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ROTEIRO PARA UMA NOVA ERA – Tomo II – Leis, Centros e Hierarquias do Universo

17.00

Informação adicional

Peso370 g
ISBN

978-989-8147-29-5

Ano

2011

Edição

1

Idioma

Formato

145×210

Encadernação

Cartonada

N. Pág.

237

Colecção

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«Tem confiança não no mestre, mas no ensinamento.
Tem confiança não na teoria, mas na experiência.
Não creias em algo simplesmente porque o ouviste.
Não creias nas tradições simplesmente porque têm sido mantidas de geração para geração.
Não creias em algo simplesmente porque foi falado e comentado por muitos.
Não creias em algo simplesmente porque está escrito em livros sagrados.
Não creias no que imaginas, pensando que um Deus te inspirou.
Não creias em algo meramente baseado na autoridade de seus mestres e anciãos.
Mas se, após contemplação e reflexão, te aperceberes que algo é conforme ao que é razoável e leva ao que é bom e benéfico tanto para ti quanto para os outros, então aceita¬ o e faz disso a base da tua vida.»

Buda

AS GRANDES LEIS DO UNIVERSO

«Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha a tua filosofia.» (Hamlet, Shakespeare)

O processo de disponibilização do conhecimento esotérico à humanidade é fragmentário e progressivo. A cada momento, os Mestres da Sabedoria monitorizam o estado evolutivo de Raças e Sociedades, avaliam a maturidade espiritual dos seres encarnados e ajuízam das necessidades mais prementes em cada etapa evolutiva. Em consequência, fazem chegar à humanidade como um todo ou a segmentos da sua população as informações que melhor se coadunem com as situações detectadas.
O tema que abordamos neste capítulo nunca foi profusamente desenvolvido nas informações disponibilizadas pela Hierarquia Directora da Terra.
Sabíamos certamente que, do mesmo modo que as sociedades humanas são regidas por leis e normas em múltiplos domínios, também o universo se estrutura, organiza e evolui segundo um vasto conjunto de leis até hoje pouco divulgadas.
Eram já conhecidas três leis universais frequentemente referidas nas obras teosóficas e espiritualistas – evolução, karma e reencarnação – que pela incidência directa que manifestam sobre a trajectória da Humanidade serão abordadas com algum pormenor em capítulos subsequentes.
Contudo, só agora dispomos de informação mais detalhada sobre outras leis do Universo.
Na verdade, até Trigueirinho as ter sistematizado na obra
«A Trajectória do Fogo» pouco informação existia disponível sobre o tema.
De acordo com a informação avançada por este espiritualista, todas as leis regentes do universo derivam de duas leis supremas que ele designa por:

• Lei Criadora ou Lei Primeira;
• Leis de Ono¬ Zone.

Lei Criadora

A Lei Criadora representa o impulso básico para a evolução que permeia todo o universo manifestado. Inscrito nos genes espirituais de cada ser em evolução encontra¬ se uma pulsão irresistível para a auto¬ transcendência, o desejo imparável para a superação dos limites individuais, o prazer pela contínua expansão das potencialidades do ser. A adaptabilidade e a criatividade são os seus instrumentos principais. Em qualquer processo evolutivo, a rigidez e a cristalização em torno de conceitos e rotinas estabelecidas revela incapacidade de adaptação a contextos e situações novas que exigem respostas que as velhas ideias já não estão em condições de proporcionar. A imutabilidade não existe no universo: tudo está num permanente estado de fluxo e de mudança insusceptível de ser detido pelo esforço ou voluntarismo de qualquer ser ou instituição. Na verdade, a única coisa imutável no universo é a mudança. Mesmo as grandes consciências logóicas que parecem omniscientes às limitadas mentes humanas se encontram, ao seu nível, num estado de perpétua adaptação e ajustamento às condições permanentemente dinâmicas do universo e dos seres cuja evolução vigiam. O livre¬ arbítrio a isso obriga. Se bem que o impulso evolutivo presente na estrutura espiritual de cada ser garanta que mais cedo ou mais tarde todos superarão as diversas etapas do seu trajecto evolutivo, é impossível determinar com rigor absoluto o ritmo e a cadência de cada processo individual. Esta imprevisibilidade que se encontra inscrita no âmago do próprio processo cósmico exige uma permanente flexibilidade e capacidade de adaptação e ajustamento às situações novas que forem progressivamente surgindo. A persistência teimosa em estratégias, ideias e modelos de comportamento que já não se adequam a condições novas conduz inevitavelmente a situações de conflito cujo destino, próximo ou longínquo, será a condenação à derrota ou à insignificância.

Lei de Ono¬ Zone

Ono¬ Zone representa a energia primordial do universo de onde derivam os planos materiais que o constituem bem como os diferentes tipos de energia que o dinamizam. Até ao momento presente, a ciência descobriu um conjunto de formas de energia que constituem o seu desdobramento no plano físico: energia química, electromagnética, nuclear…No domínio das ciências biológicas, parece começar a desenhar¬ se um consenso acerca da existência de uma forma particular de energia, que o espiritualismo designa por Prana, presente apenas nos seres vivos e que dinamiza os seus processos vitais. Prana tem sido divulgado nos meios espiritualistas sobretudo através da fotografia Kirlian e do estudo da dinâmica dos chakras.
A energia Ono¬ Zone mobiliza todos os processos de mudança e transformação presentes no cosmos, desde o infinitamente grande ao infinitamente pequeno, passando pelos processos evolutivos de cada astro e de cada consciência, pelo nascimento e queda das civilizações, o nascimento e morte de todos os corpos materiais. É uma espécie de fluído vital inexaurível, a inesgotável fonte energética que alimenta toda a dinâmica universal.
O conhecimento de Ono¬ Zone permite ao ser humano o domínio total sobre a matéria, os seus processos criativos e as leis físicas conhecidas pela ciência. Fenómenos como a imponderabilidade, a materialização e a teleportação de seres ou objectos, o desdobramento físico, a levitação, a transmutação, a imunidade à dor, ao cansaço ou à doença, a criação de barreiras energéticas tornam¬ se possíveis através da sua correcta manipulação.
Embora Ono¬ Zone esteja presente em cada átomo do universo, o seu contacto torna¬ se mais fácil à medida que a consciência individual se foca em níveis mais subtis. A menor densidade material desses planos permite contactar Ono¬ Zone de maneira mais pura e mais intensa, facilitando o alinhamento e a harmonização dos veículos inferiores com os valores espirituais da mónada: o altruísmo, a compaixão, o desapego, a entrega.
No actual momento de transição planetária, Ono¬ Zone será responsável pela dinamização de um conjunto de fenómenos que a facilitará: a subtilização da substância material do planeta, a integração da vida material nos ritmos cósmicos, a desidentificação progressiva da consciência com a forma, o contacto com hierarquias e civilizações intra e extra¬ terrestres, a aspiração pela paz e pelo silêncio.
Destas duas Leis Supremas derivam todas as outras que gerem a evolução universal. Destacaremos as seguintes:

• Lei Crística
• Lei das Hierarquias
• Lei do Equilíbrio
• Lei dos Ciclos
• Lei da Cooperação dos Universos
• Lei da Analogia
• Lei da Purificação
• Lei da Transmigração
• Lei do Livre¬ Arbítrio
• Lei do Trabalho
• Lei do Silêncio

Lei Crística

Em termos espiritualistas, a palavra «Cristo» não designa um ser mas um estado de consciência caracterizado pela superação da dualidade e da separatividade em que o ser humano se encontra normalmente mergulhado. O princípio crístico humano corresponde ao seu corpo búdico, isto é, o veículo através do qual o universo, pela primeira vez, lhe aparece como uma extensão de si próprio e não como uma colecção de seres e objectos distintos. O acesso à consciência crística marca, na evolução humana, uma etapa fundamental. A partir desse momento, a consciência da unidade de todas as coisas deixa de ser um dado teórico, aceite como pura hipótese, e transforma¬ se numa experiência de consciência perfeitamente irreversível e indiscutível. O mergulho nesse estado de unificação global consolida no ser humano a prática da compaixão e do serviço altruísta que o tinha conduzido a esse patamar evolutivo.
A prática da agressividade e do egocentrismo é desactivada pois, se tudo passa a ser encarado como uma extensão do eu individual, deixa de fazer qualquer sentido o encarniçamento e a violência contra si próprio. A Lei Crística foi instalada no nosso planeta com a encarnação de uma elevadíssima consciência planetária no corpo de Jesus. Essa consciência, representante cósmica da energia do
2.º Raio, Amor¬ Sabedoria, activou uma forma particular de energia que facilita o contacto entre os corpos inferiores e superiores do homem através da prática da compaixão e do serviço altruísta. Esta energia foi, gradualmente, tornando dispensáveis um conjunto de práticas e rituais espirituais, frequentemente elitistas e reservados, que até aí eram necessários para estabelecer esse contacto. Nos nossos dias, a presença na órbita terrestre de um conjunto alargado de macroconsciências cósmicas com a função de eliminar as densas escórias astrais que envolvem o planeta e subtilizar a matéria que o constitui torna mais fácil do que nunca a utilização das potencialidades de conexão espiritual disponibilizadas pela energia crística.

Lei das Hierarquias

A Lei das Hierarquias representa a ordem necessária para o desenvolvimento de quaisquer tarefas no universo. Na verdade, desde o funcionamento do mais pequeno átomo até ao desenrolar harmonioso dos grandes ciclos universais tudo se desenvolve segundo sistemas de valores, códigos e regras perfeitamente definidos, cuja subversão só pode conduzir ao caos, à desorganização e ao encerramento em valores puramente materiais que inviabilizam o contacto e a harmonização entre os veículos inferiores e superiores do ser humano. As vastas hierarquias que regem e actuam no universo são um reflexo perfeito dessa necessidade de ordem que percorre todo o cosmos. Existem, contudo, no universo consciências de tal modo comprometidas com os valores do caos e do conflito que, literalmente, se alimentam dos miasmas astro¬ mentais gerados por esses tipo de práticas. Em momentos de transição planetária tal como o que estamos actualmente a viver, esses seres revelam¬ se particularmente activos, no esforço de tentar prender o maior número possível de consciências humanas às armadilhas do sensorialismo e do egocentrismo. geradores do «alimento» astral que os sustenta.
No dizer de Trigueirinho: «o esfacelamento da ordem hierárquica e o distanciamento dos verdadeiros valores, que hoje se constata no mundo tangível, são parte do trabalho das forças involutivas que levam o planeta ao caos».

Lei do Equilíbrio

A Lei do Equilíbrio traduz a harmonia de um cosmos perfeito. Um estado perfeitamente balanceado em que cada partícula do universo ocupa uma posição inequívoca, sem conflito ou oposição. Contudo, por muito bela que esta imagem possa parecer, um universo perfeitamente balanceado é um universo estático onde nenhuma evolução pode ter lugar. Para que essa evolução possa ocorrer é necessário criar uma situação dinâmica que rompa temporariamente esse equilíbrio que, mais tarde se irá restabelecer, mas agora num nível superior. O funcionamento de uma balança de pratos poderá ajudar a compreender este processo. Quando os dois pratos estão em equilíbrio, a balança encontra¬ se sem movimento numa posição estática. Para que o equilíbrio seja rompido é necessário colocar um peso num dos pratos; e o equilíbrio só será reposto quando se colocar no outro prato, um peso correspondente.
Assim funciona o universo. Quando ele não se encontra manifestado, recolhido nas «entranhas» do Absoluto, apresenta¬ se num estado de equilíbrio estático em que Consciência, Matéria e Vida se encontram numa posição de imobilidade. Quando a Manifestação tem início, esse equilíbrio rompe¬ se com a interacção entre estes três Princípios, que só terminará no fim dessa etapa, restabelecendo¬ se um novo equilíbrio, mas agora a um nível mais elevado.
E assim decorre também a vida humana. Cada etapa de aprendizagem evolutiva implica a ruptura com velhas certezas e rotinas, a necessidade de enfrentar novos desafios e incertezas, até ao estabelecimento de um novo equilíbrio, agora a um nível superior de experiência e conhecimento.

Lei dos Ciclos

Todos os processos universais se desenrolam ao longo de ciclos e etapas em relação aos quais são definidos certos objectivos. O plano global dos ciclos universais apenas é conhecido em pormenor pelas grandes macroconsciências que gerem, dos planos superiores, o desenrolar de todo o processo. As outras macroconsciências que actuam em planos mais densos conhecerão apenas os objectivos parcelares referentes aos níveis em que actuam. O número de ciclos e subciclos universais é incomensurável na sua extensão e diversidade. Existem ciclos sistémicos, galácticos, estelares, planetários, rácicos, de raio, de reinos da natureza… Embora, frequentemente, os diferentes ciclos se desenvolvam segundo ritmos e cadências específicas, por vezes, existem momentos em que se sobrepõem e intersectam. Actualmente vivemos um desses momentos em que um determinado número de ciclos evolutivos, nomeadamente solares e planetários, se aproxima simultaneamente do seu termo. Daí o ambiente de um certo caos e aceleração evolutiva que é típico destes momentos terminais.
O desenrolar dos ciclos não é sentido de modo semelhante pelas consciências neles envolvidas. Enquanto que nos planos inferiores, mais densos, sujeitos à diferenciação temporal entre presente, passado e futuro, os ciclos decorrem numa perspectiva linear em que os eventos se sucedem numa determinada direcção temporal, nos planos superiores onde os ritmos temporais se fundem num eterno presente, a consciência dos ciclos é determinada não pelo seu fluxo temporal mas pelo ritmo do cumprimento dos objectivos que lhe foram assignados: um ciclo chega ao fim quando os objectivos forem cumpridos e não em função do número de anos decorridos. E se esses objectivos não forem atingidos por todas as consciências envolvidas, então as retardatárias ou ficarão num estado de «stand¬ by», aguardando que surjam, de novo, condições materiais adequadas ao seu patamar evolutivo ou serão transportadas para outros pontos do universo onde aquelas condições materiais estejam presentes.
A futura subtilização da matéria terrestre tornará impossível ao planeta oferecer as condições evolutivas necessárias às mónadas ainda necessitadas de completar as suas experiências materiais e sensoriais em ambientes mais densos. Assim todas serão provavelmente «transportadas» para outros planetas de densidade adequada, onde essas experiências possam ser completadas.

Lei da Cooperação dos Universos

Não só entre seres humanos são detectáveis diferentes níveis evolutivos. Também entre sistemas planetários ou solares são visíveis essas diferenças. E do mesmo modo que seres menos evoluídos podem beneficiar com o auxílio proporcionado por aqueles que já superaram essas etapas iniciais, também sistemas solares ou planetários mais evoluídos podem auxiliar os que ainda se encontram em patamares inferiores. Este intercâmbio sistémico parece ser um processo frequente no universo. As consciências mais evoluídas, assumindo uma postura de serviço cósmico desinteressado, migram temporariamente para outros sistemas evolutivos onde proporcionarão diferentes tipos de apoio em função das necessidades e projectos das consciências que os habitam. Estes apoios podem revestir diferentes formas tais como a emanação e o remanejamento de tipos particulares de energia, o ajustamento de frequências vibratórias, a manipulação de redes magnéticas, a instrução de Grupos Internos, a interacção com Hierarquias locais…
Este intercâmbio apresenta benefícios para todos os envolvidos: as consciências coadjuvantes evoluem através do serviço cósmico desinteressado; as consciências menos evoluídas usufruem de conjunturas energéticas facilitadoras de um mais rápido percurso evolutivo.

Lei da Analogia

A mais célebre referência à Lei da Analogia é o conhecido axioma atribuído a Hermes Trimegisto «O que está em baixo é como está em cima». Esta afirmação sugere que é possível inferir a estrutura e o funcionamento de um plano ou consciência do universo através da observação de outro qualquer plano ou consciência. Embora cada um possua características específicas ainda assim partilharão atributos e funcionalidades comuns.
No domínio da consciência, sabemos que todos os seres se encontram a desenvolver um determinado trajecto evolutivo, são capazes de receber, interpretar e responder a estímulos ou informações, aprendem por memorização e experiência…
No domínio material, por exemplo, se bem que a matéria física e astral manifestem diferentes propriedades, ainda assim partilham algumas características comuns, tais como ponderabilidade, massa, densidade, extensão, divisibilidade, mobilidade, inércia, maleabilidade… ainda que em proporções distintas.

Lei da Purificação

A Lei da Purificação é aplicada sempre que existem desvios graves ao plano evolutivo previsto para uma determinada área do universo. Quando as consciências evolutivas se encerram durante longos períodos em percursos materiais e sensoriais densos ou se mantém em estados egocêntricos geradores de conflito que não respondem já a quaisquer estímulos evolutivos torna¬ se necessário destruir ou reformatar as estruturas materiais onde decorre a sua evolução e reconstruir novos cenários, depurando todos os elementos e energias negativas que forçavam a sua cristalização. Durante as etapas destrutivas que antecedem uma nova reconstrução, muitas consciências conseguem aperceber¬ se dos erros cometidos e inflectir o seu modo de pensar e agir, sintonizando¬ se com as leis maiores do altruísmo e da harmonia cósmicas e reorientando assim o seu percurso evolutivo.
A Lei da Purificação não deve ser encarada como uma prática punitiva e castigadora cometida por uma qualquer divindade irada. Ela decorre naturalmente do facto de o universo ser regido por leis cósmicas perfeitas que garantem a harmonia do todo. O afastamento dessas leis induz o caos e o conflito que destroem a harmonia natural do cosmos. Podemos comparᬠla à acção dos glóbulos brancos no corpo humano. Sempre que um corpo estranho invade o corpo, os glóbulos brancos são activados com o objectivo de restabelecer a harmonia geral do organismo e não por um acto perverso do cérebro humano. A sua intervenção só decorre na presença de uma ameaça que pode ser mortal mas, uma vez eliminada essa ameaça, tudo regressa à normalidade.
Diz¬ nos Trigueirinho: «A Lei da Purificação…está sujeita às leis que governam cada reino assim como às do planeta a que é aplicada. É estabelecida para as civilizações e planetas que podem desequilibrar a vida cósmica. Torna¬ se severa quando as civilizações se desviam da meta maior; porém, em sua essência, é uma lei de amor e justiça».

Lei da Transmigração

A Lei da Transmigração consiste na possibilidade aberta a qualquer ser ou consciência de prosseguir a sua evolução, sob a forma de experiência ou serviço, em áreas do cosmos diferentes daquelas onde iniciou o seu percurso individual. Parece ser um processo frequente no universo e é facilitado pela intervenção de macroconsciências coadjuvantes que auxiliam na construção de «canais de transmigração» através dos quais as mónadas se deslocam rumo ao seu novo destino. Debaixo da alçada desta lei encontram¬ se todos os seres que ainda não superaram as leis do karma e da reencarnação e se encontram submetidos aos ciclos de nascimento e morte. Quando aquelas duas leis são superadas e o ser se encontra harmonizado com os desígnios cósmicos, liberta¬ se então da necessidade da transmigração forçada. A partir desse momento, qualquer deslocação cósmica que perfaça, decorrerá sempre da necessidade de prestação de um serviço evolutivo.

Lei do Livre¬ Arbítrio

Definido de modo simples, o livre¬ arbítrio consiste na «capacidade de fazer escolhas livres sem coacção externa».
O livre¬ arbítrio é vulgarmente considerado como um elemento central da dignidade humana que lhe permite libertar¬ se da tirania do instinto animal e lhe confere a sua autonomia e sentido de responsabilidade. Será. Contudo, em termos espiritualistas, o livre¬ arbítrio é uma prática que se encontra condicionada pelas limitações da mente humana, incapaz de chegar a respostas definitivas sobre o objectivo último da existência do homem ou do universo. O livre¬ arbítrio é indissociável de um processo de aprendizagem assente na experiência e no erro. Como tal, pode orientar o homem no sentido oposto ao da sua evolução espiritual e encerrᬠlo na gaiola dourada das tentações materiais e sensoriais que o privarão do contacto com as energias superiores emanadas da mónada. Esta constatação não insinua qualquer desvalorização do livre¬ arbítrio que, na actual etapa de evolução humana, se revela como um instrumento precioso de crescimento e aprendizagem. Contudo, quando o ser humano for capaz de focalizar a sua consciência nos planos superiores e aceder a formas de conhecimento da realidade directas e instantâneas, o livre¬ arbítrio perderá grande parte do seu fascínio actual. Embora a capacidade de decidir autonomamente esteja para sempre inscrita na natureza da consciência, o facto de a um certo nível, deixarem de existir dúvidas sobre o caminho a seguir, torna evidentes as opções a fazer.

Lei do Trabalho

A noção de trabalho aqui implícita é a de «acção, transformação». Se tudo no universo se encontra num estado de movimento perpétuo, a vida é impensável sem acção – sobre a matéria e sobre a consciência. O trabalho é o meio através do qual o homem transforma o mundo, aprende, cria e serve os outros.
Nas etapas iniciais da evolução humana em que predominam o egocentrismo e o sensorialismo, o trabalho é dirigido sobretudo no sentido da satisfação dos prazeres e necessidades individuais ou familiares. Mais tarde, vai¬ se progressivamente instalando o prazer da pura criação, do puro conhecimento sem exigência de reconhecimento ou recompensa; finalmente, com a sintonia entre a mónada e os corpos inferiores, a prática do serviço altruísta e do desapego material transforma¬ se numa segunda natureza.
O trabalho não decorre apenas no domínio material, mas também nos planos mental e espiritual, exercitando a concentração e a meditação necessárias ao amadurecimento espiritual do ser humano.
Quando os corpos inferiores se tornam num reflexo da vida monádica, o trabalho confunde¬ se com o serviço espiritual. Mas nesse momento, o homem já reconhece perfeitamente as tarefas que lhe cabem e leva¬ as a efeito sem desvios ou hesitações, num estado de perfeita harmonia com o todo.

Lei do Silêncio

Segundo as leis espirituais, a transmissão de uma informação só é autorizada se contribuir para a construção da harmonia e da paz. A Lei do Silêncio é exigida a todos aqueles que desejem trilhar a via espiritual. Não por motivos exclusivistas ou caprichosos mas porque a prática do silêncio é um teste fundamental de autodisciplina e autocontrolo. O uso permanente e descontrolado da palavra é uma fonte permanente de tumulto interior e exterior que reflecte a desorientação de quem o pratica e bloqueia a recepção das vibrações superiores originadas nos planos espirituais. A agitação astro¬ mental cria uma cortina vibratória que bloqueia a recepção das vibrações superiores e tende a induzir estados de excitação que, com o tempo, se tornam repetitivos e incontroláveis.
Na via espiritual, o silêncio é indissociável da busca da paz interior. O tumulto e a agitação do mundo moderno tornam impossível o contacto com as realidades subtis que emanam dos planos superiores. A sociedade moderna tem horror ao silêncio. Por todo o lado, múltiplas fontes de ruído e animação afastam qualquer esperança de usufruir momentos de tranquilidade no interior das cidades. Mesmo espaços naturais que se julgaria mais propícios à serenidade vêm¬ se invadidos por toda a espécie de barulhos que os desfeiam e descaracterizam. Desde sempre e não certamente por acaso, os grupos devotados à vida espiritual procuraram o isolamento e a tranquilidade da natureza para erigirem as suas comunidades, pois só aí estariam presentes as condições do seu exercício. A citação seguinte de Trigueirinho confirma¬ o: «Quando a consciência amadurece pelo silêncio, a sabedoria brota nos actos e nas palavras dos homens, a Vida Divina fala ao seu interior e mostra a sua infinidade, misericórdia e omnipotência. Na medida em que possam ser recebidas, a sabedoria transmite a esses homens as qualidades ilimitadas que a ela pertencem».

ÍNDICE

Nota Introdutória
As Grandes Leis do Universo
Lei Criadora
Lei de Ono-Zone
Lei Crística
Lei das Hierarquias
Lei do Equilíbrio
Lei dos Ciclos
Lei da Cooperação dos Universos
Lei da Analogia
Lei da Purificação
Lei da Transmigração
Lei do Livre-Arbítrio
Lei do Trabalho
Lei do Silêncio
As três Grandes Leis Cósmicas – Lei da Evolução
Lei da Evolução
A evolução no sentido esotérico
Matéria, Consciência, Vida
Matéria
Consciência
Vida
As três etapas da evolução
Etapa infrahumana (pré-individualização)
Etapa Humana.
Etapa superhumana