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No livro Ensinamentos de Mahavatar Babaji (Publicações Maitreya) encontramos orientações preciosas para o nosso quotidiano. Todo o Seu ensinamento foi eminente prático e ao alcance de qualquer pessoa.

Quem é Mahavatar Babaji? É uma Estrela – Farol de Amor e Sabedoria – que trabalha com a Humanidade para a elevação da frequência das consciências. O Seu magnetismo é tão poderoso que em 14 anos de vida em corpo humano num lugar recôndito dos Himalaias contactou subtilmente e inspirou milhares de indivíduos dos quatro cantos do mundo a dirigirem-se ao Seu ashram (morada do Mestre) principal em Haidakhan – Uttar Pradesh, na Índia – onde ensinava os visitantes e os discípulos de forma pragmática e vivencial.

Entre outros prodígios, Mahavatar Babaji executava meditações no centro de cinco fogueiras em círculo, vestido com uma leve túnica de algodão. Estas duravam dias e as fogueiras eram constantemente alimentadas pelos discípulos, por vezes inquietos pela vida do Mestre. Estas meditações constituíram trabalhos poderosos de limpeza kármica a favor de todo o planeta. Tudo foi largamente documentado pelos discípulos que o acompanharam, em registos fotográficos, de vídeo e através dos testemunhos publicados em vários livros.

Na sua última presença física na Terra publicamente conhecida, entre 1970 e 1984, apenas nos derradeiros 4 anos Mahavatar Babaji dirigiu-se com alguma frequência aos presentes em satsangs – reunião com os discípulos para trazer Verdade ou Verdadeiro Entendimento. Os discípulos cientes de que era importante registar esses Ensinamentos tiraram notas com base nas quais foi publicada a colectânea “Ensinamentos de Mahavatar Babaji” (1) que eu tive a honra de traduzir para português.

Para quê purificar a mente e o coração?

Nas notas relativas ao satsang de 16 de Novembro de 1982, Mahavatar Babaji elucida sobre a prática de japa – repetição do mantra – como a melhor técnica de purificação mental.

Como explica Saint-Germain no Seu “Livro de Ouro” (2), a mente que opera através do cérebro é propensa à confusão, porque é ela que recebe as ideias que circulam e não tem a capacidade de discernir da sua veracidade ou “bondade”. O discernimento é a faculdade da Inteligência, ou capacidade de escolher de entre, de acordo com a raiz etimológica. E a Inteligência é a Luz da Consciência que opera nos seres humanos através de estruturas psico-bio-físicas presentes no nosso coração e na glândula pineal.

Quando o ser humano tenta apreender e compreender o real através da mente fica confundido e quanto mais pensa, mais se confunde. Através da sabedoria popular se veicula um importante ensinamento: que, para tomar uma boa decisão, é importante “dormir” sobre o assunto. Ou seja, é necessário adormecer a mente, a sua contínua verborreia que confunde e atormenta o ser humano. Dito de outro modo, é necessário relaxar para permitir que o esclarecimento aconteça.

Consequentemente, na prática se reconhece que o ser humano possui uma outra forma de compreensão, que não através da mente lógica, mais refinada e certeira, que permite discernir, de entre várias opções logicamente possíveis, qual a que nos é mais conveniente.

Voltando aos Ensinamentos de Mahavatar Babaji, quando o Mestre nos recomenda que purifiquemos a mente e o coração com a repetição do mantra, está a dizer-nos para nos libertarmos da turbulência mental e emocional que já se tornou ruído e que prejudica a nossa compreensão e mesmo a nossa saúde. Não se desconectar da atividade constante da mente equivale a esperar conseguir descansar enquanto se mantém um computador, televisão ou telemóvel ligado e a transmitir continuamente as notícias do mundo.

“Só então encontrarão Deus em vós mesmos.” diz o Mestre. E tu podes considerar que isto é algo que só interessa aos místicos e não a ti. Recomendo que vejas para além do preconceito que possas ter sobre a palavra “Deus”. As palavras são convenções usadas para comunicarmos realidades muito mais complexas e vastas do que aquilo que uma palavra possa conter. Experimenta substituir a palavra “Deus” por “Verdade”. Vês como afinal é algo que te interessa?

 “Encontrar a Verdade em nós” é o que todos desejamos, sentirmos confiança no nosso entendimento e nas nossas decisões. Se não quiseres praticar os mantras, pelo menos saberás que tens de encontrar uma maneira eficaz de “controlar” o impacto da atividade mental e de aceder à tua inteligência, porque as consequências de não fazê-lo já as conheces bem.

Excerto das notas do satsang de 16 novembro 1982 in “Ensinamentos de Mahavatar Babaji”, p. 89, Editora: Publicações Maitreya

“É da maior importância que a repetição do nome de Deus aumente diariamente. Desta forma, o vosso coração e a vossa mente serão purificados. Só então encontrarão Deus em vós mesmos.

A mente pode ser purificada apenas através de japa. Este é o único remédio para a doença da mente. Enquanto a tua mente e o teu coração são impuros, como é que Deus pode viver no teu coração? A água para limpar o teu coração é o Nome de Deus. Então, ensina todos a repetirem o nome de Deus – em todos os lugares.”

A mais-valia do trabalho árduo

Nas notas relativas ao satsang de 16 de Novembro de 1982, Mahavatar Babaji elucida sobre a necessidade de conciliar o trabalho meditativo com o trabalho físico e de serviço à comunidade, evitando refugiar-se nas práticas ditas espirituais de cariz contemplativo para evitar os esforços e o trabalho por vezes árduo do qual a harmonia e a abundância no mundo também dependem.

“Trabalha e sê Luz.” Disse o Mestre. É uma orientação muito forte, firme e precisa. A ociosidade sempre foi apontada por Mahavatar Babaji como fonte dos grandes males, a par da inveja e da desunião. A aversão ao trabalho, sobretudo àquele que nos obriga a passar por desconforto, denota apego ao conforto e esse apego pode levar-nos a extremos, como passarmos por cima daqueles que eram os nossos valores, para assegurar os confortos mundanos. É sabido que o “excesso” de conforto debilita o espírito e que o esforço físico, pelo contrário, nos traz resiliência.

“Ser Luz” consiste em estar em estado “puro” ou “limpo”. O que não está limpo não brilha. A Luz tem utilidade para o próprio e para os demais, porque ilumina todos os que se encontram dentro do perímetro até onde ela chega ainda com grande intensidade. Todavia, esta Luz pode ser projetada intencionalmente para além desse perímetro físico, pois através do pensamento o ser humano projeta-se em qualquer parte do Universo.

Excerto das notas do satsang de 16 novembro 1982 in “Ensinamentos de Mahavatar Babaji”, p. 89, Editora: Publicações Maitreya

“Eu não quero pessoas ociosas. O japa não toma o lugar do karma. O japa e o serviço a todos vão a par e passo. Tens de ser ativo no trabalho divino, como o rei Janaka, que governava o seu reino sempre com o mantra em mente. Arjuna lutou na batalha de Mahabharata, constantemente recordando o nome de Deus.

Eu não quero que o japa seja um pretexto para a ociosidade. Façam o japa com o vosso trabalho e serão liberados. Eu não quero que o nome de Deus seja como água estagnada e lamacenta, mas como água corrente e cintilante. Trabalha e sê Luz; Repete o nome de Deus. Com a mente concentrada, repete sempre o nome de Deus.

Temos de ter sempre bons pensamentos uns sobre os outros. Quando vocês se encontram, digam “Jai Mahamaya Ki” (Mahamaya é a grande energia do universo).”

OM NAMAH SHIVAYA

Ainda sobre o trabalho árduo

“(…) temos de esforçar-nos para avançar em todos os sentidos.” “Através do trabalho árduo, é possível alcançar qualquer coisa neste mundo. Podem até mesmo mudar a própria criação.” Diz o Mestre.

O trabalho de que o Mestre fala não é um trabalho qualquer, nem é suficiente que seja apenas árduo. Esse trabalho deve estar norteado por uma ideia e um desejo de “Bem Maior”, é isso que significa Karma Yoga, colocar-se em ação para gerar harmonia, saúde, bem-estar e abundância para todos. Este trabalho cujos frutos se partilha com a comunidade, é amoroso, gera união e gera paz. Quando vivemos em união, temos paz e todos podem ser felizes.

O Mestre associa “os esforços” à Luz: “Façam esforços para que vocês mesmos se tornem luzes brilhantes no futuro.” Assim nos revela que a Luz é o resultado do desenvolvimento de esforços com boas intenções, esforços esses que nos purificam, produzem uma cada vez melhor versão de nós mesmos. Por outras palavras, através do trabalho executado de forma aplicada e amorosa, o ser humano ascende a patamares mais elevados na trajetória que o aproxima da Perfeição, Bondade, Beleza, Verdade ou Luz.

Entre os frutos do Karma Yoga estão também a superação da dor e da pobreza. Quem não sentiu o alívio da dor ao receber um abraço caloroso? Quem nunca sentiu a riqueza e a esperança que traz a amizade e a dedicação desinteressada de outro ser humano?

O Karma Yoga gera união, solidariedade, partilha e logo abundância. Num tal contexto deixa de haver pobreza que é gerada pela competição selvagem, pela ganância e pela falta de empatia, alicerçadas numa falsa crença de escassez de bens, semente perniciosa que envenenou a gestão de recursos na Terra.

Dado que esta deve ser a nossa prática, é também de primordial importância iniciar as nossas crianças na mesma prática do Karma Yoga, com tarefas adequadas às suas idades, para que mantenham a bondade de coração com que nascem e sejam fortes e resilientes, preparadas para enfrentar desafios, e não apegadas e dependentes do conforto.

Excerto das notas do satsang de 31 de Agosto 1983 in “Ensinamentos de Mahavatar Babaji”, p. 161, Editora: Publicações Maitreya

“Tal como nestes tempos modernos a ciência e a tecnologia avançaram, nós também devemos esforçar-nos para avançar em todos os sentidos.

A primeira coisa a fazer é erradicar a inatividade. Enquanto vocês não se tornarem grandes Yogis humanos, não conseguem alcançar nada. Hoje vocês deviam tomar o compromisso de erradicar a ociosidade. Através do trabalho árduo, é possível alcançar qualquer coisa neste mundo. Pode até mesmo mudar a própria criação. Tenham fé no Karma Yoga. Obtenham paz e felicidade através do Karma Yoga. A ociosidade é a raiz de todo o sofrimento neste mundo.

É imperioso que compreendam que as gerações futuras têm de fazer maiores progressos do que nós fizemos. Façam esforços para que vocês mesmos se tornem luzes brilhantes no futuro. Há um caminho para a paz e a felicidade – Karma Yoga. Se estamos preparados para trabalhar, conseguimos superar a dor e a pobreza. Se houver união entre nós, podemos até fazer cair governos.

Treinem as vossas crianças no Karma Yoga e elas poderão tornar-se pessoas de caráter forte e bondoso.”

JAI MAHAMAYA KI JAI

por Anandi Ana Isabel

Tradutora de “Ensinamentos de Mahavatar Babaji”, Publicações Maitreya https://publicacoesmaitreya.pt/produto/ensinamentos-de-mahavatar-babaji/

Autora de “Equanimidade – Sentir Paz num Mundo em Revolução”, Publicações Maitreya https://publicacoesmaitreya.pt/produto/equanimidade-sentir-paz-num-mundo-em-revolucao/

Site da autora: www.anandilifecoach.com

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