Cap. PÉROLAS DE LUZ DE MYRIAM – pag. 299
X – Ensinamentos Secretos de Cristo aos Apóstolos
Jesus Cristo, na ocasião, era um Grande Mestre, Ele encarnava o Instrutor Divino. Era a Encarnação do Mestre Perfeito ou da Suprema Personalidade de Deus. A Sua Excelsa Preparação deu-se no Oriente, não apenas nos Mosteiros que frequentou, mas os Ensinamentos n‘Ele iam sendo progressivos em níveis subtis.
Jesus deixou uma Escola Oculta de Ensinamentos, que foram transmitidos de boca para orelha entre Ele e os Apóstolos e que por nada os poderemos divulgar, caso contrário esse tipo de instrução estaria acessível a todos.
Jesus, um Alto Iniciado de Salém ou de SHAMBHALLA, para sermos mais exactos, tinha uma série de Conhecimentos que só poderia transmitir a alguns, não a todos.
Ele ensinou os Apóstolos em geral, mas dividiu entre eles o nível de Instrução.
O Seu Ensino foi de acordo com a Arte Tradicional dos Artífices Obreiros. Sendo Ele Iniciado por MELCHISEDEC (SANAT KUMARA), no Sacerdócio Eterno, Ele entregou o Grau Máximo a três dos seus Apóstolos, Pedro, Tiago e João, ao Grau de Mestres. O último grau era o de Companheiro.1 Todos os Apóstolos estavam preenchidos nestes três Graus de Ensinos.
Os escolhidos para Mestres, tiveram diferentes níveis de Ensino, sendo que João
(o Bem-Amado) foi agraciado com os Ensinamentos mais esotéricos.
Já Pedro, teve acesso ao nível externo do Ensino, a Palavra, a letra.
João foi o fundador da Igreja Iniciática de Jesus, conjuntamente Comigo.
Porém, as Chaves do Sacerdócio Eterno, Ele as deixou sobre Pedro, Tiago e
João.
Jesus, naquele tempo era Grão Mestre, Iniciado da Ordem de MELCHISEDEC. A Arte Tradicional dos Artífices Obreiros é o que hoje se designa por Maçonaria.
Dentro da Maçonaria, actualmente, há a Maçonaria Política, dos CAIMITAS, e a Alta Maçonaria, Herdeira dos Conhecimentos Herméticos, também chamada de Maçonaria de MEL-KI-TZE-DEK.
Jesus ensinou segredos sobre os chakras, a liderança dos corpos subtis e, inclusive, ensinou “mudras‘ (posturas de mãos) que abrem portas no mundo oculto.
Parte desses ensinamentos Eu, sob a Sua ordem, os transmiti no livro Rosário de
Luz, adaptados à nova vibração requerida à Humanidade.
Ele também nos instruiu de modo especial a nós as mulheres. A Mim, mais tarde, Ele Me instruiu, pois enquanto a Sua Missão, por vezes nos chocávamos os dois. Eu como sua mãe, não via a Grandeza do Mestre. Ou, melhor dizendo, via mas não aceitava. Tinhamos sérias discussões os dois, a sós, mas Eu sempre apoiava as mulheres, as Discípulas. Pouco a pouco comecei a integrar-me no grupo que O seguia e passei a ser, entre as mulheres, a Sua Discípula, aquela que disciplinava e ajudava todas as outras com a distribuição de tarefas e responsabilidade.
Eu era a Mãe de todas e, como tal, cabia-Me discipliná-las.
Os melhores tempos que passei, no aprofundamento do esoterismo, foi no tempo que vivi com Jesus e João, depois da Crucificação.
Mas foi, sem dúvida, na Crucificação que Eu cresci interiormente. A dor e o sofrimento transportaram-Me aos níveis de entrada no Portal da Transcendência. Não o acto em si e no momento em que Me encontrei com o Meu Filho caído sob o peso da Cruz, mas mais tarde, quando a dor foi superada e me deixou ver outros níveis.
Aí, coisas que Eu ouvi Ele dizer e que, agora, naquele preciso momento Me faziam ver mais além.
Quando encontrei o Mestre no Caminho, humilhado, sangrante, todo suado, exaurido nas suas forças físicas, caído sob o peso da cruz, com os militares golpeando-O com o chicote para se levantar, o Meu coração de mãe quase que se dilacerava. A dor que Eu senti não a posso descrever. Eu queria tirá-Lo daí. Queria agarrá-Lo e confortá- Lo, mas ai de Mim! Não passava de uma pobre mulher viúva de 49 anos, no caminho dos 50. Que podia Eu fazer, sobretudo numa sociedade em que as mulheres não tinham valor? Por impulso, tentei aproximar-Me d‘Ele e levei umas bastonadas dos guardas, com os cabos das lanças.
A minha alma gritava de dor, não me atrevendo a verbalizar, Eu, na Minha dor, clamei ao Senhor:
“ELI, Pai Amantíssimo, Tu de Teu Alto posto tudo vês, escuta a súplica amargurada desta mãe, cujo coração foi ferido de morte. Ó Senhor Tu que acodes aos aflitos, ajuda-Me! Dá-Me coragem para não sossobrar. Suporta-me, ó Deus, na minha aflição. Senhor, faz com que aqueles que cometeram este crime o paguem. Exerce a Tua Justiça, ó Pai e espalha estes iníquos como o pó soprado pela terra. Que nada fique aqui a recordar o martírio de um Justo e a morte de um Inocente!”
Assim segui o cortejo e Me mantive com as mulheres e João e José de Arimateia e Nicodemos até que o Mestre exalou o último suspiro.
Quando no dia seguinte, o Sábado, Eu estava em Jerusálem, em casa de amigos, a Minha dor transcendeu e vi o que Ele dissera num dos Seus Discursos, o qual reproduzo.
“…Eu sou o Senhor da propriedade, mas vós sois os ladrões, pois viestes pela noite e tomastes dos frutos, delapidastes o que não era vosso…”
Aqui, Ele referia-se a Si mesmo. Pela noite Ele foi preso, foi tomado por aqueles que eram ladrões.
“… mas chegareis e humilhareis o enviado e o despojareis de tudo, da sua honra e das suas vestes. E levantá-lo-eis entre vós e o matareis. Porém, Ele retornará e é o
Senhor da Vida…”
Lembrei-Me desta passagem e isso Me deu força e coragem para confortar os Companheiros e amigos que estavam, tal como Eu, abatidos.
Reproduzo aqui uma das Suas lições, dadas só ao grupo Discipular, quando estavam os Setenta e Dois Discípulos, nós as Discípulas e os Doze Apóstolos.
Eis que o Eterno não se manifesta, pois o Seu Princípio é Indivisível e se se manifestasse, deixaria de ser Ele. A Consciência do Não Ser, Não Estar, divide-se e o Esplendor2 brilha como Amor-Sabedoria e com a Coroa3 geram a forma.
A Inteligência Criativa desce, de tempos em tempos à forma humana e, sempre que a Luz declina e a verdade se perverte, ela surge de novo entre os homens.
Eu Sou o Filho do Céu e o Filho de Deus. Há outros mundos habitados nos céus, para além deste e é de aí que eu procedo. Nesse nível, o Meu Pai me gerou.
Há várias moradas ou mundos na Casa de Meu Pai. Ele é cheio de Glória. A Glória de Deus é a Inteligência.
Como venho dos Mundos Celestiais, Eu Sou o Filho do Céu e esses que Me acompanham, esses fogos e luzes que se movem nos ares e que vedes, são o Meu Povo, os Meus Irmãos.
Eu não sou o Rei de Israel, como pensais e afirmais, mas o Meu Reino é lá, entre eles, os Celestes, os Filhos do Céu. Eles andaram com Abraão e com Loth.
O Pai rege vários mundos e estrelas. Um dia, um dos Seus Filhos, muito amado, revoltou-se contra Ele e foi buscar entre os seus irmãos quem o seguisse. E teve muitos apoiantes. Eles vieram a este mundo em que vós estais e viram as filhas dos homens e as cobiçaram e se misturaram com elas e dessa união nasceram seres mutantes que tinham uma herança roubada4 dos céus e mal inserida na semente da terra. Eles causavam muito sofrimento aos homens e o Pai se comoveu com a sorte desses titãs. Henoch o vosso Patriarca foi interceder junto ao Pai por esses vigilantes caídos e pelos titãs. O Pai veio e destruiu o mundo com o Dilúvio.
Eu Sou Aquele que vem para dar a cura ao mundo e vim a este povo, mas o povo não me ouvirá, pois aqui, o Rei que governa é Satanás e eles ouvem melhor a mentira do que a verdade.
Eu Sou o Filho do Princípio Universal a que chamais Deus. Eu Sou o Filho de Deus, o mutante dos céus onde corre no sangue as sementes da eternidade. Eu Sou Deus revelado a vós como Homem. Aquilo que Eu Sou, vós o sois sem o saber e o sereis conscientemente. Eu Sou o Cristo Divino, que vive no Homem, a chama do Coração que dá a Vida. Por isso Eu vos digo que Sou a Verdade e Vida.
Eu Sou o Coração renascido que vos fala, a Consciência Criativa de Deus, que descido à forma vos guia.
Eis como Eu Sou o Filho do Céu, o Filho de Deus e o Filho do Homem.”
Estando Ele entre os Apóstolos, no monte Tabor, ensinando, já era de noite e veio uma luz sobre eles, no céu, rodopiando. Dessa luz desceu um raio luminoso e Jesus ficou resplandescente e subiu nos ares até ao interior da luz. Mais tarde desceu acompanhado de outros seres que voavam ou flutuavam no ar, melhor dizendo. Estiveram todos ali reunidos cerca de uma hora ainda e esses seres elevaram-se nos ares até á luz e desapareceram na Céu.
Casos destes, houve alguns na vida de Jesus, mesmo após a Crucificação de
Cristo.
Citarei umas das lições secretas que Ele deu aos Discípulos.
“Ide pelo mundo e curai, mas acima de tudo não vos esqueçais que o homem tem
em si um campo de batalha e que diversas são as lutas a se travarem no seu interior.
O homem tem uma mente irrequieta que o distrai e não o deixa ver que ele realmente é.
Para curardes, não deveis curar enfermidades, pois estas não existem, mas tereis de curar apenas as almas, pois é a alma que gera a doença.
Com cada um falai a sós com ele antes da cura, preparai-o e galvanizai-o para que possa receber a visita do Espírito. Este é o Pai, Aquele que cura.
Quando pensardes em ajudar os vossos irmãos, pensai no Pai que está em vós e no Pai que está no vosso irmão, uni os sentimentos dos dois que são apenas Um.
Onde houver unidade há confluência e onde houver divisão não há harmonia.
Eu não sou separado do Pai. Eu e o Pai somos Um. Quem me vê a Mim, vê o Pai.
Se vos maravilhais por aquilo que Eu faço, maiores maravilhas vós fareis. Vós
sois o sal da terra. Sereis vós os trabalhadores da vinha.
Tendes que vos preparar e abrir ao Universo para que o Pai, estando em vós,
trabalhe…”
Depois chamou-os um a um e a cada um deu instruções particulares e secretas, que não podem ser divulgadas.
Ele foi, naquela ocasião a encarnação do Mestre dos Mestres. Israel não O soube receber e tão pouco esteve preparado para O merecer.
Mas não temos dúvida que Ele foi e É ainda hoje a LUZ DO MUNDO.
Quando ressuscitou de entre os mortos, o Cristo, na sua primeira aparição aos Apóstolos, tinha um corpo diferente e Eles não O conheciam. Estando em casa, com as portas fechadas e as janelas, Ele apareceu no meio deles e disse: “A Paz seja convosco!”
Todos reconheceram O Mestre.
Durante 40 dias Ele permaneceu com eles ensinando-os e preparando-os para o ministério público.
Ao fim desse tempo, num dos Seus discursos, Ele começou a ficar luminoso. As suas vestes brilhavam e via-se a luz da sua Chama Trina a brilhar.
Ele brilhava como um Sol e era difícil poder contemplá-Lo, tal era a luz que se
irradiava d‘Ele.
Subitamente começou a flutuar no ar e subiu em direcção a uma “nuvem” (nave), a qual desapareceu depois, seguindo a direcção contrária do vento.
Depois disso, retiramo-nos para cumprir Missões, que Ele nos havia designado, uma delas coube-Me a Mim, fazer com José da Arimateia o caminho do Graal.
Mais tarde, na Turquia, unimo-nos a Jesus, que havia escolhido a zona da Capadócia para ensinar. Durante onze anos instruiu os Apóstolos e aceitou discípulos e os preparou.
Eu e João vivíamos em Éfeso, mas de tempos a tempos, íamos visitar Jesus Cristo.
Ao fim desses onze anos, Ele retirou-se para a Índia com a família e alguns discípulos. Eu fui para lá também e quando aos 66 anos a morte me pegou, eu estava em Mari, no actual Pakistão.