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A VIA DA VIGILÂNCIA INTERIOR

Autor:Michael, Edward Salim

27.00

Informação adicional

Peso600 g
ISBN

978-989-8147-04-2

Ano

2008

Edição

1

Idioma

Formato

14, 5 x 21

Encadernação

Cartonada

N. Pág.

440

Colecção

REF: 285 Categorias: , , , , ID do produto: 23237
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Este extraordinário livro – ao mesmo tempo simples e poderoso – é um monumento à longa luta de um homem, um anglo-indiano chamado Edward Salim Michael. Homem genuinamente humilde e despretencioso, sem qualquer educação formal, passou quatro anos de labuta incansável a escrever esta obra. Só concordou em fazê-lo para poder deixar algo, após a sua morte, ao grupo dos seus alunos (em França, Bélgica, Inglaterra e Alemanha) e a uma “agonizante humanidade” – uma humanidade que vê como «tendo perdido por completo o contacto com o Sagrado, que se contenta em viver uma existência vegetativa, preocupada apenas com o mundo material exterior».

Trata-se de um ensinamento que lida com a difícil tarefa do despertar interior do ser humano. Preocupa-se com certas técnicas de meditação que poderão abrir a porta ao praticante sincero, de acesso ao conhecimento directo do Sublime – um contacto directo com a Origem Divina que, sem o saber é, Ele mesmo. O caminho para essa Fonte é a via da vigilância interior.

Este livro é tanto um desafio, quanto é edificante, tão prático, quanto poético, e é um privilégio poder oferecê-lo com a fginalidade de contribuir para a libertação espiritual da humanidade. Tais oportunidades são raras na vida, e esta é, inquestionavelmente, uma delas.

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“Desde sempre Salim se sentiu fascinado pelo mistério do Universo, o mistério da existência fenoménica, da vida, da morte, do céu estrelado por cima da sua cabeça nas noites quentes no Oriente, quando dormia no terraço da sua casa e tudo lhe parecia estranhamente fascinante e, mais do que tudo, misterioso. E, porque sempre se mostrou aberto ao mistério e dotado de uma sensibilidade extrema, o mistério veio ter com ele. De facto, Salim teve uma vida muito enigmática, esmaltada de incidentes inexplicáveis, de encontros providenciais e de experiências fenoménicas que nunca procurou, mas que lhe trouxeram compreensões místicas, pelas quais se sentia com um estrangeiro neste mundo, onde o interesse pelos seus habitantes não passava de um interesse tangível” “Foi Deus que correu atrás de mim, e não eu que corri atrás dele”.

PREFÁCIO (Por Ajahn Sumedho)

Estou encantado pelo facto de «A Via da Vigilância Interior» de Edward Salim Michael ter sido reeditado. Lembro-me de ter encontrado este livro na Escola de Verão da Sociedade Budista há 25 anos. Tinha uma foto do Buddha na capa e gostei do título – por isso comecei a folheá-lo.
Os capítulos de Nada Yoga intrigaram-me particularmente, porque há já alguns anos tinha descoberto este “som interior” mas nunca tinha ouvido falar nem havia lido sobre tal no Cânon Pāli. Desenvolvi, então, uma prática meditativa recorrendo a esta vibração de fundo e experimentei grandes benefícios no desenvolvimento da plena atenção enquanto abandonava todo e qualquer pensamento. Esta perspectiva possibilitou uma consciência transcendente, podendo reflectir nos estados mentais que aparecem e desaparecem na percepção interna.
Apreciei as instruções de Edward Salim Michael sobre como integrar o conhecimento na vida diária.
Edward Salim Michael não era um budista professo, mas recomendei este livro a muitos budistas que acham as referências e instruções do Nada Yoga muito úteis na prática da plena atenção.

Ajahn Sumedho
Mosteiro Budista de Amarāvatī
17 de Dezembro 2007

INTRODUÇÃO

Antes que o aspirante possa obter algum verdadeiro benefício do seu trabalho espiritual, antes mesmo que possa tocar e compreender a orla do misticismo e ter disso uma correcta visão, é necessário compreender, no seu íntimo, que os seus esforços espirituais podem não lhe trazer grande vantagem – e podem até ser estéreis – se não andarem lado-a-lado com o desenvolvimento da integridade moral. De facto, desde o início da jornada espiritual, é essencial, para o buscador, ver a importância do seu desenvolvimento moral interno e trabalhar nisto com toda a sinceridade.
Tudo no universo está sujeito a uma lei cósmica invisível de atracção e de gravitação em plena correspondência com o nível ser, de acordo com o seu peso e a sua densidade. Má conduta, não interessa quão ínfima, se repetida, ganhará raízes e, com desconhecimento do aspirante, torná-lo-á mais denso, impedindo-o nos seus esforços espirituais os quais então não darão o devido fruto.
Também, os seus esforços poderão brotar, sem saber, dos níveis inferiores do seu ser, provenientes de motivos pessoais ocultos ou de objectivos errados. As aspirações espirituais podem ser constantemente influenciadas ou misturadas com a sua natureza inferior, com todas as suas fantasias, ideias preconcebidas, desejo inconsciente de prestígio ou poder, sentimentos exacerbados e tendências nocivas, tudo o que trás consigo, podendo não ter consciência ao princípio.
Tornado num hábito de longo tempo, aceita a sua maneira de ser e de pensar sem questionar; e mesmo se acidentalmente tocar um nível mais elevado durante a meditação, acaba por o deformar posteriormente. Porque este estado descerá ao seu nível geral de ser e de compreender nesse momento, falando do que não corresponde à Realidade. Sendo assim, é extremamente difícil não trair ou não distorcer de alguma forma o que é recebido de planos mais elevados, independentemente de quão sincero e escrupuloso possa ser. Em qualquer dos casos, dado não haver linguagem que possa expressar adequadamente estes estados mais elevados, deve-se ser o mais cauteloso possível no que se diz sobre tão importante assunto.
O desenvolvimento da integridade e do verdadeiro ser, são, por consequência, indispensáveis para o aspirante na sua senda espiritual. Se ele prometer, tem de cumprir – independente do grau de dificuldade com que se possa deparar. Deve acautelar-se constantemente, de toda e qualquer mentira, desonestidade ou inexactidão inconsciente, quer para consigo quer para com os outros. Deverá vigiar os seus pensamentos, suas palavras e sua forma de ser para com os demais. Deverá ser o mais honrado e sincero que possa, quer para consigo, quer para com todos aqueles com quem lida. Deve desenvolver a compaixão para com todos, porque nunca sabe quão profunda e escondida dor, preocupação e angústia poderá carregar essa pessoa dentro dela, e também tomar consciência do facto de que, de uma maneira ou doutra, todos os seres sofrem.
Se, logo do princípio, os valores morais não se desenvolverem a par com o seu trabalho espiritual interior, o pesquisador pode estar seguro que as suas lutas não lhe trarão nem a verdadeira compreensão nem a revelação espiritual que busca. Os seus esforços mal dirigidos podem até mesmo acentuar e cristalizar as tendências indesejáveis, tornando-as mais difíceis de erradicar daí em diante.
Fidelidade para consigo mesmo também significa fidelidade para com os outros; o que se deseja para si mesmo, deverá desejar-se para os outros também. Se não se deseja ser roubado da sua felicidade, também não deverá roubar a dos outros. O aspirante tem de começar o seu trabalho espiritual com a clara compreensão de que não há nada no universo que não seja parte do todo. E se cada coisa é parte do todo, então apenas existe a Unidade. Todos os seres e tudo quanto existe no mundo, bem como todos os planetas e as estrelas, são parte do Ser Divino Universal da mesma maneira que cabeça, pescoço, braços, tronco, pernas, órgãos internos e células sanguíneas são parte do todo de cada um. Qualquer mal que se faça a um deles, o todo sofrerá inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde. Esta é a razão porque, ao longo de grande parte do texto, se insiste tanto para que os valores morais e a sinceridade do ser humano sejam uma máxima.
Como tudo está sujeito à lei da gravidade, o que quer que o ser humano pense ou faça, mesmo sem estar consciente disso, forja-o no que ele é – e por fim determinará o estado de consciência no qual ele gravitará sem poder escapar quando deixar esta forma de existência.

17º CAPÍTULO

Tapas (renúncia, self denials) e o
seu verdadeiro significado

Somente, quando em certos momentos, o aspirante recusa algo que desejou intensamente fazer ou obter, é que tem a oportunidade de ver e compreender exactamente quem, ou o que nele se manifesta – tal uma criança ressentida exigindo, caprichosa, satisfazer os seus desejos satisfeitos. De cada vez que encontra a força para deliberadamente recusar algo a que tão ardentemente anseia – e que sabe não ser do seu interesse espiritual – tem a oportunidade de estudar esse lado da sua natureza, e conhecer os seus aspectos particulares, geralmente não visíveis. Quanto mais lhe negar satisfação, mais será importunado, na exigência de atenção, fazendo-se ostensivamente presente, revelando-se, assim, através do quanto insiste em satisfazer os seus desejos.
Geralmente, o ser humano passa a vida inteira a procurar satisfazer as intermináveis exigências de seus fogosos desejos e impulsos, saltando de um capricho para outro, sem nunca se conhecer a si próprio. Às vezes, o apetite de alguns desejos é temporariamente satisfeito, mas só até voltarem a levantar as cabeças com apetites renovados e ainda mais vorazes. Outras vezes, quando não há condições para satisfazer as suas exigências, nascem os desapontamentos e as frustrações, que só vão deitar mais achas para a fogueira destes anelos, estimulando ainda mais a sua imaginação.
A maior parte dos desejos humanos, conscientes ou inconscientes, são impraticáveis, dado nascerem quase sempre de sonhos impeditivos e ilógicos. Nesta estranha auto-ignorância o ser humano é mantido sem o saber, num estado de permanente insatisfação interior, cuja razão, escapa sempre à sua compreensão. Mas quando, noutras ocasiões, lhe é recusado algo por qualquer motivo, que ele sabe que seria exequível, fica francamente desapontado, irritado e até zangado – continuando a exigir (como as crianças costumam fazer) até o ter conseguido, ou substituído por outra extravagância.
Se ceder cegamente a uma exigência, sempre que a sua voz sobe de tom insistente e penetrante – como é usual acontecer, sem se aperceber – fica tão absorvido e perdido a deleitar-se nesse prazer, que não é capaz de ver o que lhe está a acontecer nem de onde provém. A maior parte das vezes a tentação e o desejo insinuam-se subtilmente. Começam furtivamente como os germes, ou como uma invisível teia de aranha, e antes que alguém se aperceba do que, efectivamente, aconteceu, já foi apanhado e enredado. Depois, de uma forma geral, é desesperadamente impelido por forças ocultas a buscar satisfação nestes impulsos, sem nunca parar para pensar nas consequências nefastas que podem resultar nos outros e à sua volta.
Desejar o poder, reconhecimento, ou qualquer tipo de bens materiais ou riqueza, só traz, em última instância, sofrimento de todo o tipo, e por consequência, inflige sofrimento aos que estão em seu redor.
Deveria ser uma parte essencial do trabalho espiritual do aspirante, recusar firmemente determinadas coisas e acções que a razão lhe diz poderem obscurecer a mente, e não interessarem às aspirações superiores ou à sua evolução. Noutras ocasiões, esta prática será necessária para estudar as características ocultas da sua natureza, ajudando-o a conhecer-se melhor.
Entre os vários tapas*, jejuar só pode ser útil se feito com moderação, conscientemente, e em especial com as finalidades acima mencionadas – ou em determinados momentos, como apoio particular necessário para manter um estado intenso de consciência interior. Se for feito sem qualquer intenção espiritual bem definida, é de pouco ou nenhum valor, e se for exagerado, pode ter mesmo consequências negativas, tanto na saúde do aspirante como nas práticas espirituais. Por vezes, poderá acentuar certos desejos ardentes, sem que disso tenha consciência, semelhante a um súbito ricochete, como o de um elástico puxado e solto de repente.
Os verdadeiros tapas devem acontecer na realidade, mais ao nível mental, do que físico, embora em certa medida não se excluam, e deverão ser praticados sempre que necessário. Em especial, deveria ser usada a inteligência para abandonar todas as fabulações e anseios inúteis que correm atrás de desejos impraticáveis ou insignificantes, sendo que todos eles deveriam ser olhados como oásis ilusórios, colocados na senda do verdadeiro e derradeiro destino do praticante, não merecendo, por isso, ser considerados. Antecipar-se a estes vãos anseios, e serenar a instabilidade mental (que é parte integrante dos desejos), permitir-lhe-á mais abertura e disponibilidade interior, para responder à sublime chamada do seu Ser Supremo. Conceder-lhe-á espaço para ascender a algo mais elevado.

Nota de rodapé. *Este capítulo lida apenas com um aspecto de Tapas – renúncia (self-denials). O grande objectivo de Tapas é, pela prática de vários exercícios de yoga criar um certo “aquecimento” interno ou energia no discípulo. Renúncia, neste caso, não tem qualquer relação com auto-mortificações, violentas, ou flagelações, praticadas em certas religiões.

É impossível sentarmo-nos numa cadeira ocupada por alguém; primeiro tem de estar vaga. O ar não pode entrar num copo que já esteja cheio de água. Mas as pessoas estão geralmente muito preocupadas e quase nunca prontas para responder a (ou sequer ouvir) este celestial apelo dos misteriosos recessos de seu ser.
Este “esvaziar” de si cria o indispensável vazio interior para que seja o Divino, a preenchê-lo. Tal Acção de Graça não poderá acontecer se o aspirante tiver esse espaço ocupado pelo eu inferior, como vulgarmente está, cheio de incessantes tormentos e agitações, produto de desejos infindáveis e insaciáveis. Opor-se a um desejo do eu inferior fará sobressair inevitavelmente, se for feito com discernimento e compreensão, o que é elevado e sagrado em si: uma consciência impessoal superior, que poderá não reconhecer ao princípio, e exclusivamente pela qual, este desejo se pode tornar visível. Dessa forma, poderá começar a discriminar entre dois aspectos da sua natureza. Nesta fase, começa a sua crucificação – uma vez que passa a ser confrontado com o problema crucial da escolha e da renúncia, para o que poderá não estar preparado ainda ou não ser suficientemente forte para assumir.
Convém enfatizar que, sempre que se cede a um impulso ou desejo forte indesejável, aprofunda-se o sulco desta tendência particular e, posteriormente, são exigidas maiores satisfações, de forma ainda mais insistente. Este aspecto da natureza humana é semelhante às mandíbulas escancaradas de um dragão enorme e faminto, ou a um tanque sem fundo. Podem ser derramadas as mais deliciosas águas do Universo, que nunca se encherá. Nunca chegará o dia em que este seu aspecto afirme: “Basta, já estou completamente saciado!” Quanto mais se alimenta, mais os seus apetites e exigências aumentam! Se o investigador, não decidir por si mesmo parar certas tendências e desejos, nunca verá o seu fim. O estranho e enigmático paradoxo disto tudo é que, quem dá ordens e quem obedece – curiosamente – é uma e a mesma pessoa!
Só quando tiver adquirido suficiente conhecimento de si próprio e atingido algum nível de elevada compreensão e de maturidade espiritual, sentirá no seu íntimo, que não é possível satisfazer totalmente o aspecto incarnado de seu ser com algo exteriormente criado, seja qual for o encanto que tenha.
Não é possível deixar de ficar perfeitamente admirado perante este aspecto tão peculiar e perplexo da natureza de cada um, tão incompreensivelmente estranho na sua tão grande insaciabilidade! Se alguém recebe algo agradável, avidamente quererá mais a seguir. Se comer ou beber algo raro, desejará obter este prazer, em quantidades cada vez maiores e cada vez mais. Se tiver toda a riqueza e poder do mundo, avaramente quererá mais. E, se alguma vez se unir fisicamente à mais maravilhosa e encantadora mulher, ansiará por mais deleites, sem nunca se saciar.
Só depois de ter andado às voltas, exaustivamente, em cega e dolorosa busca da derradeira satisfação dos desejos inferiores, e como consequência, ter sofrido bastantes frustrações e desapontamentos, só então conseguirá saber por si próprio, e no mais fundo de si, que esse momento de absoluta satisfação através de prazeres externos nunca acontecerá, independentemente de quão prodigiosos possam ser. Começa então a entender que, na realidade, a última e intrínseca saciedade que tanto busca no exterior de si, somente existe no interior. Assim, de forma subtil se revela algo inteligível – o significado e a necessidade de renunciar.
A compreensão superior da necessidade desta renúncia começa, de forma secreta e sem ruído a interiorizar-se, como um amadurecer de fruta, silencioso e natural. Quando o metal é posto ao fogo, fica flexível e fácil de moldar. Da mesma maneira, depois de alguém passar pelas atormentadoras chamas (que são os seus desejos insaciáveis) e tiver passado muito sofrimento, nasce nele uma inexplicável aspiração imperceptível e ardente, desejando realizar essenciais e salutares esforços a fim de obter a emancipação.
De facto, os infindáveis anelos para obter maiores prazeres e posses externas, não são mais nem menos do que um sinal obscuro e mal interpretado de uma ardente aspiração à união final com o divino aspecto do seu ser. Só através desta união interior, encontrará a satisfação culminante e a sublime paz que tão insistentemente busca no exterior, sem o conseguir realizar.
O aspirante tem de ter muito claro o tipo de tendências que deve contrariar, e os ardentes desejos que tem de se recusar, antes de começar a combatê-los. Como já foi explicado, todos os tapas só deverão ser praticadas no interesse dos superiores objectivos de auto-conhecimento e de aspiração espiritual. Visto sob esta perspectiva, pode-se dizer que tudo o que obscurece a luz e cria obstáculos ao seu crescimento espiritual deverá ser posto de lado e recusado.
Se alguém contrariar de forma irracional e violenta as suas funções corporais, a natureza, mais tarde ou mais cedo, vingar-se-á. Algumas recusas ligadas a comida, bebida ou sono, etc., não devem ser exageradas. E, fraqueza física ou má saúde que provenham de excessivas mortificações, podem fragilizar o aspirante nos empenhos espirituais e na meditação. Também há que ser extremamente cauteloso quanto à sua vida sexual: o que é certo e útil para um, pode não ser necessariamente bom para outro. Quando o aspirante está pronto, saberá bem dentro de si, se é adequado e essencial à sua evolução espiritual, abster-se, ou não, de satisfazer este particular aspecto da sua natureza. Em qualquer caso, fique claro que ninguém deve praticar, com segurança, total abstinência sexual, se ainda não encontrou em si algo verdadeiramente sublime e sagrado, pelo qual valha a pena sacrificar, sem correr risco, este aspecto do seu ser – ou, pelo menos, sem que a totalidade de seus interesses e energias se devotem a um ideal bem mais elevado, seja ele artístico ou humanitário. De outra forma, o dano que pode provocar na mente e no corpo, poderá ser bem maior que o bem que espera atingir pela cega e agressiva recusa desta função – o desequilíbrio que pode criar pode por si só, ser um sério impedimento para a sua abertura espiritual e saudável crescimento interior, mesmo que não se tenha apercebido disso no princípio.
No que concerne aos diferentes tapas, há que ser prudente e inteligente quanto à prática, de forma a encontrar a aproximação e o equilíbrio certos, ajustados ao seu tipo e temperamento, para que estas renúncias ou austeridades sejam espiritualmente vantajosas.

Prefácio de Ajahn Sumedho…………………………………………………………………….
Prefácio………………………………………………………………………………………………………………..
Nota do autor ………………………………………………………………………
Introdução…………………………………………………………………………………………………………….
Uma Reflexão …………………………………………………………………..
1 – O nascimento e o esquecimento de Si ………………………………………….
2 – A atenção e sua importância ……………………………………………
3 – O corpo e a lembrança de si próprio……………………………………………….
4 – A atitude do aspirante a sós consigo mesmo … …………….
5 – A escravidão da falsa consideração por si próprio………………..
6 – O trabalho interno sob condições exteriores de vida ……………………………
7 – Sva-Vani-Śravaṇa-Yoga, o Yoga de escuta da voz interior ……………..
8 – Esforço e sinceridade …………………………………………….
9 – O misterioso papel do sofrimento ………………………………..
10 – Nada-Yoga, Yoga do som interior (1ª Parte) ……………………
11 – Nada-Yoga, Yoga do som interior (2ª Parte) …………………….
12 – Nada-Yoga, Yoga do som interior (3ª Parte) ……………………..
13 – Nada-Yoga, Yoga do som interior (4ª Parte) ………………………..
14 – Nada-Yoga, Yoga do som interior (5ª Parte) …………………….
15 – A prática da concentração caminhando no exterior ………………………
16 – As tendências ocultas e o significado da renúncia …………………………
17 – Tapas (renúncia, self-denials) e o seu verdadeiro significado …………………….
18 – A existência terrena como um meio indispensável para a transformação ……..
19 – Yoga do vazio ……………………………………………………..
20 – Os problemas na meditação e o seu equivalente na morte ………………
21 – Hatha-yoga (1ª Parte) …………………………………..
22 – Hatha-yoga (2ª Parte) ……………………………………..
23 – Hatha-yoga (3ª Parte) ………………………………….
24 – Tempo e Eternidade …………………………………………………
25 – Meditação e espaço post-mortem ……………………………….
26 – A importância da recorrência cíclica do Universo ………………………….
27 – A meditação em passo lento, respirando (1ª Parte) ……………….
28 – A meditação em passo lento e respirando (2ª Parte) ………………..
29 – A meditação em passo lento e respirando (3ª Parte) ………………….
30 – A meditação em passo lento e respirando (4ª Parte) …………………..
31 – A interacção de forças no Universo e na vida …………………………..
32 – O poder das influências ocultas que emanam dos seres e das coisas ……………..
33 – As acções e suas consequências no mundo…………………
34 – O rasto deixado pelos pensamentos, palavras e actos …………………..
35 – O ser humano torna-se no que pensa que é …………..
36 – As forças acidentais e o seu efeito no ser humano ……………..
37 – Ver e ouvir ……………………………………………….
38 – Exercício com a sílaba sagrada OM ………………………………………
39 – Sādhaṇa e Iluminação (1ª Parte) ……………………..
40 – Sādhaṇa e Iluminação (2ª Parte) ……………………………
41 – Sādhaṇa e Iluminação (3ª Parte) ……………………………
42 – O esforço correcto e a compreensão posterior …………………………….
43 – O preço da Iluminação ………………………….
44 – Mãe e filho …………………………………………………….
45 – Homem e mulher ……………………………………………….
46 – O alimento e o ser humano …………………………………………….
47 – O espectador e o espectáculo ……………………………………………….
48 – Conclusão e sumário (com alguns conselhos e advertências) ……………….
Posfácio……………………………………………………………………………………………………………………