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AS INICIAÇÕES

Autor:Maria Ferreira da Silva

11.00

Informação adicional

Peso170 g
ISBN

972-9054-08-8

Ano

2006

Edição

2

Idioma

Formato

210 x 147

Encadernação

Cartonada

N. Pág.

111

Colecção

REF: 6 Categorias: , , , , ID do produto: 23098
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A partir de vivências e de viagens aos principais centros tradicionais e pontos de Poder do Planeta, quer da Europa, quer da Ásia e do Extremo e Médio Oriente, foi possível sintetizar este tratado espiritual. Ele não só revela os Mistérios Iniciáticos das antigas civilizações, como defende a legitimidade religiosa e cultural de laguns povos, dentro deles os antiquíssimos Jainas na Índia, mas penetra também, luminosamente, em assuntos cadentes do nosso quotidiano: a alimentação, a energia sexual, o amor e a intuição, a morte e a libertação.

O livro aventura-se no difícil campo profético e dá-nos uma antevisão da religião futura da humanidade, cada vez mais a realizar-se perante nós, indicando-nos certas linhas de força, pelas quais poderemos compreender e cooperar no plano evolutivo em que estamos inseridos.

Deus faz-se presente em cada página deste livro, transformando-o, para a autora, numa obra sagrada de Sua Inspiração e Vontade.

<strong»As Iniciações Colectivas e Individuais

Vou tentar delinear o misterioso e transcendente caminho iniciático, baseada nas experiências vividas por mim nesta existência e que foram obviamente o resultado de outras Iniciações em vidas anteriores. Há uma estrada de desenvolvimento, vagarosa, pontuada por marcos, que são as Iniciações em espiral infinita. Através das reincarnações e Iniciações sucessivas, o homem vai progredindo, até atingir o grau elevado de expansão de consciência que o torna capaz de conhecer a sua meta Divina, sinal da proximidade da libertação ou Iniciação Maior. Mas que caminhada até chegar a este estado …
Quando Thot-Hermes, no Egipto, começou a transmitir aos homens a beleza do amor e do conhecimento, disse:
«Oh povo nascido na terra, vós que vos abandonastes à embriaguês, ao sono, à ignorância de Deus, deixai de chafurdar como crápulas, pois tendes a potência de participar da imortalidade».
Sendo a Criação ou Manifestação o envio dum Pensamento de Deus e tendo vindo a esta manifestação os que se identificaram com esse Pensamento, eles constituíram a humanidade e passaram a agir guiados sempre pela força desse Pensamento que os liga como uma “massa”. No caminhar vulgar da evolução, lenta e automática, a humanidade age geralmente por pensamentos colectivos provindos da mente comum, como que hipnotizada. E, quando alguém emite um pensamento suficientemente forte, pode ser seguido por milhares ou milhões de seres. São muitos os exemplos, desde as formas mais elevadas e poderosas das mensagens de líderes políticos, religiosos e filósofos, até às marcas publicitárias que se tornam famosas e dominam o mundo inteiro.
Portanto, o homem tem-se habituado a viver guiado por algo ou alguém. Não tem pensamento próprio e é assim que passa pelas Iniciações Colectivas que abrangem a “massa” humana, estando durante este estágio de homogeneidade esquecido da sua origem, até ficar capaz de compreender que necessita de voltar à Consciência Espiritual, ou de religar a individualidade ao Todo. Assim, só quando a Alma está na reascensão à Divindade é que se torna independente, afasta-se desse pensamento colectivo e ruma em sentido inverso. Por isso os seres que buscam Deus por vontade própria remam contra a “maré” dos homens, provocando oposições. Por esta razão é que os grandes seres que fizeram a história humana foram sempre perseguidos e incompreendidos não só pelas suas formas de viver mas, principalmente, pelas suas ideias inovadoras e algo perturbadoras para a inteligência comum. Vêem coisas que os outros não vêem, ao ultrapassarem as aparências. São Iniciados que já passaram pelas Iniciações Menores e estão a passar ou a preparar-se para as Iniciações Maiores.

Vemos então que há duas espécies de Iniciações: a Colectiva e a Individual. A Colectiva é aquela em que a humanidade, num todo, passa por diversos graus, desenvolvendo qualidades e sofrendo transformações, mas em que o homem tem pouca consciência das metamorfoses e valores adquiridos. Sabe que goza e sofre, mas não tem a lucidez para compreender a vantagem das transformações, pois vive numa constante procura de estabilidade e felicidade terrena.
Como ponto máximo das Iniciações Colectivas temos as Iniciações Menores, altura em que começa o caminho probatório e em que se procura o auto-conhecimento para aperfeiçoamento do carácter. É neste estágio que se desenvolve mais o sentimento devocional ou religioso e, se procura um guru (1) ou mestre, pois as Iniciações Menores são necessariamente dirigidas por gurus. Guiado pelo guru, mestre ou hierofante, no caso do antigo Egipto e Grécia, o discípulo dedica-se a superar, em formas progressivas de conduta, os valores próprios da condição humana. Vai aprendendo a morrer para esta vida e a renascer com outro modo de ser.
Finalmente, temos as Iniciações Individuais ou Iniciações Maiores, que contribuem para a libertação total terrena ou iluminação. Não acontecem porque o Iniciado queira, mas porque traz capacidades espirituais desenvolvidas doutras vidas e que possibilitam a Graça Divina: Ela ocorre e tudo brota espontaneamente do seu interior, pois é um Iniciado em potência, obtendo as experiências espirituais sem esforço, livre de qualquer ambição espiritual. É num estado de Graça que se passam as Iniciações Maiores, em solidão e em ligação directa com a Divindade.
O que são então as Iniciações?

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(1) Guru, palavra sânscrita, um pai espiritual ou preceptor, de quem um jovem recebe o mantra, iniciatório ou prece, que o instrui nos Shāstras (escrituras) e dirige as cerimónias até à investidura, que é celebrada pelo mestre ou āchārya. A apelidação honorífica de um preceptor.
M. Williams.

São mortes simbólicas, caracterizadas por intensas transformações dos estados mentais, psicológicos e espirituais do Iniciado.
Essencialmente a base é esta, sendo as diferenças nos modos de se processarem essas Iniciações, dependentes do estado evolutivo de cada ser. As Iniciações não são iguais, no sentido psíquico, psicológico ou ainda, espiritual do termo, para todos. Se analisarmos a vida de santos e santas, por exemplo, vemos que o que receberam de Cristo ou Deus como directrizes no caminho, estava apenas de acordo com os seus estados psíquicos e sentimentais, para uma forma muito pessoal de transformação, ou entendimento das coisas divinas. Todas são diferentes, embora as linhas gerais sejam coincidentes. Estão sempre em conformidade, não só com o grau de desenvolvimento espiritual, como também com as limitações mentais e conceptuais dos tempos ou épocas em que esses seres vivem, e de acordo também com a missão de cada um e, com as qualidades ou virtudes a desenvolver e as falhas a comutar. Numa terminologia oriental, diríamos que estão de acordo com o karma individual e colectivo. Assim, um ser que ainda não esteja pronto para desprender-se definitivamente da Terra, recebe interior e exteriormente ensinamentos bem diferentes daquele que já está na total Renúncia à condição humana. Mas, mesmo aqueles que estão em condições semelhantes, os seus interiores e karma podem ser tão diferentes, ao ponto de haver ensinamentos antagónicos. Cada pessoa cria um mundo em torno de si; a forma como vemos o mundo é criada por nós e, por isso, depende da nossa atitude achá-lo bom ou mau e termos os ensinamentos adequados ao estado mental criado.
Depende também em que campo de evolução, raio ou linha se realiza o iluminado (aqui falo especialmente das Iniciações Maiores), pois difere muito a realização por exemplo, dum Adepto de Magia, ou daquele que renuncia completamente à vida na terra e não a ajuda mais, mesmo ao nível espiritual, nos planos invisíveis, como acontece com os “Tīrthankaras” (2) ou iluminados dos Jainas na Índia. É uma renúncia absoluta à vida manifestada e aos poderes ocultos, para lá da morte e da ascensão, pois mantêm-se afastados da evolução terrestre.
Os Tīrthankaras ou “Os Autores da Travessia do Rio”, habitam numa região celeste no Tecto do Universo, além do alcance da prece humana. Não há possibilidade de que o seu auxílio desça daquele lugar glorioso, puro e imperturbável de “isolamento”, à esfera nebulada do esforço humano.
Assim a verdade revela-se, conforme as faculdades, por fases diferentes em cada natureza humana.
As Iniciações Maiores ocorrem quando o ser está pronto a enfrentar sozinho o seu caminho espiritual. Os processos são sempre o despoletar de certas forças e energias internas, que obrigam o Iniciado a confrontar-se com a destruição de velhas crenças, ou conceitos e compreensões ultrapassadas, que convictamente tinha como certos e estáveis. Constantemente se morre para algo e não se encontra, por vezes, de imediato, o conteúdo mental, ou a compreensão espiritual para preencher o lugar vazio. É o simbolismo da morte e do renascimento. São estados em que se morre para a condição humana, num caminho progressivo e constante, para o desapego ao mundo.
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(2) Tīrthankara: Aquele que passou para lá do Tīrtha, isto é a confluência de dois ou mais rios. Mais tarde, uma das dez ordens de ascetas fundadas pelo mestre do Advaita Vedānta, Śaṅkara. Os membros juntam a palavra tīrtha aos seus nomes. Os que tenham atravessado o rio da manifestação ou da ilusão.

1ª. Parte – O Ocidente
I Capítulo: As Iniciações Colectivas e Individuais
II Capítulo: Os Solos Sagrados
III Capitulo: Os Mistérios Crísticos
IV Capítulo: As Construções Sagradas
V Capítulo: A Anergia Sexual

2ª. Parte – A Índia ou o Oriente
VI Capítulo: A Índia e a Iniciação Colectiva da Renúncia
VII Capítulo: Os Jainas
VIII – O Valor da Alimentação
IX Capítulo: Maitreya
XI Capítulo: A Morte

Bibliografia