sendo aquele acto revogado. Apesar disso, o território então conhecido como Pérsia, adoptou o nome que predomina hoje como “Irão”, ou República Islâmica do Irão, que começou a ser conhecida em meados do século XX, em 1935.

Os Persas foram povos de uma antiga civilização que habitou a região da Mesopotâmia, no planalto do Irã ou Irão, próximo das margens do Golfo Pérsico, e descendem de uma tribo nó mada, denominada “Parse”, que migrou da Ásia Central para uma região no Sul Iraniano cerca de 1.000 anos a.C.. Durante muitos anos os povos Persas viveram em ‘Clãs’, e foram dominados pelos povos ‘Medos’, ‘Assírios’ e ‘Babilónicos’. Anos mais tarde conquistaram diversos territórios e estabeleceram uma das mais imponentes civilizações antigas. O povo Persa povoou um local que é actualmente conhecido como uma província do Irão, chamada “Fars”, pelo que a população Iraniana tem ancestralidade Persa.

Certo é que os Persas disseminaram a sua cultura e língua não só no Irão, mas também noutros territórios. O idioma Persa é falado no Irão até aos tempos actuais, língua que pertence à família linguística Indo-Europeia, também denominada “Parse”. Curiosamente, no Afeganistão fala-se o idioma Persa, que é chamado de língua “dari”, no Tajiquistão, é chamado de língua “tajique”, e ainda é falado noutros países do Médio Oriente, tal como no Iraque, no Uzbequistão, na Turquia, nos Emiratos Árabes Unidos e no Barém.

A Pérsia é um dos exemplos de civilização, que conseguiu sobreviver durante diversas épocas históricas, até aos tempos actuais, agora denominada Irão, depois de passar pelas épocas Clássica, Medieval, Moderna e Contemporânea, aproveitando as fases de poder que surgiram entre o aparecimento e a que da de outros Impérios. A Pérsia conseguiu manter uma forte presença militar, territorial, económica e cultural entre os anos 550 a.C., e 1935 d.C..

Podemos dividir a civilização Persa em oito grandes épocas: o Império Aqueménida, o Império Parta/Arsácida, o Império Sassânida, o Império Corásmio/Corasmo, Safávidas, o Império Afshárida, a Dinastia Qajar e o Império Zand. Essa civilização passou também por diversas fases marcadas por alterações fundamentais, que foram mais visíveis no nível religioso, com a passagem da Religião politeísta ou dualista para a monoteísta, pela transição dos deuses antigos Persas para o Islão, numa fase inicial de ideal sunita, posteriormente, e que perdura nos tempos Xiita de hoje. A nível político, teve governantes de ascendência Turcomana, Curda e Azeri que assumiram o poder.

O Império Persa Aqueménida surgiu com Ciro II, o Grande, que destituiu do trono o Rei do Império da Média, Astíages. Os Persas que eram até então dominados pelos povos Medos, depois dessa vitória, passaram a subjugá-los sob a liderança de Ciro II, que se deu cerca dos anos 560-530 a.C., e marcou o início do surgimento do Império Persa. Esse Império foi o maior e o mais poderoso do mundo, atingindo o seu auge territorial sob o governo de Dário I.

Sob a liderança de Ciro II foram realizadas várias reformas administrativas e se deu início a um processo de expansão territorial, em que o exército Persa dominou toda a região da Mesopotâmia e da Península Arábica. Por conseguinte, os principais territórios, que fizeram parte do domínio Persa, no governo de Ciro II, foram a Babilónia, no ano 539 a.C., o território da “Ecbátana”, capital do Império Medo, no ano 549 a.C., “Helesponto”, nome antigo do noroeste da Turquia e a fronteira Indiana.

Foi durante o período Aqueménida que a Religião do Zoroastrismo, fundada pelo Profeta Zoroastro, se tornou a Religião dos governantes e da maior parte dos povos da Pérsia, em que enfatizava uma luta dualista entre o bem e o mal, assim como uma batalha vindoura. Na verdade, o Zoroastrismo e os seus líderes místicos, os Magos, viriam a ser um elemento de definição da cultura Persa.

Após a edificação dos alicerces do Império Persa, Dário I assumiu e governou com maiores riquezas e vitórias territoriais, entre os anos 549 a 485 a.C., que foram marcados por muitas realizações políticas e administrativas, por isso foi reconheci do como grande guerreiro Persa. A manutenção das riquezas consistia na arrecadação de impostos dos povos dominados. Dário I dividiu os territórios em vinte unidades menores, que se denominaram “Satrapias”, onde havia um governador local em cada uma, chamado de “Sátrapa”. Esses eram incumbidos de fiscalizar e arrecadar os impostos e ajudar no crescimento da economia local.

A civilização Persa tornou-se grandiosa devido a várias construções de estradas, construções de palácios, monumentos e crescimento das cidades. No entanto, não existia na sociedade Persa igualdade social, pois havia muita rigidez estadual, e quem era pobre permanecia sempre pobre, e os abastados permaneciam da mesma forma. A coluna principal do Império eram os soldados Persas, que tinham muito valor dentro da sociedade, pois eram os responsáveis pela organização dos diferentes povos e na protecção das fronteiras.

Ainda que a Pérsia Aqueménida tenha unido vários povos e reinos de todas as principais civilizações de uma vasta região, os seus últimos anos foram marcados pela decadência. O maior Império da antiguidade desmoronou-se em apenas oito anos, quando foi atacado por um jovem Rei Macedónio, que a história chamou de Alexandre o Grande. A partir daí deram-se grandes alterações, durante muitos anos, e diversas fases civilizacionais, guerras e, também, muitos Impérios se sucederam, nesses tempos antigos.

Chegados à época Medieval, deu-se na Idade Média a mudança da Pérsia para o Islão entre os anos 650-1219, em que houve uma rápida expansão do Califado Árabe, que coincidiu com a situação caótica e o fim da Dinastia Sassânida, sendo a maior parte da Pérsia conquistada nos anos 643-650, pelos exércitos Árabes Islâmicos, transitando-a para a Pérsia Medieval.

O último Xá Isdigerdes III morreu dez anos após perder o seu Império para o Califado, e embora tenha tentado recuperar algo do que tinha perdido, com o auxílio dos Turcos e dos Tártaros, no entanto, foi facilmente derrotado pelos muçulmanos. Este Império Árabe, governado pela dinastia Omíada, foi o maior Estado da história, que se estendeu desde a Península Ibérica até ao Rio Indo, e do Mar Aral à ponta Sul da Península Arábica. Os Omíadas ser viram-se dos sistemas administrativos Persa e Bizantino, e transferiram a capital para Damasco, no centro do seu Império, tendo esta dinastia reinado sobre a Pérsia durante 100 anos.

Na verdade, a conquista Árabe transformou a vida da Pérsia de forma radical, em que o Árabe se tornou a língua franca, e o Islão substituiu rapidamente a Religião do Zoroastrismo, e foram construídas muitas Mesquitas. O meio cultural sofreu, também, naquela época, muitas transformações e acrescentos, e muitos cientistas Persas viriam a exercer um impacto directo sobre o Renascimento Europeu, séculos depois.

Porém, os Omíadas foram derrubados pela dinastia Abássida, também Árabe, e os Persas desempenharam um papel importante na burocracia do Império. Como a mãe do Califa Abássida Almamune era Persa, transferiu a sua capital para Merv, na Pérsia Oriental. O leste da Pérsia foi, no ano 819, conquistado pelos Samânidas, os primeiros governantes de origem Persa, desde a ocupação Árabe. Então, estabeleceram Samarcanda, Bucara e Herat como suas capitais, reavivando a língua e a cultura Persas.

A parte oeste do actual Irão foi conquistada, em 913, pelos “buáiidas”, uma confederação tribal Persa das margens do Mar Cáspio, estabeleceram “Xiraz” como sua capital, e destruíram a unidade territorial Islâmica. De uma província do Império Islâmico unificado, a Pérsia passou a ser uma nação de um mundo Islâmico cada vez mais diversificado, tendo naquela altura o grande poeta Ferdusi, recriador de língua Persa, escrito nessa altura a “Épica dos Reis” Shãh Nâmâ, em Persa, que contava a história dos Reis do Irão.

Mais tarde, entre 1037-1219, o mundo Islâmico começou a ser sacudido, em 1037, pela invasão dos Turcos Seljúcidas, vindos do nordeste, que criaram um enorme Império no Médio Oriente, dando continuidade ao florescimento da cultura Islâmica medieval, e construíram a Mesquita da Sexta-Feira, em Ispaão. Porém, no início do século XII, os Seljúcidas perderam o controlo da Pérsia para outro grupo Turco da Corásmia, perto do Mar Aral. Os Xás desse Império governaram por pouco tempo, mas enfrentaram o mais temido conquistador da história, Gêngis Cã.

Entre 1219-1600, a Pérsia esteve sob o domínio dos Mongóis e os seus sucessores. Gêngis Cã, em 1218, enviou embaixadores e comerciantes à cidade de Otrar, no nordeste do reino Corásmio, mas, como o governador de Otrar os mandou executar, Gêngis Cã saqueou a cidade e avançou sobre Samarcanda e outras cidades da região, destruindo-as e matando. Mais tarde, o seu neto Hulagu Cã completou a conquista do Império Corásmio, tomando Bagdad, e matou o último Califa Abácida, e a maior parte do que restava, do Médio Oriente, entre 1255 e 1258. Então, a Pérsia tornou-se um Ilcanato, uma província, do vasto Império Mongol.

Em 1295, Ilcã Gazã converteu-se ao Islamismo, e renunciou aos laços com o Imperador Chengzong, da Dinastia Yuan, Chinesa, que tinha sucedido ao pai Cublai, como Grande Cã. Os Ilcãs promoveram as artes e o conhecimento na melhor tradição da Pérsia Islâmica. Todavia, com a morte, em 1335, do último Ilcã, Abu Said, o território do Ilcanato fragmentou-se em pequenos Estados, o que permitiu que Tamerlão invadisse a Pérsia, em 1370, conquistando-a e saqueando-a até à sua morte, em 1405. Foi mais sanguinário que Gêngis Cã, pois exterminou 70.000 pessoas, em Ispaão, para poder construir torres com os seus crânios, deixando a Pérsia em ruínas.

Na época ou Idade Moderna dos Safávidas, começou o novo Império Persa entre os anos 1500-1722 d.C., da Dinastia Safávida, proveniente da cidade de Ardabil, na região do Azerbaijão. O Xá Safávida Ismail I derrubou o governo dos Turcomanos da ‘Ovelha Branca’ e fundou um novo Império Persa, sendo o primeiro com uma Dinastia local em 800 anos. Ainda que os primeiros governantes Safávidas falassem uma língua Turcomana, as gerações seguintes adoptaram a língua Persa, permitindo que a identidade Persa florescesse de novo. Esse período foi visto pelos historiadores como uma ponte entre a antiga Pérsia e o Irão moderno, pela adopção da denominação Xiita do Islamismo e a renascença cultural e política, realizadas por essa dinastia. O Xá Ismail expandiu as fronteiras da Pérsia, com a intenção de incluir todo o território do actual Azerbaijão, Irão e Iraque, e grande parte do Afeganistão. Porém, a expansão foi detida pelo Império Otomano, na batalha de Chaldiran, em 1514, e os conflitos com os Otomanos tornaram-se comuns naquele período. Pode-se considerar que a Pérsia Safávida se tornou num Estado violento e caótico durante setenta anos, mas, no ano 1588, quando o Xá Abaz I subiu ao trono, presidiu um re nascimento cultural e político. Transferiu a capital do Império para Ispaão, que se tornou num dos mais importantes centros culturais do mundo Islâmico, onde foi celebrada a paz com os Otomanos, reformaram o exército e expulsaram os Uzbeques da Pérsia, para o actual Uzbequistão, e recapturaram a Ilha de Ormuz aos Portugueses (3/5/1622).

Como os Safávidas eram seguidores do Islamismo Xiita tornaram o Irão no maior País Xiita do mundo até hoje. Contudo, a Pérsia, sob o domínio dos Safávidas conheceu o seu último período de grande potência Imperial, porque, no início do século XVII, houve um acordo com o Império Otomano, que fixou a fronteira com a Pérsia, como limite entre a Turquia e o Irão modernos. O Estado Safávida, em 1722, desmoronou-se com a primeira invasão Europeia da Pérsia, no tempo de Alexandre Pedro o Grande, Imperador da Rússia, que invadiu o noroeste do País, com intenção de controlar a Ásia Central. As forças Otomanas juntaram-se aos Russos, permitindo o cerco bem-sucedido a Ispaão. No entanto, nem os Turcos nem os Russos ganharam território, mas os Safávidas ficaram muito enfraquecidos, e nesse ano, os seus súbditos Afegãos iniciaram uma rebelião sangrenta, em reacção às tentativas de convertê-los, pela força, à denominação Xiita, em que o último Xá Safávida foi executado, pondo fim à Dinastia. Todavia, o Império Persa teve um breve despertar sob o Xá Nader, entre 1730 e 1740. Nader, que era um líder militar da tribo Afshar, expulsou os Russos e confinou os Afegãos ao seu território actual. Lançou também diversas campanhas contra os antigos inimigos da Pérsia, os Canatos nómadas da Ásia Central, que foram destruídos ou absorvidos pelo Irão. Com a sua mor te o Império de Nader declinou, e sucedeu-lhe a curta e fraca Dinastia Zand.

Na Época ou Idade Contemporânea, deu-se a expansão Europeia, entre os anos 1779-1914. No fim do século XVIII e ao longo do século XIX, o Irão não estava preparado para a expansão mundial dos Impérios Coloniais Europeus. Sob a Dinastia Cajar (1779-1914), a Pérsia recuperou uma estabili dade relativa, mas sem esperança de competir com as novas potências industriais da Europa. Sentiu-se comprimida entre os grandes Impérios Russo, na Ásia Central, e o Britânico, na Índia, que extorquiram territórios ao Irão, e se tornaram, no Barém, Azerbaijão, Quirquistão, Turcomenistão, Tajiquistão, Urbequistão, e partes do Afeganistão.

Embora a Pérsia não tenha sido, directamente, invadida, começou a ficar economicamente dependente da Europa. Pela Convenção Anglo-Russa de 1907 foram formalizadas as esferas de influência da Rússia e do Reino Unido sobre o Norte e Sul do País, onde a potência colonial detinha a decisão final, em assuntos económicos. O Xá Cajar Maomé Ali concedeu, mais tarde, a William Knox D’Arcy, autorização para explorar a Companhia Petrolífera Anglo-Persa, e para operar campos de petróleo, no sudoeste da Pérsia, que começaram a produzir em 1914. Winston Churchill, Primeiro Lord do Almirantado Britânico, que super visionava a conversão da Marinha Real Britânica, para navios de guerra movidos a petróleo, nacionalizou, em parte, a Companhia antes de começar a I Guerra Mundial.

O Irão viu-se também envolvido, na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), devido à sua posição estratégica entre o Afeganistão e os Impérios Otomano, Russo e Britânico. O Reino Unido enviou, em 1914, uma força militar à Mesopotâmia, para impedir aos Otomanos o acesso, dos campos de petróleo Persas. O Império Alemão retaliou em nome do seu aliado, ao espalhar o rumor de que o Kaiser Guilherme II se tinha convertido ao Islamismo, e infiltrou agentes na Pérsia para atacar os campos petrolíferos, e provocar uma ‘Jiad’ contra o governo Britânico na Índia, mas a maioria destes agentes foi capturada, pelas tropas Persas, Britânicas e Russas, que patrulhavam a fronteira Afegã.

Os combates entre as forças Russas e Otomanas, em 1918, no norte do País começaram a afectar a Pérsia, e que a Rússia estava a ganhar até ao colapso dos seus exércitos, devido à Revolução Russa de 1917. Isso deixou o Cáucaso desprotegido, assim como os povos Caucasianos e Persas, que estavam famintos depois de muitos anos de guerra e de privações. Entretanto, uma pequena unidade militar Britânica entrou na Transcaucásia a partir da Pérsia, para incentivar a resistência local contra os exércitos Alemães e Otomano, a fim de evitar a invasão dos campos de petróleo, até quase ao armistício. Os víveres da expedição foram usados para impedir a grande fome na região.

Após a I Guerra Mundial (1919-1935) o norte do Irão foi ocupado pelo general Britânico William Edmund Ironside, para garantir os termos do armistício Turco e ajudar o general Dunsterville e o coronel Bicherakhov, na contenção da in fluência Bolchevique. O controlo, mais efectivo, sobre os lucros dos campos petrolíferos foram também assumidos pelo Reino Unido.

Um oficial do exército Persa, Reza Cã tomou o poder dos Cajares, em 1921 e 1925, e estabeleceu a nova ‘Dinastia Pahlavi’, e passou a chamar-se Xá Reza Pahlavi, e transformou a Pérsia num País urbano, pela adopção de diversos projectos de desenvolvi mento, industrialização, educação, infraestruturas e ferrovias, e saúde. Começou, então, a surgir uma classe média profissional, e uma classe operária industrial, em que o poder se centralizava no monarca.

O Xá procurou evitar que o seu País fosse dependente das duas grandes potências na região, da União Soviética e do Império Britânico. Então, em 1935, o Xá solicitou à comunidade internacional, de forma formal, que passasse a usar o termo “Irão” para designar o País, uma vez que esta palavra deriva do termo ‘proto-Iraniano “Aryãnã”, que significa “terra dos Arianos”, palavra que fora, pela primeira vez, registada no “Avestá”, da tradição do Zoroastrismo.

Durante a II Guerra Mundial, em 1941, o Irão foi invadido por dois Países, que, na altura, eram considerados grandes potências mundiais, a Inglaterra e a União Soviética. De forma a se apoderarem de parte dos recursos petrolíferos do Irão, esses fizeram o Xá abdicar, em nome do seu filho Mohammad Reza Pahlavi, ao verem que ele poderia ser um governante mais favorável. Após a nacionalização da Companhia de Óleo Anglo Americana, em 1953, houve um conflito entre o Xá e o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh, que levou à deposição e prisão do ministro.

ÍNDICE – PARTE I
Breve Apêndice sobre as épocas históricas e políticas até à situação actual do Irão Antiga Pérsia …………………………………………9
Introdução histórica analítica ……………………………………………………………………32
Zoroastrismo ………………………………………………………….…………………………………50
O espírito do zoroastrismo …………………………………………………………………50
Advertências e chamadas de atenção …………………………………………………..52
História remota do Zoroastrismo, o berço da civilização ………………………….53
Zoroastro um Iniciado nos Mistérios Sagrados ……………………………………….57
A Fé Espiritual dos Sábios e Adeptos ……………………………………………………..61
A Chave para as Escrituras Sagradas Avestã e os Vedas ……………………………64
Adoradores do Fogo, a Origem de toda a Vida ………………………………………..68
O Culto dos antepassados …………………………………………………………………….70
Discurso aos estudantes da Universidade de Bombaim …………………………….75
A simbologia das Varinhas de Condão e Bastões ……………………………………..78
Palavras e Nomes de Poder …………………………………………………………………..80
Símbolos e Talismãs ……………………………………………………………………………..87
A Profundidade da Religião do Zoroastrismo ……………………………………………89
PARTE II Origem histórica do Mazdeísmo ……………………………………………………103
Origem oculta do Mazdeísmo ……………………..………………………………………………113
Os filhos do fogo, os senhores da chama ………………………….…………………………118
Doutrina e ensinamentos do Mazdeísmo ……………………………………………………120
O livro sagrado do Zorostrismo e a língua Avesta …………..……………………………123
O significado do Zend …………………………………………………………………………..125
Documentos da literatura Mazdeísta …………………….……………………………………128
A filosofia e a religião Mazdeísta …………………………………………………………………132
Os princípios do Mazdeísmo …………………………………………………………………134
A trindade primordial……………………………..……………………………………………………140
As Hierarquias de Inteligência ……………………………………………………………….140
O «Fogo», filho de Ahura-Mazda ……………….…………………………………………………144
O Homem e a sua relação com a Hierarquia das Inteligências …………..…………148
A ressurreição e a Vida depois da Morte …………………………………………………151
Bibliografia ………………………………………………………………..…………………………………155